“Não é que a meditação tenha de ser trazida de algum lugar. Ela está ali, a semente já está ali. Você só tem de reconhecê-la, nutri-la, cuidar dela para que comece a crescer!”
Gautama define a meditação com uma palavra. Alguém perguntou a ele um dia, ‘O que é meditação, o que significa?’ e Gautama disse apenas uma palavra: ‘Parar!’ Essa era sua definição de meditação, ‘se para, é meditação!’ A sentença completa era: ‘A mente insana não para. Se ela para, é meditação!’
Meditação (DHYANA) é um estado de percepção sem pensamentos... sem emoção, sem sentimento, quando você está simplesmente consciente, quando se torna um pilar de consciência. Quando se está simplesmente alerta, desperto, atento, quando se é pura percepção!
Como não estamos interiormente alerta, continuamos não percebendo este estado. Você só precisa vê-la acontecer e ficar consciente do tesouro que está sempre carregando consigo. Não é que a meditação tenha de ser trazida de algum lugar.
Gautama diz que não devemos recear que os pensamentos surjam. Devemos recear apenas uma coisa: não estar conscientes deles e demorar em fazê-lo!
Quando um pensamento surge, se junto com ele brotar também a consciência (de estar vendo), então não há nenhum problema. A própria observação dos pensamentos, pouco a pouco, passa a ser sua fortaleza. Você pode primeiro ver o pensamento, e quando vê, já está separado dele. Não está identificado com ele. Você é consciência e ele é 'conteúdo', ele é um hóspede e você é o Anfitrião.
Esse é um grande achado, a consciência não é o conteúdo. Você é a consciência: os pensamentos vêm e vão embora, você é o anfitrião. Os pensamentos são os hóspedes, chegam e ficam por um tempo, descansam um pouco, comem alguma coisa ou passam a noite, e depois seguem. Você sempre permanece. Você é sempre igual, nunca muda, fica ali pela eternidade. Você é a própria eternidade! (...) Se você se voltar para dentro e observar, na tentativa de descobrir a sua idade, perceberá que você não tem idade, pois o tempo não existe. Você é exatamente igual ao que era quando criança ou quando jovem. Você é absolutamente o mesmo por dentro. (...)
Você é o céu e os pensamentos são as nuvens. Se permanecer observando os pensamentos, um a um, essa será a primeira coisa que entenderá, e trata-se de um grande entendimento. Você não estará mais dormindo, não estará mais identificado com as nuvens que passam. Sabe agora que permanece para sempre. De repente, toda ansiedade desaparece; se nada muda em você, para que ficar ansioso? Para que se preocupar? Nas profundezas de seu ser, nunca existirá nenhuma ondulação, e você está ali, você é este ser, o Zen chama isso de ‘ser um Anfitrião’!
By Osho no livro "Compaixão", edit. Pensamento
No ocidente os professores complicam tanto o significado da palavra meditação como a ato em si. Porém este texto torna tudo muito simples e natural. É preciso parar para perceber...
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