terça-feira, 30 de março de 2010

'Saiba que você é Ele...'

"O homem é o mais elevado, o Taj Mahal dos templos. (...) No momento em que eu houver realizado a Deus sentado no templo de cada forma humana, no momento em que reverenciar cada ser humano vendo Deus nele, neste momento torno-me livre de toda servidão, tudo que me prende desaparecerá e estou livre.

Seja livre, e assim, tenha tantas personalidades quantas desejar. Então, poderá fazer como o ator que vem ao palco e representa o papel de mendigo. Compare-o com o mendigo que caminha pelas ruas. A cena é, talvez, a mesma em ambos os casos; as palavras também, talvez, as mesmas, ainda assim, veja que diferença! Um deles  desfruta sua mendicância, enquanto o outro sente-se miserável por causa dela. O que causa a diferença? Um é amo e o outro, servo. O ator sabe que seu estado de mendigo não é real, mas que foi assumido para aquela representação, enquanto que o verdadeiro mendigo pensa que é seu estado próprio, devendo suportar aquilo queira ele ou não. Esta é a lei. Enquanto não tenhamos conhecimento de nossa verdadeira natureza, somos mendigos, empurrados de um lado a outro, pelas forças da natureza."
Swami Vivekananda, em Vedanta Prática.

segunda-feira, 29 de março de 2010

O Momento Presente

É claro que o conhecimento do 'momento presente' é algo intuitivo, pois nós estamos nele o tempo todo. É como se estivéssemos sentados nele dirigindo nossas operações a partir daí! Todavia, para efeito descritivo, temos de usar alguma idéia e dizer que o 'momento presente' não é alguma coisa, uma ponte, entre o passado e o futuro. Não é um caminho e não há um atalho também, o momento presente já está aqui e nós o chamamos AGORA! Vamos tentar lhe oferecer uma idéia do fino sabor do Momento Presente. Um homem pescava com seu caniço à beira de uma lagoa. Tudo era silêncio e sua linha descia quase invisível da ponta do caniço até a água, onde se engatava em uma rolha que flutuava! O pescador estava todo atento e ao menor movimento da rolha naquela superfície calma, seus olhos percebiam, suas mãos estavam serenas e firmes segurando a vara, na mente nenhum pensamento havia. Em dado instante, alguém se aproximou e lhe perguntou alguma coisa. Ele nada percebeu.  A pergunta foi feita novamente, mas ele nada respondeu. Não via e nem ouvia nada ao seu redor, toda sua atenção se achava concentrada no que fazia, na dança da rolha e nas sensações que lhe chegavam através do caniço. Estava totalmente alerta, todo conectado ao Presente. Naquele AGORA, toda sua energia se desprendia e se transformava em atenta e cuidadosa ATENÇÃO. Era UM com aquele lugar, com aquele momento, com aquele imediato existir.
O fato inarredável de Ser - Eu Sou -  de existir, é imensamente prazeroso. A maravilha de ESTAR PRESENTE não pode ser cortada pela tesoura dos ponteiros do relógio jamais! A observação estática da beleza inerente ao Momento Presente vai num crescendo até o samadhi, primeiro como 'duas coisas' e logo Uma só. Este Êxtase é nossa divina natureza!

quarta-feira, 17 de março de 2010

“UMA XÍCARA DE CHÁ”

Editorial:


Tenho hoje para comigo uma certeza: é preciso cultivar uma boa reserva de bom humor para se viver. Muitas situações contrárias são resolvidas apenas com ‘bom humor’. Não com calculismos, não com velhos conceitos, menos ainda com ‘mau humor’! Sem uma boa dose de ‘bom humor’ é como se os acontecimentos ficassem maiores do que são e nossa própria perspectiva fosse diminuindo... diminuindo...!

Não se trata, porém, de cultivar o gosto por anedotas, que têm seu valor, nem de ficar deixando correr o riso fácil. Não, nada disso! Temos de aprender a encontrar e compreender o natural lado humorístico da vida, retirando daí a munição necessária para o dia a dia. Se não, vejamos - a vida em si mesma é muito engraçada: pessoas que se querem bem, vivendo separadas, enquanto inimigos e adversários vivem enlaçados! Quando muito desejamos que algo aconteça, acontece exatamente o contrário. Você tem algo superior a oferecer, parece que lhe voltam as costas, mas se tem algo apenas banal... sua porta fica congestionada! Ah, que magníficas coisas desproporcionais! Sim, a vida é realmente muito cômica!

Eu, por meu lado, havendo penado bastante até entender, tenho visto que não adianta adotar uma postura muito rígida com nada, tudo é passageiro e tão fugaz... A graça natural das coisas, o lado cômico, ocasional e fresco, está embutido em qualquer situação, esperando que você o surpreenda. Os homens realmente sábios, não nos esqueçamos, são cheios deste ‘bom humor’; de onde o retiraram?

Há em uma cidade litorânea, em sua única rua comercial, um rosto enorme de um sábio, um boddhisattva, à entrada de uma loja de presentes. É uma face esculpida em pedra e que mantém um sorriso afável e impessoal, parecendo confirmar ou concordar com tudo que se passa a sua volta. Noutro dia sentei-me diante desse rosto ‘que não vê você’ e procurei captar seu ensinamento: ao lado, em um bistrô, pessoas se divertiam ouvindo música; na loja, outras entravam e saiam, crianças choravam já cansadas de tanto passear, e por trás, em uma pequena igreja, devotos cantavam acompanhando a missa vespertina. Olhei aquele rosto e seu sorriso permanecia o mesmo; fiz uma observação a respeito da confusão ao seu redor, e o sorriso continuou igual. Indaguei-lhe, então, sobre a provisoriedade das coisas da vida e o sorriso se tornou mais sereno ainda. Senti que minha idéia básica estava confirmada: tudo está bem em toda parte!
By Sri Ram

terça-feira, 16 de março de 2010

Ficando Consciente

Parece que em determinado momento de nossa vida temos de fazer uma escolha: por um lado está o mundo, com suas contradições, seus processos que não podemos seguir, seu mistério que não podemos compreender. Como a Esfinge dos antigos ritos, que surgindo diante do aspirante, dizia: 'Decifra-me ou devoro-te!' Assim se parece o mundo de hoje, tão claramente. Mas, do outro lado, estamos nós - o Eu Sou, o Eterno Observador, que pode decifrar aquele mistério se alcançar o Conhecimento de si mesmo, ao encontrar em seu interior a Fonte de Sabedoria que lhe facultará também o entendimento das coisas do mundo. Só, então, toda existência terá sentido, será real, será frutífera!

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.