
Em um remoto jardim uma flor crescia,
Uma rosa, entre tantas tão formosa, a se abrir.
Há tempo que estava só,
Mas nada sabia de sua solidão.
Em sua beleza singular não pensava – Sou uma tão bela flor!
Em seu crescimento não raciocinava – Estou desabrochando!
Em seu transcurso não perguntava – Onde está meu Deus?
Nem tampouco dizia – sou isto, não sou aquilo.
Sendo majestosa, vivia inadvertida de sua glória.
Nada tinha a comprovar, nada a negar...
Nenhuma dúvida tinha, nada... somente existia,
Estava ali...sem esforço florescendo e nada mais.
Com que graça, todavia, esta pequena flor desenvolvia.
Eu a observava em assombrado silêncio,
E emudecido pensava: - E eu, que estou fazendo?
Passo meu tempo a afirmar: - Eu sou isto, não sou aquilo.
Quanto me falta a caminhar? Onde vou encontrar meu lugar?
Ah, quão imperfeito ainda sou!
Logo reconheço, quanta tolice.
A rosa é mais sábia que eu, nada pergunta,
Apenas é, sem comparar-se jamais. Assim, encontrou sua formosura,
Sua maior razão de viver.
Então, como um raio de luz, desde o silêncio
Veio salvadora resposta: tal como o ensinamento da flor,
Eu também Sou! Sim, quando sem perguntas a mente se torna,
Eu conheço aquilo que sou, a existência mesma, o ser puro!
Ah... vou permanecer hoje como aquela flor, tranqüilizar-me,
Silenciar-me, conhecer-me... sem mais qualquer coisa buscar,
Sem mais qualquer coisa querer... sem nenhum esperar!
Sou o que sempre desejei ser...
A verdade... tão delicada, tão pura, tão simples
Como o abrir-se da flor que aí está,
A verdade... que sempre é e será,
O nome de Deus tão infinito em sua simplicidade!
By Jay Govinda
Belíssimo texto! Parabéns!
ResponderExcluir"Sou o que sempre desejei ser...
A verdade... tão delicada, tão pura, tão simples
Como o abrir-se da flor que aí está,
A verdade... que sempre é e será,
O nome de Deus tão infinito em sua simplicidade!"