sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Os quatro véus que encobrem a Realidade

Este é um texto bastante sintético, em que o autor, Swami Chinmayananda, resumidamente expõe as condições causadoras de nossos condicionamentos e  porque nos identificamos tanto com as coisas e as situações, e nos tornamos dependentes de nossas próprias observações.

Como dissolver a mente e existir como Consciência
Vejamos agora como é possível anular ou dissolver a mente. A mente, com seus pensamentos, percepções e projeções, existe somente devido a 4 interpretações: de qualidade (gunas), de atividade (kriya), de adjetivos (visesa) e de relacionamento ou familiaridade (sambhanda). Por causa destas interpretações da mente, sempre que ela entra em funcionamento, o faz apenas através delas. De outro modo: a mente vê uma qualidade em algum objeto e diz - 'Como é belo!' Ou fica pensando em termos de atividade, e afirma - 'Como se movimenta!', ou em termos de adjetivos - 'Oh, que lindo azul!', ou ainda , em termos de relacionamento - 'Esta pessoa se parece comigo!'
Sendo assim, quando vemos um objeto através de nossa mente condicionada e projetiva, nunca vemos o objeto tal como é. Seguimos vendo-o 'colorido' pela interpretação de nossa mente. Diz um ditado que "aquele que não possui reto-conhecimento (da Verdade), não vê, embora esteja olhando."  Ele vê somente suas projeções, seus próprios pensamentos.
Olhe para uma flor, por exemplo, e perceba os pensamentos que surgem à mente: 'Mas, que linda flor. E de cor amarela! É um narciso. Minha amiga também plantou narcisos em seu jardim. Talvez eu também devesse plantá-los!' Ou seja, enquanto você observa a flor, não a está vendo, é como se ela fosse apenas um 'trampolin' para sua mente se projetar. Esta mente pensante é, por associação, como um fluído-mental.
Assim, quando se olha para algo, não se vê a coisa em si, mas se pudermos ver a flor como flor, como ela é, veremos a Brahman tão somente. Remova qualidade, movimento, adjetivos e relacionamentos e veja somente a flor! Aquilo que você vê, dessa forma, é a Consciência. Portanto, tome qualquer coisa, uma folha de relva, sem chamá-la por nenhum nome, remova os quatro julgamentos ou inferências, e veja-a. Ou, então, a um amigo: esqueça seu nome, sexo, idade, qualidades e suas ações. Olhe para qualquer coisa, seja um átomo, seja o universo. Se estas 4 interpretações forem removidas, a mente pensante terá sido aniquilada. Então, neste momento lúcido e calmo de não objetividade, você é você mesmo, o puro ser. Lembre-se de que estas 4 inferências não passam de tagarelice da mente. Remova-as, e então, veja! O que restar é o 'estado de Consciência Pura'.
Estrato do livro "The Highest Truth", do rev. Swami Chinmayananda, publicado pela Chinmaya Mission, Índia.

3 comentários:

  1. Muito simples, agora precisamos arregaçar as mangas e começar a trabalhar...Até entender o que quer dizer - seja você mesmo...

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  2. É claro, temos de ver isso como "linhas gerais", ficando para cada qual encontrar também suas próprias interpretações. Eu incluiria aqui a tendência a imaginar coisas misteriosas e fabulosas. Mas penso que é, como se diz, dever de casa!
    Haribol

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  3. Parece simples...
    Bom seria.
    Devemos assim mesmo persistir !

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.