quinta-feira, 9 de setembro de 2010

"O esforço espiritual é necessário?", na visão de Sri Ramakrishna

Pergunta: ‘Senhor, poderia nos dar a visão de Deus?’

Mestre: ‘Tudo depende da vontade dEle, o que alguém pode fazer? Ao cantar o nome de Deus, às vezes correm lágrimas e em outras vezes os olhos permanecem secos. Enquanto medito em Deus, alguns dias sinto um duradouro despertar interior e noutros dias nada sinto. A pessoa deve fazer um esforço, só então pode ver Deus. Certa vez, em estado elevado, tive a visão de um lago, onde um aldeão retirava água depois de haver afastado uma espuma verde superficial. De quando em quando, tomava água na palma da mão para examinar. Nesta visão me foi revelado que a água não pode ser vista sem que a espuma verde, que cobre a superfície, seja afastada; isto é, não se consegue desenvolver amor por Deus ou obter Sua visão, sem trabalho. Trabalho significa meditação, repetição do Nome e tudo mais. Cantar o nome de Deus e Suas glórias também é trabalho, em que se pode incluir ainda caridade, sacrifícios e assim por diante.
Se você quiser manteiga, deve deixar que o leite se torne coalhada, deixando-o em um lugar tranqüilo. Quando houver se tornado coalhada, você tem que trabalhar duro com a batedeira. Só então poderá obter a manteiga do leite!
Quanto das escrituras você pode ler? Que vai obter apenas com o raciocínio? Procure realizar a Deus antes de qualquer outra coisa. Tenha fé nas palavras do guru e trabalhe! Se não tem nenhum guru, então ore a Deus com o coração desejoso e Ele lhe deixará saber como Ele é! Que vai você aprender sobre Deus em livros? De certa distância você poderá ouvir apenas o rumor do oceano. Ao se aproximar, porém, verá muitos barcos velejando de um lado a outro, pássaros a voar e ondas se quebrando!
Não se consegue um real sentimento de Deus do estudo em livros. Este sentimento é algo muito distinto de aprender por ler. Livros, escrituras e ciência se parecem a pó e palha depois da realização de Deus.
A única coisa necessária é ser apresentado ao senhor da casa. Porque ficar ansioso em saber, por antecipação, quantos jardins e casas, quantas apólices do governo o dono da casa possui? Os criados não lhe permitirão nem mesmo se aproximar, que dirá de lhe adiantar sobre os investimentos de seu amo. Desse modo, de uma maneira ou de outra, torne-se conhecido do dono, mesmo que tenha de saltar sobre uma cerca e levar um empurrão dos empregados. Então, o próprio dono da casa irá lhe relatar sobre suas casas e jardins e seus investimentos. E, o que é melhor, os criados e o porteiro o saudarão ao saberem que já é conhecido de seu senhor."
Trecho do livro "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de Mahendranath Gupta

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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