sexta-feira, 10 de junho de 2016

"Aprender a estar só...!" por monge americano Thomas Merton

Thomas Merton – “Aprender a Estar Só...”
Solidão física, silêncio exterior e verdadeiro recolhimento são necessários a todo aquele que deseja levar vida contemplativa; porém, como tudo mais, são apenas meios para se chegar a um fim, e, se não compreendermos o fim, teremos usado erradamente os meios.
Não vamos ao ‘deserto’ com o intuito de fugir dos demais, e sim, para aprender como encontra-los! Não nos separamos das pessoas com a finalidade de não nos interessarmos mais por elas, mas para encontrar o melhor modo de lhes fazer bem. Mas, esse é apenas um fim secundário. O fim primordial e que inclui aos demais, é amar a Deus! (...)
Só há uma fuga verdadeira do mundo e não se trata de fugir do conflito e do sofrimento, mas sim da desunião e da separatividade, para dentro da paz e da união pelo amor aos demais.
Qual é o ‘mundo’ pelo qual Jesus não quis orar e do qual disse que seus discípulos estavam nele, mas a ele não pertenciam? É a cidade irrequieta dos que vivem para si e estão, por isso mesmo, divididos uns contra os outros numa luta sem fim... É a cidade dos que lutam para possuir coisas limitadas e pelo monopólio de bens e prazeres que não podem ser compartilhados.
Mas, se tentamos sair deste mundo, abandonando apenas fisicamente a cidade para nos escondermos em algum lugar, levamos conosco a ‘cidade’; no entanto, podemos estar inteiramente alheios ao mundo mesmo ‘estando nele’, se consentimos que Deus nos liberte de nosso egoísmo e se vivemos unicamente para o amor. (...) Contudo, a solidão mais autêntica não é algo externo a nós, não é a ausência de pessoas ou ruídos: é como um abismo que se abre no centro de nossa própria alma! E esse abismo da quietude interior é uma necessidade que jamais será satisfeita por alguma coisa criada. O único meio de encontrar esta solitude é pela fome e sede, pela dor e pela pobreza, e pelo desejo! E quem achou a solitude está vazio, como se tivesse sido esvaziado pela morte!
Quem a encontrou, adiantou-se para além de todos horizontes. Não há mais nenhuma direção em que possa viajar. Acha-se num país cujo centro está em toda parte e cuja circunferência não está em nenhum lugar. Não pode ser este país encontrado por meio de viagens e sim pelo fato de nos mantermos quietos e sossegados!

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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