segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Breves relatos de Sri Ramakrishna (parte II)

Ele deve ter vindo mesmo de um Admirável Mundo Novo e dizia coisas que ninguém dizia:

-“Posso ver as pessoas como se fossem de vidro; posso ver a verdade que está em seu coração, mesmo que falem diferente!
-“Se você se encontrasse com Deus, face a face, iria lhe pedir dinheiro para construir orfanatos, hospitais e reservatórios públicos, ou lhe pediria sabedoria?”
- Sobre como viver no mundo: “Um barco pode estar no mar, mas o mar não pode estar no barco!”
-“O que impede as pessoas de alcançar Yoga é somente ‘luxo e luxúria’!”
-“Ore a Deus com o coração anelante, e Ele terá que se mostrar a você!”

Ele podia resumir em poucas e esclarecedoras palavras, todo um mistério metafísico que alguém talvez escrevesse livros para explicar. Quando perguntado se era possível ver Deus, ele afirmava que sim, porém, desde que certas condições fossem cumpridas. Se alguém dissesse desejar conhecer toda a vastidão do Divino Ser, ele simplesmente dizia: “Para conhecer o rio Ganges, terei que percorre-lo desde as nascentes, nos Himalaias, até onde desaparece no oceano? Claro que não! Basta apenas banhar-me nele!” Ou talvez preferisse contar o caso da “boneca de sal” que desejava conhecer a profundidade do oceano, mas à medida que entrava no mar, ia se dissolvendo!

Muito já se escreveu sobre a vida de Sri Ramakrishna, que viveu na Índia entre os anos de 1836 e 1886, no estado de Bengala. A obra que introduziu Sri RK ao ocidente, foi escrita, ou melhor, foi compilada por um de seus discípulos íntimos, Mahendranath Gupta, mais conhecido por M., e se chamou Sri Sri Ramakrishna Kathamrita, traduzida para o inglês como “The Gospel of Sri Ramakrishna”, ou “O Evangelho de Sri Ramakrishna”, em português. Trata-se da reprodução dos encontros presenciados por M. entre Sri RK e pessoas buscadoras da Verdade, algumas depois se fizeram seus discípulos e outras apenas amigos e admiradores, nos quatro últimos anos em que o Mestre esteve com eles.
M. não era monge, como se pode pensar, nem político, nem marajá, apenas professor de uma escola particular; casado e com filhos, morando todos com seus pais. Na época em que conheceu Sri RK passava por grandes provações, pensando até em se suicidar. Tinha aproximadamente 28 anos, mas depois das primeiras visitas, sentindo-se segura na companhia dele, conseguiu reequilíbrio emocional e, por fervorosa devoção, quando retornava a sua casa depois de estar em presença do Mestre, dedicou-se a tomar notas de todas as palavras saídas de sua boca, de memória! Costumava ficar ouvindo, depois meditava no que ouvira e então anotava tudo. Dedicou toda sua vida a suas aulas e a repetir os ensinamentos que recebera diretamente de Sri RK. Passados alguns anos, as pessoas vinham de muito longe para ouvi-lo contar seus relatos, aquelas parábolas e passagens que já esposara como ‘suas’ e que haviam transformado toda sua existência.
O escritor Paul Brunton, em seu livro célebre “A Índia Secreta”, relata um breve encontro que teve com M., em 1936, e disse que este morava na mesma casa de antes e possuía a figura de um verdadeiro Patriarca.
Claro que você não deve ler o “Evangelho” com sua mente comparativa e calculista. Trata-se de uma vida singular, única em seu contexto e sem qualquer comparação. A sugestão é que o faça, quando sua ‘carga’ se tornar insuportável, mas com a mente do ‘desesperado’, do ‘perdido’, do aflito! Assim o remédio terá efeito imediato. Pois é preciso sentir verdadeira paixão pela existência toda, e, por sentir-se separado dela, não podendo recorrer a mais nada, finalmente pode encontrar refúgio nestes santos pés, os pés descalços de Sri Ramakrishna.
By Jay Govinda

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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