terça-feira, 29 de junho de 2010

Lustrando o assoalho sempre...a prática do dia a dia!

Precisamos ter alguma auto-disciplina. Na vida nada se pode alcançar sem prática e duro esforço. A sociedade ou a igreja organizada lhe dará certos princípios gerais, um arcabouço dentro do qual você terá que atuar. Mas, compete a mim a melhor forma de agir. Ninguém pode me ajudar nisso. Existe apenas um Princípio ou Divindade em torno do qual temos que nos organizar. De verdades inferiores ascendemos às verdades superiores. Isto é tudo o que entendo hoje, mas, à medida que reflito, verdades mais amplas se abrem para mim. Temos que prosseguir passo a passo, desde o mais denso ao mais sutil. A cada dia nossa visão tem que se tornar mais e mais clara e firme. Digamos que eu queira manter um aposento limpo. Todos os dias faço um pouco de faxina e assim as coisas são mantidas limpas e em ordem. Esse pouquinho que seja será suficiente, mas deverá ser feito com regularidade, sistematicamente. Na Índia, confortos materiais são mínimos. Minha primeira experiência com piso de tábuas foi em Shillong, no clima frio dos Himalayas, onde as casas de madeira são construídas sobre pilotis e assoalhadas. Anteriormente, vivera sempre em climas quentes, em casas pavimentadas com cimento polido que duravam séculos. O assoalho de Shillong era sem vida e eu não tinha condições de usar tapetes ou acarpetá-lo. Alguém me sugeriu que fizesse um polimento com óleo de linhaça, mas ainda assim continuou fosco e embotado. Assim, todas as manhãs, esfregava o assoalho com um pedaço de pano. As pessoas riam de mim e me perguntavam por que fazia aquilo. Eu lhes respondia que não gostava daquele piso tão sem graça. Na verdade,  nunca ouvira falar no uso de ceras de polimento, mas com o simples esfregar aquele pano seco, diariamente, o piso adquiriu um brilho tão bonito, que aquelas mesmas pessoas pensaram que eu havia utilizado alguma cera. Veja só: apenas um suave polimento e nada mais!
É assim que devemos organizar nossa vida interior. Todos os dias dar um polimento. “Não disponho de muito tempo, não tenho paciência e nem o equipamento!" Pense como quiser, mas faça o que puder – simplesmente faça-o, esfregue-o, limpe-o todos os dias; é o bastante. Então, lentamente, a coisa desabrocha por si mesma. O melhor possível para a minha personalidade vem à tona. E quando isso acontece o desabrochar é mais amplo ainda, porque em essência, nós temos o Poder Divino dentro de nós e você acabou de criar a situação para que ele se abra por si mesmo. E se isso acontece você ganha força para fazer mais e mais.
Você não precisa ficar desanimado nem desencorajado por não ter podido fazer isso ou aquilo - “Oh, eu tinha tomado uma decisão, tropecei e então caí.” Levante-se e caminhe novamente, basta isso! O fracasso não está somente no fato em si; o verdadeiro fracasso está em aceitar o fracasso. Portanto, não o aceite. Levante-se e comece de novo a caminhar e você aprenderá. Isso é o que eu acredito que se deva fazer na vida espiritual. Isso é o que eu considero prático, conforme meu entendimento. Erros existem, não importa; são grandes lições recebidas. “Eu simplesmente não posso seguir esse caminho, não o compreendo; mas sigo o que posso e o que compreendo. A longo prazo é tudo uma soma e lentamente nos chega uma mudança, uma transformação.”
Você não deve entregar-se à tentação de pensar: “Eu não tenho aptidões para isto!” Este tipo de autocrítica, de autodepreciação, na verdade não é digna de um aspirante espiritual. “Deus me deu tanta força interior que eu farei tudo; então, vamos ver o que acontece!” Esta tem que ser a atitude.
(Resumo de uma palestra do Rev. Swami Bhavyananda, diretor espiritual do Centro Ramakrishna Vedanta, Londres)

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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