terça-feira, 24 de agosto de 2010

Qual a melhor maneira de iniciar o estudo da Vedanta?

Pergunta:
"Qual seria a melhor forma de abordar a Vedanta? A forma devocional, a forma de raciocínio, a forma monista, a forma de trabalho desinteressado, ou alguma outra forma?"
Resposta:
"A filosofia Vedanta enfatiza a necessidade de estudarmos nossa própria dimensão. Basicamente, eu devo saber o que estou buscando, o que necessito. Desde que é muito difícil compreender a mim mesmo e poder escolher um caminho, uma tradição de Mestres foi aceita na Índia. Esta filosofia deveria ser estudada sob a direção de um instrutor qualificado, profundo conhecedor da natureza humana, que pudesse conduzir as pessoas ao entendimento de sí mesmas, e, finalmente, poder escolher. Esta escolha nunca seria imposta a alguém. E como estas tradições estavam desaparecendo e instrutores daquele calibre não mais eram encontrados na Índia, Sri Ramakrishna veio dar novo impulso e orientação ao antigo método. Penso que esta ciência veio ao ocidente com o propósito de fornecer às pessoas o conhecimento necessário a sua auto análise, de modo a que possam interpretar esta filosofia à luz de sua experiência pessoal.
Sei que é uma grande tentação pedir a alguém que decida por mim. Porém, a base da psicologia Vedanta é que cada ser humano possui diferentes tendências e estas tendências têm que ser compreendidas. Para isso, a liberdade já nos foi concedida. Desde que somos nós que estamos em dúvida, precisamos estudar estes princípios, mesmo tomando a liberdade como um desafio. Assim, nossa própria experiência, nosso próprio entendimento sobre nós mesmos, nos conduzirá a um caminho específico.
Não é uma psicologia a ser praticada como algo inaplicável à minha vida cotidiana. É algo que deve tornar-se “minha vida diária”.
Assim sendo, apenas eu posso compreender minhas tendências, e assim escolher, destes princípios, os que se ajustam melhor às minhas inclinações.
Porque a idéia básica é que “nós já estamos todos nos empenhando para evoluir”. Portanto, temos de mudar nossa atitude, não propriamente nosso estilo de vida, ou nosso trabalho ou aparência exterior.
É preciso que também compreendamos nesse momento que a religião ensinada com base na autoridade de outra pessoa, é algo que vem sendo tentado em todas as culturas nos últimos 2.000 anos de história, pelo menos. Assim, essa época  requer, e nos desafia, a alcançar algo “novo”, à partir do entendimento de que fomos nós mesmos que iniciamos o processo de dúvidas e questionamento.
Também é verdade que, hoje, temos muito pouco tempo para dedicar a exercícios especiais. Assim, um novo processo de abordar a vida em profundidade, ou vida espiritual, tem que ser desenvolvido.
Descobertas científicas recentes vêm se tornando auxiliares na maneira como estamos vendo o mundo, e que precisam ser incorporadas também à nossa vida espiritual. Não podemos simplesmente retornar ao modo religioso que se costumava seguir sob a autoridade alheia.
Assim, desde que a vida tornou-se complicada, temos de nos retirar desta complicação desenvolvendo alguns princípios que explicarão tanto minhas urgências particulares, quanto de minha vida espiritual. De outro modo, ela se tornará uma vida muito fragmentada."
Fragmento de palestra proferida no Brasil, em 1996, pela monja hindú Sra. Vivekaprana, do monastério Sri Sarada Maa.

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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