segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Poder da Presença, passagens na vida de Sri Ramana (II)

(em continuação)
Aquelas pessoas sentiam haver encontrado um verdadeiro Guru, reverenciando-o como manifestação divina, porém eram incapazes de aceitar seus conselhos quando se tratasse de renunciar aos costumes tradicionais. Continuavam com suas práticas devocionais diárias, fazendo 'pujas' em ocasiões especiais e destinando oferendas aos deuses quando se tratava de satisfazer seus desejos. Também saiam em peregrinações a fim de ganhar mérito espiritual e livrar-se de seus pecados. Sri Maharshi, porém, lhes dizia: 'Não há necessidade destas coisas, apenas se aquiete! Permanecer em silêncio é a maior peregrinação que alguém pode empreender. Querem ir até Benares? Onde está um centro tão importante quanto Arunachala (onde se achavam) para se visitar? Aqui é o próprio Himalaya, aqui é o monte Kailash!'
Mesmo assim, a despeito de todas estas assertivas da parte de Sri Ramana, os devotos continuavam com suas peregrinações.
Às vezes, Sri Ramana se tornava indiferente a todos acontecimentos à volta, mas, outra vezes, demonstrava apurado interesse em trivialidades. Certa vez, tomou grande cuidado com um pequeno esquilo que havia se perdido de sua mãe, e quando o ovo de um pardal caiu do ninho, ele o apanhou e ficou cuidando até que o pequeno saiu. Depois, alegremente, ficou mostrando a todos o bebê pardal! Logo, depois de estar interessado em coisas tão triviais, ele poderia responder muito sem se afetar: 'Oh, foi mesmo?', se alguém lhe viesse informar que um devoto próximo tinha falecido. Quando livros estavam sendo encadernados ou um guarda comida era montado, ele costumava supervisionar tudo com muita atenção. Ficava insistindo com as pessoas envolvidas para que todas as medidas fossem obedecidas à risca. Mantinha a mesma atitude com relação à cozinha do ashram, dando instruções detalhadas aos cozinheiros, recomendando que fossem seguidas inteiramente. Em contraste com esta atitude, se alguns dos itens solicitados se perdesse ou se estragasse, ele não demonstrava qualquer reação quando os detalhes das perdas lhe fossem relatados.'
(a continuar)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Retratos cotidianos da Divina Presença (I)

O que, de fato significa, crescimento espiritual? Sim, pois de algum modo, todos estamos buscando nos aperfeiçoar mentalmente, ou moralmente, ou eticamente ou, ao menos, culturalmente. Alguns gostam de ser chamados 'devotos', outros preferem ser 'estudantes' e outros ainda 'aspirantes'. Quem puder transformar os ensinamentos disponíveis em sua própria experiência, tirou deles o melhor proveito e se tornou um 'portador-de-luz'! Além do ensinamento explícito recolhido dos própios lábios do Guru, sua vida cotidiana, seus hábitos, seus inesperados ânimos, seus silêncios, suas caminhadas solitárias ou em companhia de alguns poucos, seu comportamento durante alguma homenagem, etc, são como vivas parábolas, coisas bem prosaicas, mas que protagonizam os mais simples ensinamentos. Foi um veterano amigo nosso quem, de certa forma, sugeriu a divulgação do pensamento de Sri Ramana Maharshi. Estranhei o pedido pois se tratava de um dos mais antigos devotos de Sri Ramakrishna, aqui no Brasil. Mas ele foi logo explicando: "Em minha lua de mel, estava lendo 'A Índia Secreta', daquele inglês Paul Brunton, relatando passagens da vida de Maharshi. Senti brotar em mim imensa vontade de pedir ao Maharshi que me colocasse diante de um verdadeiro guru; e foi assim que, algum tempo depois conheci Swami V., em São Paulo a quem devo tudo que alcancei em minha vida!" Foi o que este amigo me contou.
Tendo isso em perspectiva, começamos hoje a enfocar algumas das passagens nas vidas dos grandes Instrutores da humanidade, que podem também servir de aula implícita para aqueles que se rejubilam com estes tipos de relato, bem simples. Não possuindo câmara fotográfica nem gravador, ainda assim 'pintaram' expressivos retratos daqueles reverenciados gurus.
Relato extraido do livro "The Power of the Presence", do escritor David Godman:
"Gurus como Sri Maharshi são manifestação de Deus em forma humana. Para aliviar e redimir o sofrimento da humanidade, o Senhor ocasionalmente desce à terra e se manifesta em corpo humano. Ele aceita muitos como discípulos e os torna puros com Sua graça. Mesmo sendo divino, cada qual vai lidar com os devotos de modo diferente. O ensinamento destes Gurus com frequência diferem, ou contradizem, as doutrinas, os costumes, tradições e éticas das pessoas entre as quais tomaram um corpo. Todavia, por mais que o Guru se desvie do tradicional, é trabalho do devoto confiar implicitamente nele e desenvolver obediência inequívoca aos seus ensinamentos. (...) Sri Bhagavan contrariava a crença tradicional de muitos dos devotos, por raramente seguir o costume ortodoxo. Ele se esforçou bastante para fazer com que alguns de seus devotos desistissem de suas práticas tradicionais, mas nem sempre tinha sucesso. Muitos deles se sentiam orgulhosos de ser seus seguidores. Sentiam haver encontrado um grande Guru....
(a continuar)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Editorial: "Aquilo que está escrito em toda parte"!

Coloque o signo da não-dualidade em sua mente, e então faça como desejar.
Podemos fazer seja o que for: comércio, caridade, cultura, etc, desde que compreendamos o que está acontecendo, quem está envolvido naquela atividade. É a pessoa? É apenas a mente? É a Individualidade? Quem está de fato dirigindo toda ação? Quando ingressamos na não-dualidade, sabemos que tudo é ‘Eu Sou’, o princípio divino em toda parte. É apenas ‘Eu Sou’ que, desde o centro anímico, como Fonte, inspira e mantém tudo. A ânsia por fazer, realizar e cumprir metas, não passa de nossa visão distorcida e aderida ao externo, ao aparente. Porém, é somente o ‘Eu Sou’ o promotor, o motivador e o Instrutor. Nós somos as ‘máquinas’ e Ele o maquinista, somos as ‘varinhas’ com que o Mago dispõe sua magia. Para a consciência pura, não-dual, que observa somente a Unidade, fazer ou não fazer é indiferente, como atributos da diversidade. Nós, sendo esta Consciência, temos que tomar consciência de que somos Eu Sou, o ser vivente. É a ele que chamamos Ser, ou Deus, o Eterno Presente, a Consciência pura em toda parte existente.

Portanto, aquilo que fizermos será também perfeito, se for mantido o reto conhecimento de que o ‘fazedor’ é este ‘Eu Sou’! Há muito pouca coisa no mundo feita com esta perspectiva. Portanto, que mundo é este? Toda perspectiva está equivocada, todos pensam que são o “autor” de seus feitos. Mas, é somente este Princípio Divino a que chamamos ‘Deus’, ou simplesmente ‘Aquilo’, o verdadeiro moto-contínuo em tudo que há!
Aqui fica um koan ZEN para você: "encontre sem procurar, atire a flecha sem mirar, exista sem pensar, caminhe sem temer e alcance sem desejar!"
By Jay Govinda

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Meditações Metafísicas", de Paramahansa Yogananda

1. Em minha alma está a alegria que meu ego procura. Súbito, fico consciente desta alegria feita com o mel da colméia do silêncio. Vou romper os favos deste silêncio secreto e tomar este mel da infinita dádiva!

Não importa a causa, sempre que uma pequena borbulha de prazer surge à superfície do oceano invisível da Consciência, cuide dela e faça com que se expanda. Medite nela e isto fará com que cresça ainda mais. Não veja as limitações de sua pequenina bolha de prazer, mas mantenha sua atitude de fazê-la se expandir cada vez mais. Assopre e assopre com a força de sua concentração interior, até que ela se torne seu próprio oceano de Consciência, o oceano de alegria infinita.


2. Meu silêncio, como uma esfera crescente, se expande em toda parte.
Meu silêncio se expande como a música de um rádio, acima e abaixo, à direita e à esquerda, dentro e fora. Meu silêncio prossegue como uma chama de felicidade; as escuras moitas da tristeza, bem como os troncos fortes do orgulho, estão todos ardendo. Meu silêncio, como o éter, passa através de tudo, carregando as canções da terra, dos átomos e das estrelas para o centro de Minha mansão infinita.

3. Oh, Senhor, com o suave toque da intuição sintonizarei a estação da minha alma, livrando-me da inquietude crônica de minha mente, a fim de poder ouvir Tua voz de cósmica vibração, a música dos átomos, e a melodia do amor vibrando em minha supra consciência. Abençoa-me para que possa Te encontrar no templo de cada ação e pensamento.

Do livro "Meditações Metafísicas", de Paramahansa Yogananda

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Assim falou Swami Vivekananda...

"Samadhi é o estado no qual o Divino e o humano se fazem um; isto significa “a realização da Identidade”.

Todo nosso mundo procede da verdade e da ilusão acopladas. O mundo é Deus e é real; mas, não é esta a maneira como o vemos. Tal como vemos prata na madrepérola, assim também vemos o mundo relativo em Deus. Isto é conhecido como adhyasa ou sobreposição, isto é, uma existência relativa que depende da outra real."
"Uma porção dos textos védicos trata de karma – fórmulas e cerimônias. A outra trata do Conhecimento de Brahman e discute 'espiritualidade'. Nesta parte, os Vedas instruem sobre o Eu Superior, e, por isso, seu ensinamento se aproxima do verdadeiro Conhecimento. O Conhecimento do Absoluto não depende de qualquer livro, não depende de nada: é absoluto em si mesmo. Por muito que se estude, não se alcançará este Conhecimento. Ele não é teórico, é realização. Retire a poeira do espelho, purifique sua própria mente, e, no mesmo instante, verá que é Brahman."

"Nunca se aproxime de nada exceto como Deus; pois, a não ser assim, veríamos o mal. Lançamos um véu de ilusão sobre o que vemos e eis que encontramos o mal. Liberte-se destes enganos, seja venturoso. Liberdade é desligar-se de toda ilusão.
De certo modo, Brahman é conhecido por todo ser humano: este conhece o “eu sou”. Todos sabemos que somos, mas não o que somos. Todas as explicações menores são verdades parciais; mas a flor, a essência dos Vedas, é que o Eu, em cada um de nós, é Brahman."

"Enquanto procurarmos o prazer, a servidão continuará. Somente o homem imperfeito pode ter prazer, sendo tal prazer a satisfação do desejo. A realidade subjacente à natureza, a alma e Deus, são Brahman; porém, Brahman não é conhecido até que O manifestemos. Ele pode ser revelado através de pramantha, que significa “fricção”, tal como o fogo que se produz por atrito. O corpo é a peça inferior de madeira, OM é a peça superior e a meditação é a fricção. Por meio da meditação, aquela luz que é o Conhecimento de Brahman, se acenderá na alma.

Brahman permeia o universo, como a manteiga permeia o leite; mas, o atrito faz com que se manifeste em um lugar particular. Como em uma centrífuga, o leite se faz manteiga; do mesmo modo dhyana, ou meditação, conduz à realização de Brahman na alma."

"Um constante pensamento, ou dhyana, é como o ininterrupto fluir do azeite ao ser derramado de uma vasilha a outra. Dhyana sustenta a mente neste pensamento noite e dia e, assim, nos auxilia a alcançar liberação. Pense sempre “Soham, Soham” , Eu Sou Aquele, Eu Sou Aquele...!
Esta absoluta e contínua recordação do Senhor é o que se quer dizer por bhakti.

Somos como lâmpadas, cujo arder é o que chamamos vida. Quando o suprimento de oxigênio termina, então a lâmpada se apaga."
Excertos do livro "Inspired Talks", do Swami Vivekananda.

domingo, 12 de setembro de 2010

Quando sua mente se aquietar...tudo lhe será dado!

Qual a diferença entre os animais e os seres humanos? Eles dormem, nós dormimos; eles se alimentam, nós também; eles têm medo e nós também; eles procriam e o ser humano também! Assim, estas quatro condições são comuns a ambos. Mas, a única condição que nos diferencia dos animais é a faculdade de discernir. Apenas esta capacidade nos permite chamar a nós mesmos seres humanos. Deveríamos saber usar bem esta faculdade. Esta faculdade discriminativa deu ensejo ao surgimento do desejo - 'Quero libertar-me agora!' É somente devido a esta faculdade de discernir, ou discriminar, que cada um tem a chance e possibilidade de tornar-se livre. Porém, dos seis bilhões de habitantes do planeta, apenas alguns poucos fazem esta opção. Mas, aqueles que escolheram exercitar seu discernimento e alcançar a liberdade, também superam o sofrimento, tornando-se aquela consciência que é amor e pura beleza.
As pessoas em vão procuram por esta consciência, mesmo ela estando debaixo de seus pés, em seu próprio Ser, na respiração mesma e até por trás da retina. Ela se revela apenas quando nos silenciamos. Silenciar não é meramente ausência de conversas. Verdadeiro silêncio é quando totalmente nos aquietamos.
Você precisa aquietar-se, e nesta quietude, algo surgirá, revelando-se a você e concedendo-lhe satisfação. Porém, se você corre atrás disso na tentativa de garantí-lo para si, não conseguirá retê-lo! Você não precisa correr atrás do que é seu, tem apenas que contemplar seu próprio Ser. Então, tudo lhe será concedido, tudo lhe será acrescentado, mesmo que você não o deseje. Apenas...aquiete-se!!
Do livro "Interviews with Papaji", do escritor David Godman. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"O esforço espiritual é necessário?", na visão de Sri Ramakrishna

Pergunta: ‘Senhor, poderia nos dar a visão de Deus?’

Mestre: ‘Tudo depende da vontade dEle, o que alguém pode fazer? Ao cantar o nome de Deus, às vezes correm lágrimas e em outras vezes os olhos permanecem secos. Enquanto medito em Deus, alguns dias sinto um duradouro despertar interior e noutros dias nada sinto. A pessoa deve fazer um esforço, só então pode ver Deus. Certa vez, em estado elevado, tive a visão de um lago, onde um aldeão retirava água depois de haver afastado uma espuma verde superficial. De quando em quando, tomava água na palma da mão para examinar. Nesta visão me foi revelado que a água não pode ser vista sem que a espuma verde, que cobre a superfície, seja afastada; isto é, não se consegue desenvolver amor por Deus ou obter Sua visão, sem trabalho. Trabalho significa meditação, repetição do Nome e tudo mais. Cantar o nome de Deus e Suas glórias também é trabalho, em que se pode incluir ainda caridade, sacrifícios e assim por diante.
Se você quiser manteiga, deve deixar que o leite se torne coalhada, deixando-o em um lugar tranqüilo. Quando houver se tornado coalhada, você tem que trabalhar duro com a batedeira. Só então poderá obter a manteiga do leite!
Quanto das escrituras você pode ler? Que vai obter apenas com o raciocínio? Procure realizar a Deus antes de qualquer outra coisa. Tenha fé nas palavras do guru e trabalhe! Se não tem nenhum guru, então ore a Deus com o coração desejoso e Ele lhe deixará saber como Ele é! Que vai você aprender sobre Deus em livros? De certa distância você poderá ouvir apenas o rumor do oceano. Ao se aproximar, porém, verá muitos barcos velejando de um lado a outro, pássaros a voar e ondas se quebrando!
Não se consegue um real sentimento de Deus do estudo em livros. Este sentimento é algo muito distinto de aprender por ler. Livros, escrituras e ciência se parecem a pó e palha depois da realização de Deus.
A única coisa necessária é ser apresentado ao senhor da casa. Porque ficar ansioso em saber, por antecipação, quantos jardins e casas, quantas apólices do governo o dono da casa possui? Os criados não lhe permitirão nem mesmo se aproximar, que dirá de lhe adiantar sobre os investimentos de seu amo. Desse modo, de uma maneira ou de outra, torne-se conhecido do dono, mesmo que tenha de saltar sobre uma cerca e levar um empurrão dos empregados. Então, o próprio dono da casa irá lhe relatar sobre suas casas e jardins e seus investimentos. E, o que é melhor, os criados e o porteiro o saudarão ao saberem que já é conhecido de seu senhor."
Trecho do livro "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de Mahendranath Gupta

terça-feira, 7 de setembro de 2010

No Atelier do Espírito... Silence Speaks!

 "Oh So Blessed Bliss..."
From the Ocean of Bliss came a bottle
with a message inside and it says like this:
'You Are... I Am... He Is... 
There is no greater truth than this;
Know that to be Perfect!'
You can make it... this is the Ocean of Bliss, but once you forget it-
your True Nature, which is blissfulness,
sorrow will follow!...sorrow will follow!!
We are but little bubbles on the ocean of Bliss,
so dance little bubbles on the ocean of Peace...
Awake up little bubbles...this is all Bliss!

By Jay Govinda

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Quando o Silêncio chega, a mente desaparece!", by Osho

"A mente é uma ilusão, ela não é, mas parece ser, a tal ponto que você se confunde com ela! A mente é maya, é só um sonho, uma projeção... uma bolha de sabão! As pessoas falam em atingir 'um estado silencioso da mente', pensando que a mente pode se calar. A mente nunca se cala, pois ela significa o conflito, o tumulto, a tensão, a enfermidade. Ela não silencia, quando há silêncio, a mente não está alí! Quando o silêncio chega, a mente desaparece; quando a mente está, não há mais silêncio. Assim, não pode haver uma mente silenciosa, como não há uma doença saudável. Então, por favor, abandonem esta ilusão! É como se você estivesse pensando em viajar sobre o arco-íris e me perguntasse: 'Que passos devo dar para subir no arco-íris?' Resposta: 'Nenhum, o arco-íris é só um aparição, assim, nenhum passo pode-se dar'. Um arco-íris simplesmente aparece, não é uma realidade, é uma falsa interpretação da realidade.
A mente não é sua realidade, é uma falsa interpretação. Você não é a mente e nunca poderá ser. Este é o problema, identificar-se com algo que não existe. Um mendigo acredita possuir um reino e está sempre preocupado demais com o palácio, em como administrá-lo, como governá-lo, como protegê-lo, etc. Faz tantos planos. Todavia, não há nenhum reino, mas ele permanece preocupado!"
By Osho, no livro "Conversas Sobre o Zen".

Compreendendo a 'raiz do problema', segundo a Vedanta

Pergunta:
Nós inicialmente pensamos que compreender uma filosofia seja algo intelectual, mas parece que a verdadeira experiência espiritual está conectada a um estado supra-consciente, além da mente. Este processo de reflexão ou estudo conduz a isto?
Resposta:
Tem havido muitas formas de abordar o problema, mas a questão é: “somos já espirituais ou estamos evolvendo à caminho da espiritualidade?”  Esta é a indagação principal! Sou eu já espiritual ou vou tornar-me espiritual?
As religiões populares têm sempre procurado dar ênfase a que “eu fiz algo muito errado antes e agora tenho que fazer-me bom!” A Vedanta é a única religião que diz- “Você já é espiritual, tem apenas que tomar consciência disso.” Assim, tenho que descobrir como: se através da devoção, ou através do entendimento racional, ou por meio da ação desinteressada ou pelo caminho da meditação. São estas as formas de compreender o problema. Seja qual for a qualidade de energia que eu possuo, a energia da ação, a energia da emoção, do discernimento ou da meditação, por qualquer destes tipos de energia posso me desenvolver até um nível em que alcance o supra-consciente. Porém, não há propriamente divisões entre os níveis, a vida comum não é inútil e apenas a vida supra-consciente seja útil.
Eu preciso entender como a Vedanta procura explicar que minha natureza básica é espiritual, que nasci espiritual e jamais poderei livrar-me de minha espiritualidade. A única questão é: - Eu desconheço isso!
Assim, esta ignorância, este desconhecimento, tem que ser removido. Como? Bem... há muitos modos!
O homem tem sempre se perguntado: - porque sofro? Ë o problema básico da humanidade. Em resposta, as religiões antigas dão a interpretação de que o homem teria agido mal, algo como “pecado original”, que é muito difícil de entender, portanto, não me peçam para explicar... Depois,simplificaram o problema dizendo: “Eu conheço a Verdade, vou explicar um caminho, você o segue e isto é tudo!”
Bom, não estamos hoje propensos a aceitar isso. Sendo assim, o uso da razão é muito necessário para o devido entendimento. Mas, se de novo começarmos a dizer – Oh, isto é muito difícil, não tenho tempo nem energia para compreender! , a autoridade aparecerá outra vez, pois sempre há quem esteja pronto para reinterpretar estes ensinamentos para nós, em troca de dinheiro.
Os princípios básicos não são difíceis de entender. Quais são estes princípios básicos?
O princípio básico, de acordo com a Vedanta, é: - "A divindade está dentro de mim! Eu sou divino por natureza!"
A pergunta que se segue é: - Porque não tenho consciência disso?
Muito simples de explicar: - Eu ainda não conheço tudo que está envolvido nisso, estou aprendendo!
Agora entra em cena a questão de evolução. Que vem a ser “evoluir”?
Até a completa evolução do corpo e da mente humanas, o mais importante era o desenvolvimento das espécies. Agora, como conseqüência, é necessário que o próprio indivíduo tome a responsabilidade de evoluir conscientemente. Para tanto, um sistema sensível já nos foi dado, temos que usá-lo.
Assim, o raciocínio, como atributo intelectual, tem sido muito valorizado em cada esfera da vida. De modo correspondente, se não for praticado também na vida espiritual haverá enorme desequilíbrio.
Trecho de uma palestra dada no Brasil, em 1996, pela monja hindú sra. Vivekaprana, do mosteiro Sri Sarada Math, Índia.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A beleza de simplesmente "existir"...uma meditação!

Encontre o "portão estreito" que conduz à Vida! Ele tem sido chamado de 'Agora'. Restrinja sua vida a este exato momento. (...) Quando estamos cheios de problemas, não há espaço para nada 'novo' entrar, nenhuma solução. Portanto, sempre que possa, crie algum espaço de modo a encontrar Presença sob o disfarce de sua situação de vida!
Utilize seus sentidos plenamente, esteja onde estiver. Olhe em volta, apenas 'olhe', não interprete. Veja as luzes, as formas, as cores e as texturas. Esteja consciente da presença silenciosa de cada objeto, esteja consciente do espaço que permite a cada coisa existir. Ouça os sons, não os julgue. Perceba o silêncio por trás dos sons. Toque em algo, sinta e reconheça o Ser alí dentro. Observe o ritmo de sua respiração, sinta o ar fluindo para dentro e para fora. Sinta a energia vital dentro de seu corpo. Permita que as coisas aconteçam, no interior e no exterior. Deixe que todas as coisas 'sejam', mova-se profundamente para dentro do Agora!
Você está deixando para trás o agonizante mundo do 'calculismo' e da 'durabilidade'. Está se libertando da mente doentia que suga sua energia vital, do mesmo modo que, lentamente, está envenenando e destruindo a Terra. Você está acordando do sonho do 'tempo' e ingressando no Presente!
Trecho do livro "O Poder do Agora", by Eckhart Tolle.

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.