sábado, 10 de outubro de 2015

Parábola dos Dois Construtores de Castelos

Construindo Castelos...

Sol escaldante. Ar salgado. Ondas rítmicas. Um garotinho, ajoelhado, retira e armazena areia em um balde azul. Logo, invertendo o balde sobre a areia, levanta-o. Para a alegria do pequeno arquiteto, a torre de um castelo surge. Durante toda tarde ele trabalha. Com uma colher, vai cavando o fosso. Erguem-se as muralhas. Pontas de garrafa serão as sentinelas e palitos de picolé, as pontes. Um castelo de areia será construído.

Cidade grande. Ruas movimentadas. Tráfego barulhento. Um homem está em seu escritório. Em sua mesa, papéis estão sendo empilhados, enquanto ele distribui tarefas. Com o telefone pendurado em seu ombro, ele bate em um teclado com os dedos. Confere os números e contratos são confirmados, e, muito para seu deleite, um bom lucro é alcançado. Toda sua vida ele irá trabalhar, formulando planos, prevendo o futuro. Anuidades serão as sentinelas. Ganhos de capital serão suas pontes. Todo um império se erguerá.

Dois construtores de castelos. Eles têm muito em comum. Fazem grandezas de pequenos grãos. De início, de nada sabem, mas logo, surge algo novo. São diligentes e determinados, mas, para ambos, a maré se erguerá e o final acontecerá. Porém, é aí que as semelhanças terminam.

Pois o garotinho antevê o final, enquanto o homem o ignora. Observe o menino ao se aproximar o anoitecer. Quando as ondas chegam perto, a sábia criança se endireita e bate palmas. Não há tristeza, não há medo, não se lamenta. Ele sabia que isso ia acontecer. Não está surpreso e quando a grande onda se quebra sobre o castelo, arrastando sua obra prima para o mar, ele sorri! Sorri, apanha suas ferramentas, toma da mão de seu pai e volta para casa.

O adulto, todavia, não é tão sábio. Quando a maré dos anos desaba sobre seu castelo, ele fica aterrorizado. Rodeia seu monumento de areia afim de protegê-lo. Tenta bloquear as ondas que se lançam de encontro às paredes que ele construiu. Ensopado e trêmulo, ele rosna à vista da maré enchente. “É meu castelo!”, ele desafia, mas o oceano não responde! Ambos sabem a quem as areias pertencem.

Não sei bastante sobre castelos de areia. Mas crianças sabem. Observe-as e aprenda. Siga em frente e construa, mas com um coração de criança. Quando o sol se esconder e a maré subir, aplauda. Celebre o processo da vida e então retorne, na manhã seguinte... para alegremente construir um castelo melhor!

4 comentários:

  1. Como é difícil se desapegar das coisas... Elas se tornam maiores do que nós mesmos, ou melhor, a nossa pequenez é que as engrandece.
    Precisamos descobrir qual é a nossa verdadeira grandeza.

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  2. Robiana V M Mascaro27 de maio de 2010 às 14:49

    Belíssimo, Profundo... Um grande abraço!

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  3. Realmente a questão não está em se construir os "castelos", sejam eles de que natureza forem. Mas o importante é sabermos que só a "destruição" deles é que torna possível a construção de novos ou melhores. E lembrarmos sempre de quem é o verdadeiro dono destes castelos.

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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