terça-feira, 26 de julho de 2011

Pensamentos que conduzem ao estado de Nirvana

"Tudo que percebemos neste mundo é tão somente 'existência'. Por debaixo desta existência está o Ser, o sem forma, a eterna dimensão interior. A sensação de incompletude em tantos de nós tem a ver com nossa inabilidade em perceber este Ser dentro de nós, o 'Eu Sou' interno, a sensação original de existir!" (Eckhart Tolle)
"É verdade que a pratica de retirar a mente de coisas externas, concentrando-a em um único objeto, contribui bastante na aquisição da habilidade para meditar. Porém, para ser de fato bem sucedido em meditação, não perdendo o que se conquistou em futura revolta da mente, deveríamos chegar a uma condição em que a mente não mais deseja qualquer coisa exterior. Este é o princípio da renunciação!"  (Swami Ashokananda)
"Alguns já têm consciência de que esta vida é apenas para libertar-se. Mas, libertar-se do quê? Indo até mesmo além do conceito de liberdade, há como uma urgência queimando neles, e esta urgência significa a remoção  da idéia de que não são livres. Ainda um passo mais, remover também a idéia 'eu sou livre', chegando aquela pura inocência de apenas ser." (Mooji, de  Tiruvannamalai, Índia)
"Sature sua personalidade com a clara percepção do Divino em você, o tempo todo, dentro e fora. Este é o glorioso conceito de Karma Yoga. O egocentrismo original sendo substituido pelo divino centrismo ideal. 
(Swami Sridharananda, da Austrália)
"É claro que, neste momento, estão à procura do guru interno exteriormente. Mas, chegará o tempo em que esta busca naturalmente cessará, e a pessoa poderá desfrutar de verdadeira liberdade ao tornar-se uma com seu Bem Amado. Então, não mais duas partes, apenas Uma!" (Sri Guru Maharaj)
"Não há nenhum esforço em apenas presenciar. Você compreendendo que você é a única testemunha, e este entendimento atuará. Não se necessita mais nada, apenas recordar que o Observador é você mesmo. Dê toda sua atenção a isto: O que é que me torna consciente?" (Nisargadatta Maharaj)
"Você está sempre na Fonte, como poderia abandoná-la? Isso é uma piada... o peixe está reclamando: 'Estou com muita sede!'. Você reclama como o peixe - 'Onde está a Fonte? Não consigo ser eu mesmo!' Que grande  brincadeira você começou!" (Sri Papaji)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sobre a Auto Iniciação e a Upadesa, segundo Sri Ramana...

A transmissão do Guru ao discípulo de sílabas sagradas (mantras), mudras (gestos) e símbolos imaginários é descrita na sagrada tradição como "iniciação ao Conhecimento". Do mesmo modo, em muitas tradições monásticas, ,upadesas, que são ensinamentos verbais curtos, são oferecidos como uma forma de iniciação. Dentro desse costume, quase todos os que procuravam Sri Ramana, desejavam muito receber dele alguma forma especial de upadesa. A um destes buscadores, Sri Bhagavan deu a seguinte resposta:
"O Conhecimento não é dado nem do exterior, nem por outra pessoa. Ele pode ser realizado por qualquer pessoa em seu próprio coração! O Guru de cada um é o Ser Supremo, que revela Sua própria verdade em cada coração através do princípio consciente 'Eu Sou'. A concessão de verdadeiro conhecimento por Ele é a iniciação em Jñana. A graça do Guru é somente esta auto-percepção, que é a real natureza da pessoa. É esta consciência espiritual que revela, seguidamente, a existência do Guru. Esta divina Upadesa está sempre ativa, naturalmente, em cada qual. Sendo que apenas esta Upadesa é reveladora da realização natural do Ser Supremo através da própria vivência pessoal, os buscadores amadurecidos não têm necessidade - jamais - de procurar auxílio externo ao Conhecimento Superior. Desde que o significado do termo 'upadesa' é 'permanecer no Ser' ou 'viver como o Ser', enquanto se estiver à procura de realização exterior, a Auto-realização não poderá ser alcançada. Desde que a pessoa é, ela própria, a realidade toda radiosa no coração, como consciência espiritual, que procure viver sempre como sthita prajna - estabelecido em Sabedoria - como quem alcançou sua verdadeira Natureza. Permanecer estabelecido na experiência da Realidade Sublime é descrito nos Upanishad como 'Supremo Silêncio', 'Ficando em Quietude' ou 'realização de sua própria natureza'."
Fonte: "The Power of the Presence", por David Godman.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Visão de Deus, de acordo com Sri Ramakrishna



     Alguém certo dia perguntou: ‘Senhor, poderia nos dar a visão de Deus?’   Mestre: ‘Tudo depende da vontade dEle, o que uma pessoa pode fazer?  Enquanto  medito em Deus, alguns dias sinto um duradouro despertar interior e noutros dias nada sinto. A pessoa deve fazer um esforço, só então pode ver Deus. Certa vez, em estado elevado, tive a visão de um lago, onde um aldeão retirava água depois de haver afastado uma espuma verde superficial. De quando em quando, tomava água na palma da mão para examinar. Nesta visão me foi revelado que a água não pode ser vista sem que a espuma verde, que cobre o líquido, seja afastada; isto é, não se consegue desenvolver amor por Deus ou obter Sua visão sem trabalho. Trabalho significa meditação, repetição do mantra e tudo mais. Cantar o nome de Deus e Suas glórias também é trabalho, em que se pode incluir ainda caridade, sacrifícios e assim por diante.
      Se você quiser manteiga, deve deixar que o leite se torne coalhada, deixando-o em um lugar tranqüilo. Quando houver se tornado coalhada, você tem que trabalhar duro com a batedeira. Só então poderá obter a manteiga do leite!
      Que vai você aprender sobre Deus em livros? De certa distância você poderá ouvir apenas o rumor do oceano. Ao se aproximar, porém, verá muitos barcos velejando de um lado a outro, pássaros a voar e ondas se quebrando!
     A única coisa necessária é ser apresentado ao senhor da casa. Porque ficar ansioso em saber, por antecipação, quantos jardins e casas, quantas apólices do governo o dono da casa possui? Os criados não lhe permitirão nem mesmo se aproximar, que dirá de lhe adiantar sobre os investimentos de seu amo. Desse modo, de uma maneira ou de outra, torne-se conhecido do dono, mesmo que tenha de saltar sobre uma cerca e levar um empurrão dos empregados. Então, o próprio dono da casa irá lhe relatar sobre suas casas e jardins e seus investimentos. E, o que é melhor, os criados e o porteiro o saudarão ao saberem que já é conhecido de seu senhor.
      Devoto: ‘A questão agora é como se tornar conhecido do dono da casa!’
    Mestre: ‘Por isso disse que o trabalho é necessário. Não basta dizer que Deus existe e continuar desperdiçando seu tempo. Você tem de realizar a Deus de um modo ou de outro. Chore por Ele com um coração anelante. Vocês andam de um lado a outro, como loucos, em busca de ‘luxo e luxúria’, fiquem agora um pouco enlouquecidos por Deus. O que vão alcançar pela simples afirmação de que Deus existe, nada fazendo a este respeito? No lago de Haldarpukur vivem grandes peixes, mas poderá alguém apanha-los simplesmente se sentando em suas margens sem se preocupar? Não, tem-se que preparar algumas iscas condimentadas e jogá-las no lago. Então, das profundezas virão os peixes e você verá ondulações. Isto o deixará feliz. Talvez algum deles salte para fora d’água e você terá uma visão rápida de seu tamanho, e isso o deixará muito contente!’
     Fonte: "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de autoria de M. Mahendranath Gupta.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Uma meditação:"O que é Real?"

Penso que faz parte do "mistério" de estarmos aqui, fazer esta indagação: "Como vim parar aqui? Que mundo é este?" Estar 'vivo', ser 'existente' é um fato incontestável e que não pode ser mudado. Para muitos, estar 'vivo' não parece significar muita coisa, não é suficiente, e ela mesma acredita  ter que adicionar muitas coisas para que 'sua vida' adquira significado! Porém, quanto mais acrescenta, mais insatisfeita está. Esta insatisfação cria uma 'busca' em vários níveis, do mais grosseiro ao mais sutil, tornando-se - em algum ponto - uma busca por conhecimento, necessidade de saber: temos necessidade de saber quem somos, de saber o que é o mundo e o que é Deus. Gostaríamos que nos mostrassem, com clareza, o que é real. Que alguém separasse as coisas e nos dissesse: isto é bom, isto não é, isto serve, isto não serve! Porém, esta clareza, esta classificação, é puramente ilusória. Temos de ir, aos poucos, descobrindo por nós mesmos.
Na Índia havia alguém que desejava conhecer a Verdade e não se sentia satisfeito com as respostas que vários sábios lhe conferiam. Eles não o convenciam. Ele era devoto de Krishna, tinha visões brincando com Krishna como crianças, meditava em Krishna e procurava conduzir sua vida como Seu servidor. Mas...isso não o contentava. Um dia, tendo recebido informações de alguns amigos, dirigiu-se ao sul da Índia, a Tiruvannamalai, onde se contava de um sábio cujo olhar transformava as pessoas. Ramana Maharshi era como se chamava este sábio, que vivia em silêncio, na mais absoluta simplicidade. "O senhor já viu Deus? Caso o tenha visto, pode me possibilitar esta visão também?", foi a indagação que o buscador fez logo ao chegar. Tão logo cumprimentou o Mouni (que vive em silêncio), já foi meio que pressionando para obter uma resposta. Sri Ramana então respondeu: "Não, não lhe posso mostrar Deus e tampouco conferir-lhe a visão dele, pois Deus não é um objeto que possa ser visto. Deus é o sujeito, é Ele quem vê. Não se preocupe com objetos que podem ser vistos. Descubra quem é o Vedor." E logo acrescentou:"Você, somente, é Deus!"
Uma outra sequência pode ser contada e se refere ao primeiro encontro de Narendra (futuro Swami Vivekananda) e Sri Ramakrishna. Narendra, rapazola de 18 anos, estava acostumado ao estudo dos filósofos ocidentais do século XIX, e sua fé em Deus e nas religiões não era ainda firme. Não aceitava religião com base na fé: desejava ter provas da existência de Deus. Foi neste estado de espírito que certo dia, um amigo o levou à presença de Sri Ramakrishna, que estava em companhia de outras pessoas.Porém, tão logo surgiu a oportunidade, foi perguntando: "Senhor, já viu Deus?" Ao que Sri Ramakrishna respondeu: "Sim , já vi a Deus, e o tenho visto até mais tangível do que vejo você. Tenho conversado com Ele mais intimamente do que estou falando com você!" E ainda prosseguiu: "Mas, meu rapaz, quem deseja ver Deus? As pessoas derramam jarras de lágrimas por dinheiro, esposa e filhos. Porém, se chorassem por Deus por um dia apenas, elas certamente O veriam!" Narendra ficou surpreendido, era a primeira vez que ouvia alguém confirmar ter visto a Deus...
Bom...isso também provoca nossa meditação, nossa reflexão. As duas respostas parecem se contradizer, parecem nos confundir. Será isso assim realmente???

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.