sexta-feira, 30 de abril de 2010

"Eu e você somos um...!"

"Hoje... este hoje, este precioso momento,
este mesmo instante, quê pode ser?
É algo unicamente seu,
sua própria experiência e conhecimento;


                                   hoje é aquele instante
                                   em que você percebe quem é,
                                   a que realidade pertence.


Não há nenhum lugar fora de você,
o hoje e sua imensidão
são apenas você mesmo.


Você é a certeza de que alguém
está presente, vivo e consciente,
neste momento que chamamos hoje.


                                  Passado e futuro estão sempre “fora”,
                                  sempre algo terá passado
                                  e algo está para chegar,
                                  mas sempre estarão fora de você.


Aquilo que representa o tempo e o espaço
e que você chama de hoje,
é você mesmo, consciente ou não.


Assim, quanto mais puder perceber
o que é o tempo e que ele vive em você,
menores serão as impressões do mundo
e de suas coisas em sua mente.


                                 Há você, que é o presente,
                                 e o mundo, que é o passado e o futuro.
                                 Mas você, por ser o presente,
                                 é o único ser real, pois foi por você
                                 que o futuro virou passado,
                                 e este perdeu-se nas dobras do esquecimento.


Assim, que é verdadeiro e certo?
Você é o único observador da vida,
todos os outros são partes da vida,
mas estão fora de você, e, estando fora,
representam a impermanência da vida.


Porém, em você, a vida é permanente.
Nada pode afastar este “hoje” da sua vida,
nem o “morrer”. E, o único que você pode fazer
é continuar, sem nunca desistir,
até o final da estrada da realização,
até o momento sublime do silêncio total,
silêncio que é a ausência de toda ação,
quando haverá apenas uma vontade
unindo tudo em um mesmo conhecimento...Eu Sou!"

By Jay Govinda

Mantenha a conexão com o Poder da Fonte

"Nâo se perca nos desvios da mente - somos um movimento espacial do Universo se não perdemos o contato com a Fonte. As pessoas creem que os problemas do mundo podem ser resolvidos se nos encontrássemos e discutíssemos a respeito. Porém, entrando em negociações podemos aumentar os problemas, as invés de resolvê-los. Não conseguem compreender que os problemas do mundo aparecem por havermos perdido a conexão com a Fonte da qual tudo veio.
Esta Fonte é um espaço sem pensamentos: não se perca 'calculando', ou 'criando' ou 'planejando', mas, trate de ficar conectado à Fonte. Estando conectados podemos criar, não como pessoas, mas como um movimento da Consciência do universo!"

By Eckhart Tolle, escritor e pensador do "Poder do Agora"

terça-feira, 27 de abril de 2010

Entendendo como controlar o pensamento...

Na obra 'Talks with Sri Ramana Maharshi', em forma de conversações, pessoas estão apresentando a ele suas dúvidas no que concerne à prática espiritual: 
Pergunta: 'A prática da concentração é necessária?'
Sri Ramana: 'A concentração não é pensar apenas em um objeto. Ao contrário, é descartar-se de todos os pensamentos que obstruem a visão de nossa verdadeira natureza. Agora, parece difícil a supressão dos pensamentos, porém, no estado natural, será mais difícil ativá-los! Afinal, porquê deveríamos pensar nestas coisas todas? Existe apenas o Atman, o Ser. Pensamentos existem somente em presença de objetos, mas, não havendo objetos, como podem os pensamentos surgir?
Os hábitos nos convenceram de que cessar o pensamento é difícil. Se este erro fosse entendido, ninguém seria tão tolo de se esforçar desnecessariamente. Quando a atenção é dirigida aos objetos, a mente fica consciente deles somente.  É nossa situação atual. Porém, ao colocarmos a atenção no Ser interior, nos tornamos conscientes dele. Assim, tudo é apenas questão de atenção.
Se a mente começa a vagar, devemos de imediato reconhecer que não somos aquilo e perguntar - 'Que sou eu?', trazendo outra vez a atenção ao pensamento do Ser.
A meditação no Ser é nosso estado natural. É somente porque a consideramos difícil, que a imaginamos como um estado sobrenatural. Temos sido todos tão artificiais!
A mente repousando no Ser é sua condição natural, porém, ao invéz disso, nossas mentes descansam nos objetos externos!'

By Sri Ramana Maharshi, sábio hindú, residente em Arunachala, sul da Índia, abandonou seu corpo em 1950.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O que vem a ser 'Mergulhe Fundo'?

Todos nós que temos estudado e procurado praticar os  Ensinamentos de Yoga, mesmo em caso dos mais simples, às vezes continuam  dúvidas. Assim, para que não restem dúvidas sobre o que vem a ser o 'momento presente', vamos dizer que é aquele espaço de tempo em que o Oceano da Divindade se abre para nós! Sim, aquele instante em que ficamos conscientes de sermos UM com a Totalidade. O 'momento presente' é o momento em que, com grande clareza, temos a visão de nossa Real Natureza. Afim de sintetizar toda uma situação, às vezes com explicações elaboradas, Sri Ramakrishna, o grande místico da Índia do século XIX, cunhou a expressão 'mergulhe fundo', indicando a imediata possibilidade de absorção no oceano da Existência que começa em nosso próprio interior. Nesse sentido, para enfatizar esta tendência natural em nós, ele podia acrescentar: 'assim como o peixe está no oceano, do mesmo modo está o homem em Deus!'
Assim pensando, podemos entender que o 'momento presente' é, pois, como uma praia em que se pode ter contato, e ingressar, no estado Divino. Em nosso planeta, há apenas um grande oceano, mas que recebe vários nomes, em várias partes. Ao banhar as costas de algum país, recebe alí outros tantos nomes locais: praia do forte, praia de sambaquis, praia Grande, praia de Ipanema, etc.
O Momento Presente é aquela praia onde você se pode entregar ao Oceano da Divindade. Oh...mas onde está a entrada? Ora, está diante de você, envelopada na idéia de hoje e do agora. Significa que, ao ser suspensa a atividade pensante, você se torna consciente do que há a seu redor e lá dentro de você. Em silêncio, onde nada precisa ser dito, você reconhece o exato local de cada coisa e reconhece seu próprio local, sua própria morada que é seu próprio Ser ou Atman.
Por isso, Sri Ramakrishna ensinava de modo tão simples, mas bem significativo: 'Mergulhe fundo!'
Ou também, ele poderia dizer: 'Siga em frente'! São, todavia, a mesma idéia: não se detenha aí onde você pensa haver chegado, ainda não é todo seguro. Explore um pouco mais, vá um pouco mais adiante e descubra a excelência de seu próprio existir e a maravilha que é poder viver de olhos abertos, conscientemente. Estar consciente é de nossa natureza divina!


By Jay Govinda

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Atitude da Rosa

A Beleza da Presença nos é subtraída, a todo instante, pelo ruído mental.

(Sugestão: Leia com suavidade, como que ouvindo o som de uma flauta proveniente do desconhecido.)

Em um remoto jardim uma flor crescia,
Uma rosa, entre tantas tão formosa, a se abrir.


Há tempo que estava só,
Mas nada sabia de sua solidão.


Em sua beleza singular não pensava – Sou uma tão bela flor!
Em seu crescimento não raciocinava – Estou desabrochando!
Em seu transcurso não perguntava – Onde está meu Deus?
Nem tampouco dizia – sou isto, não sou aquilo.


Sendo majestosa, vivia inadvertida de sua glória.
Nada tinha a comprovar, nada a negar...
Nenhuma dúvida tinha, nada... somente existia,
Estava ali...sem esforço florescendo e nada mais.


Com que graça, todavia, esta pequena flor desenvolvia.
Eu a observava em assombrado silêncio,
E emudecido pensava: - E eu, que estou fazendo?
Passo meu tempo a afirmar: - Eu sou isto, não sou aquilo.
Quanto me falta a caminhar? Onde vou encontrar meu lugar?
Ah, quão imperfeito ainda sou!


Logo reconheço, quanta tolice.
A rosa é mais sábia que eu, nada pergunta,
Apenas é, sem comparar-se jamais. Assim, encontrou sua formosura,
Sua maior razão de viver.


Então, como um raio de luz, desde o silêncio
Veio salvadora resposta: tal como o ensinamento da flor,
Eu também Sou! Sim, quando sem perguntas a mente se torna,
Eu conheço aquilo que sou, a existência mesma, o ser puro!


Ah... vou permanecer hoje como aquela flor, tranqüilizar-me,
Silenciar-me, conhecer-me... sem mais qualquer coisa buscar,
Sem mais qualquer coisa querer... sem nenhum esperar!


Sou o que sempre desejei ser...
A verdade... tão delicada, tão pura, tão simples
Como o abrir-se da flor que aí está,
A verdade... que sempre é e será,
O nome de Deus tão infinito em sua simplicidade!

By Jay Govinda

terça-feira, 20 de abril de 2010

Conselhos, de Sri Ramakrishna, aos que levam Vida Familiar

Temos aqui oportunidade de estudar um aspecto focal à vida do sincero buscador: Sri Ramakrishna está explicando o cerne de uma questão que, ainda hoje, é tida como grande obstáculo à realização espiritual. (Tal como relatado por M. na obra 'Sri Sri Ramakrishna Kathamrita', que são as conversações de Sri Ramakrishna com seus discípulos ou visitantes, original em Bengali, perfazendo 5 volumes.)
Pergunta: ‘Senhor, como devemos viver no mundo?’

Mestre: ‘Cumpra com seus deveres todos, mas mantenha sua mente em Deus. Viva com todos, esposa e filhos, pai e mãe, servindo-os. Trate-os como sendo muito queridos seus, mas saiba no âmago de seu coração, que não lhe pertencem!

Na casa de uma rica família, a empregada faz todas as tarefas domésticas, mas seus pensamentos estão em sua própria casa em um vilarejo distante. Ela cria as crianças como se fossem suas, chegando mesmo a chamá-las ‘meu Hari’ ou ‘minha Radhika’. Porém, em sua própria mente, ela sabe muito bem que não lhe pertencem.
A tartaruga se movimenta na água, mas você adivinharia onde estão seus pensamentos? Lá na margem, onde os ovos foram postos. Faça seus deveres, mas com a mente firme em Deus!


Se você entra no mundo sem primeiro cultivar o amor a Deus, vai se emaranhando cada vez mais. Até ser sobrepujado por seus perigos, seus lamentos, suas dores. E quanto mais pensar nas coisas do mundo, mais ficará aderido a elas!
Antes de qualquer coisa, passe óleo em suas mãos, só depois abra a fruta da jaca, do contrário ficarão grudentas devido ao suco pegajoso. Primeiro proteja-se com o azeite do Divino amor, só então se disponha aos deveres no mundo. Mas, para alcançar este divino amor deve-se buscar solidão. Para retirar a manteiga do leite, este deve ser deixado num local tranqüilo para que se torne coalhada: se a vasilha for muito mexida, o leite não ficará coalhado. Portanto, deixe seus outros deveres de lado, sente-se num lugar sossegado e bata a coalhada. Só assim terá manteiga!
Mais ainda, por meditar em Deus em solidão a mente adquire conhecimento, devoção e se torna imparcial. Porém, a mesma mente, se colocada no mundo, perde sua rica aquisição. No mundo há apenas um pensamento dominante: ‘luxúria e cobiça’!


O mundo é água, e a mente leite. Se você deita o leite na água eles se tornam um; você não encontrará mais leite puro. Mas, torne o leite coalhada e, batendo a coalhada, faça manteiga. Assim, quando a manteiga for colocada na água, irá flutuar. Portanto, pratique disciplina espiritual em solidão e obtenha a manteiga do conhecimento e do amor. Então, mesmo que você mantenha esta manteiga na água do mundo, as duas não vão misturar-se. A manteiga vai flutuar.
Junto com isso, tem de praticar discernimento. ‘Luxúria e cobiça’ são impermanentes. Deus é a única Substância Eterna. O que se obtém com dinheiro? Comida, roupas e um lugar para morar, nada além. Não se pode realizar a Deus com seu auxílio. Assim sendo, o dinheiro jamais poderá ser a meta da vida. Este é o processo de discernimento.”

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Prática de Vedanta

"Todos os poderes do universo já nos pertencem. Por havermos colocado as mãos sobre nossos olhos, agora reclamamos da escuridão. Saiba que não há escuridão a sua volta! Retire suas mãos e aí está a luz, a mesma luz desde o princípio, jamais houve treva, jamais houve fraqueza!


A Vedanta não reconhece 'pecado', reconhece apenas 'erros' e o maior deles é afirmar-se 'fraco', afirmar-se 'pecador'. Tão logo você diga - 'Ah, eu sou um pobre coitado!', você está fazendo falsa afirmação, está mentindo para si mesmo, está se hipnotizando com algo vil.


Temos sempre que ter em mente que, em Vedanta, não se tenta reconciliar a vida presente, esta vida de hipnotismo, esta vida falsa que assumimos, com o Ideal. Esta vida postiça deve desaparecer e aquela 'verdadeira', a que sempre ficou ao fundo, deve se manifestar, deve brilhar.
O Ideal, como ensinado em Vedanta, está sempre muito à frente do prático, do visual. Em poucas palavras, este ideal é que você é divino, 'Tu És Aquilo', esta é a essência da Vedanta."

By Swami Vivekananda, em Vedanta Prática

sábado, 17 de abril de 2010

Não reclame da escuridão...

Se você se considera apenas 'uma pessoa', que é falível, apegada, repetitiva, desastrada, estressada, etc, etc, então a realização daquilo que é a excelência de viver, se torna quase impossível para você!
Se você não puder aceitar, por pouco que seja, sua natureza divina, é quase certo que não irá realizá-la!
Na vida, há dois planos a considerar: primeiro, o plano imediato e óbvio, o campo das ações ou campo dos efeitos; segundo, o plano 'causante', campo em que a existência vibra em forma de consciência e vontade.
É a este segundo plano que devemos prestar atenção, aprendendo como estas conexões se efetivam.
No mundo, o que acontece não passa de reflexos desta Realidade; vemos algo, de relance, e saímos como garotos, correndo atrás. É um efeito chamado 'espelhismo'! Marca registrada da mente descontrolada da grande maioria. Mas, para os aspirantes... meditação também é reconhecer isso o tempo todo. É o significado da palavra dhyana, a 7ª pétala da Flor da Yoga, e quer dizer: 'estar atento' ou seja, desperto, interpretando o que se passa.
Os Mestres nos deixaram seus melhores ensinamentos, mas temos de fazer nossa parte, e nisso, a primeira coisa é ENTENDER, e depois praticar, para depois poder manifestar aquilo que aprendeu.
Portanto, não reclame da escuridão, acenda sua Luz!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Por trás de cada rosto `Eu Sou´

"Por trás de cada rosto 'Eu Sou'. Este jogo é também seu jogo, você é como o espaço e o espaço é a Existência. A jornada até aqui não passou de um sonho. Você está aqui! Pensamentos são somente ondulações, não afetam o Oceano.
Há apenas um Sonhador e este é o Ser. Em cada corpo há um sonho, mas o Sonhador é o mesmo, o Ser que se reflete em cada corpo como sendo 'eu sou'; todos os sonhos pertencem a um mesmo mundo imaginário, que, entre si, se influenciam.
O amor é ver a unidade sob a imaginária diversidade".

By Mooji, que é um instrutor da Jamaica, radicado hoje na Índia.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Diante da Morada do Eterno


Sim, tenhamos consciência ou não, estamos diante da Morada do Eterno. Pois, tudo que há e que vemos vem do Ser eterno. Somos espectadores do dito 'Deus está em toda parte!'
O 1º passo à meditação é: estar presente, sem qualquer pensamento! Em silêncio físico e mental, atenção bem clara no que está acontecendo. Não no que a mente lhe possa sugerir, mas na quietude de seu próprio Ser. Alí a vida está acontecendo, em completo silêncio. Sinta seu mundo interior, sua energia, como um lago e sinta a placidez do lugar e a quietude como nota dominante. Sinta-se como este lago, com extensão, profundidade e superfície. Sinta-se sem qualquer movimento, a superfície toda pacífica, calma, refletindo a vitalidade interior. Qualquer noção que lhe venha à mente não siga, não se envolva, não deixe que nada perturbe esta sublime harmonia natural. Com a mente tranquila, a noção de quem você é parece realçada em toda parte: nos arredores arborizados, nas pedras, na água, na sensação de liberdade... em tudo está escrito seu nome, toda natureza lhe fala!
Aos poucos, as palavras vindas do silêncio se traduzem em sua alma: "sou livre...sou belo...sou feliz...sou completo...sou total!"
Sim, agora percebo que, de fato, estou inteiramente na Morada do Eterno!

O Poder do Agora

"Dê atenção ao presente. Dê atenção a seu comportamento, às suas reações, seu humor, suas emoções, medos e desejos, da forma como eles acontecem no presente. Aí está seu passado. Se você consegue estar presente o bastante para observar estas coisas, sem julgamentos, significa que você está lidando com o passado e dissolvendo-o através do poder de sua presença. Não é procurando no passado que você vai se encontrar, mas, sim, estando no presente.

Quando ficamos mais conscientes do presente, podemos ter um insight sobre o porquê de determinados condicionamentos. Podemos perceber, por exemplo, se seguimos algum padrão em nossos relacionamentos, entendendo mais claramente coisas acontecidas no passado. Fazer isso é bom, mas não é essencial. O que é essencial é nossa presença consciente. Ela dissolve o passado. Ela é o agente transformador.
Portanto, não procure entender o passado, mas esteja presente tanto quanto conseguir. O passado não consegue sobreviver diante de sua presença, só em sua ausência!"
Eckhart Tolle, no livro 'O Poder do Agora'

terça-feira, 13 de abril de 2010

Inspired Talks, de Swami Vivekananda

"Pensar que você é cativo e mais tarde será livre, eis toda sua enfermidade. Você é aquilo que não se modifica. Fique em silêncio. Sente-se e deixe que todas as coisas passem. Esteja silencioso e conheça o que você é! Não siga a nenhum lema, você é tudo que há! Nada tema, você é a essência da Existência.
Fique em paz! Não perturbe a si mesmo. Você nunca esteve cativo, nunca foi virtuoso nem pecaminoso. Desfaça-se de toda essa ilusão e fique em paz!"

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Luz da Presença Infinita

O Momento Presente é apenas uma projeção da Presença, ou seja, daquilo que é em toda parte. Mas, vamos refletir um pouco: do que estamos falando, o que é esta Presença? Há ALGO existindo em tudo, como um pano de fundo, contra o qual as coisas são vistas e dimensionadas. Sem este background, nada poderia ser visto. À princípio é imperceptível, mas com o tempo torna-se cada vez mais "presente". Sim, é possível perceber breves traços desta Presença, como se alguém nos estivesse a observar e também a conduzir! A LÂMPADA já está acesa, você já percebeu? Não é preciso procurar por ela, é a lâmpada do Conhecimento, da presença imediata da vida. Veja-a, apenas, e envolva-se com ela! Isso vai tornar sua vida autêntica. Você vai se sentir verdadeiro. Sua centelha divina retorna a brilhar!
Porque não aceitar totalmente o que lhe segreda a Luz da Presença infinita?
Ser 'verdadeiro'? Trata-se de reconhecer a presença da Presença com você!!! 
By Sri Ram Jay

domingo, 11 de abril de 2010

O Prelúdio - um poema

"A meditação surgiu em mim naquela noite
 sobre a montanha solitária,
 quando todo o cenário já havia se apagado e tudo me parecia
 a imagem perfeita de uma poderosa mente,
 de alguém que se alimenta com o Infinito
 e é revelado por uma sutil presença,
 o sentido de Deus, ou o que possa ser diminuto e vasto
 em sua própria Existência."
                                                De 'O prelúdio', do poeta inglês William Wordsworth

Não se incomode com Felicidade...

O maior segredo da vida - lembre-se sempre disso - é que a vida é uma dádiva. Em primeiro lugar, você não a mereceu. Não é um direito seu, ela lhe foi oferecida! Quando compreender isso, muitas coisas ficarão claras. Sendo a vida  uma dádiva, então tudo que a ela pertence - felicidade, amor, meditação - também é uma dádiva do todo. Você não pode merecê-la de modo algum e também não pode forçar a existência a torná-lo feliz, ou amável ou meditativo. Esse esforço é do ego, esse esforço cria infelicidade.(...)
A lei é esta: não busque diretamente. A felicidade não pode ser perseguida, pode ser persuadida. Você se move mas não diretamente, porque quando é direto, você é agressivo. A vida se move em círculos, não diretamente. A Terra gira em torno do Sol e o Sol ao redor de algum Sol ainda maior. As galáxias se movem, todo o Universo se move, dando voltas. As estações se movem em círculo, toda a vida é circular, nunca é direta. (...) Por isso, no próprio esforço você cria infelicidade. Quando você não busca, ela está atrás de você. Quando você vai forçar, ela já não está mais. Onde você irá encontrá-la? A mente nunca pode ser feliz, pois é seu descontentamento acumulado, todo sofrimento pelo qual você passou, é uma ferida em seu Ser. Quando você esquece a felicidade, de repente se torna feliz.
Você estava pensando: 'Em algum lugar no futuro tenho que alcançar um alvo, conquistar a felicidade, praticar o contentamento'. Você estava no futuro e a felicidade bem aqui ao seu redor, como uma flor!
Volte para casa, e apenas seja! Não se incomode com 'felicidade', a vida está aqui como uma dádiva e a felicidade também. Quando procura demais, acaba se fechando, a própria tensão da procura cria o bloqueio. A felicidade penetra você do mesmo modo que o sono, e o contentamento vem do mesmo modo. Quando você se desliga, quando se entrega ou simplesmente espera, eles vêm!
Desligar-se é o segredo da coisa. Quando você se entrega, milhares de coisas começam a acontecer!"
Osho, no livro 'O Homem que amava as gaivotas'

quinta-feira, 8 de abril de 2010

I Am That...

"Por entre as margens de 'prazer e dor' flui o rio da vida. É apenas quando a mente se recusa a fluir com a vida, agarrando-se às margens, que se torna um problema. Fluir com a vida significa aceitação - deixando vir o que vier e ir quando quiser. Nada deseje, nada tema, observe o presente, como e quando acontecerem a você não importa, você é aquele para quem acontecem! Ao final, mesmo o observador não é você. Você é a potencialidade da qual a consciência, toda abarcante, é expressão e manifestação.
O que teve nascimento deve desaparecer, apenas o não nascido é imortal.
Descubra aquilo que jamais adormece ou desperta, cujo pálido reflexo é nosso senso 'eu'.
Recordar o que deve ser recordado é o segredo do sucesso. Tudo virá enquanto você continua.
Dê o primeiro passo primeiro. Todas as bênçãos vêem do interior. Interiorize-se, o 'Eu Sou' você conhece. Fique com ele todo o tempo de que dispõe, até reverter-se a ele espontaneamente. Não há modo mais simples ou fácil. Resolução e sinceridade de propósito na busca o conduzirão à sua meta.
Considere-se como sendo o oceano da existência, a nascente de todo existir. A realidade está além de qualquer descrição. Você só poderá conhecê-la tornando-se um com ela!"
(Sri Nisargadatha Maharaj no livro I Am That)


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Deus é com forma ou é sem forma?

Oferecemos aqui um ensinamento muito importante sobre como é possível considerar a Divina Realidade e extrair o melhor, para nós, desta forma de Yoga. No 'Evangelho de Sri Ramakrishna' muitas pessoas que praticam algum tipo de Yoga, dirigem a ele perguntas fundamentais para seu aprimoramento espiritual seguindo aquele caminho. Vemos aqui, alguém que segue o caminho devocional, apresentando ao Mestre sua indagação mais importante:

Devoto: 'Senhor, Deus é com forma ou não possui nenhuma?'
Mestre: 'Ninguém pode afirmar com toda segurança que Deus é apenas 'isto' e nada mais. Ele é sem formas, mas também possui formas. Para o que segue o caminho devocional, Ele assume 'formas', mas para o jñani, seguidor da yoga do discernimento, Ele é sem formas. O devoto sente que ele e o mundo são duas coisas separadas, portanto, Deus a ele se revela como Pessoa. Porém, o jñani, que discrimina aplicando o processo de exclusão 'isto não-isto não!', ele chega a compreender por meio da percepção interior, que tanto o ego quanto o universo são ilusórios, como um sonho. Assim, realiza a Deus em sua própria consciência e não pode descrever o que Deus é. Compreende o que quero dizer?
Pense em Deus como Existência-Consciência e Pura Alegria, como se fosse um oceano sem fronteiras. Pela influência refrigerante do amor do devoto, a água se congela em algumas das partes formando blocos gelados. Em outras palavras, de quando em quando, Deus assume diversas formas para Seus amados e Se mostra a eles como uma Pessoa. Porém, ao raiar o sol do Conhecimento, os blocos de gelo se derretem. Assim, ninguém sente mais que Deus é uma Pessoa. E o que Ele é não pode ser descrito! Quem o irá descrever? Aquele que talvez pudesse desapareceu.
Se a pessoa analiza a si mesma, não consegue encontrar seu 'eu'. Tomemos uma cebola, por exemplo, você vai retirando sua casca vermelha e logo encontra espessas camadas brancas. Retira-as uma a uma e nada encontra ao final! Neste estado, a pessoa não encontra mais seu ego, e quem sobrou para procurá-lo?
Certa vez, uma boneca de sal queria medir a profundidade do oceano. Tão logo entrou na água, se dissolveu! Agora, quem ficou para fazer qualquer relato? A pessoa se torna silenciosa quando o Conhecimento Perfeito é alcançado. Então o 'eu', que pode ser comparado à boneca de sal, se dissolve no oceano de Existência-Consciência e Júbilo e se faz um com ele!'
Trecho do "Evangelho de Sri Ramakrishna", cap. 6

terça-feira, 6 de abril de 2010

do Gitanjali

"Longo é o tempo da minha jornada e longo é o caminho.
 Saí ao primeiro sinal da aurora e continuei viagem através de   mundos desertos,
 deixando minhas pegadas em muitas terras.


O caminho mais longo é o que mais se aproxima de Tí
e a mais difícil tarefa é a que conduz à extrema
simplicidade de um acorde.
O viajante precisa bater em muitas portas para, finalmente,
chegar à sua própria; tem que vagar por todos
os mundos de fora, antes de alcançar seu próprio santuário.


Meus olhos vagaram longe e por todos os lugares
antes que os fechasse, dizendo - 'Aqui estás!'
A pergunta e o grito 'Onde?' desapareceram nas lágrimas
tortuosas, afogando o mundo com a certeza 'Eu Sou'!"
(canto do Gitanjali, de Rabindranath Tagore)

domingo, 4 de abril de 2010

Que é 'felicidade'?

 Que podemos dizer sobre a felicidade? O que vem a ser ‘felicidade’?
Para dizer o que é, você terá de verificar primeiro em si mesmo, seja qual for sua definição, verá que terá de começar consigo mesmo. A idéia de felicidade, o conceito de ser feliz principia em você mesmo, a fonte surge de você mesmo e qualquer descrição de ‘como ser feliz’ é apenas um modo de dizer que você já sabe o que é. O conceito de ‘amor’ da mesma forma, começa em você, vai para alguém mais e retorna a você! Você é a Fonte!
Assim, a ‘busca pela felicidade’ é um engodo. Ela já está comigo, mas, por conveniência, finjo que não está e saio em busca dela, desse modo justificando minha atitude na vida.
Você pode precisar de alguém, de uma família talvez,  para praticar amor e desapego, mas é somente para que a Fonte da Alegria se ponha a funcionar. Compreendendo isso tudo fica bem!
By Sri Ram

sábado, 3 de abril de 2010

Mergulhe fundo nas Águas da Divindade

"Mergulhe fundo" é um convite para buscar a profundidade interior, aquele espaço sem nome, sem margens, sem comunicação verbal, onde certamente vamos encontrar a Verdadeira Identidade. Sri Ramakrishna, o grande místico da Índia que viveu no séc. XIX, costumava se expressar com palavras simples, despretensiosas, afim de indicar o caminho ao sincero buscador espiritual:
'Mergulhe fundo no oceano de Satchitananda. A morte não há que temer ao se banhar nestas águas, pois se trata do oceano da Imortalidade!'
SAT designa nossa existência, CHIT é nossa consciência e ANANDA é a felicidade suprema  resultante desta conscientização.
'Realize a Deus', ele ensinava, 'nada mais importa!' Deus é nossa verdadeira natureza, o oceano divino em cuja superficie nós, como pequenas borbulhas, percebemos nossa existência.
Onde está este oceano? Em nossa própria experiência, na continuidade de nosso 'existir natural' que só pode ser compreendido em meditação, no contato suave e amoroso de nosso Eu Interior.

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.