quinta-feira, 13 de maio de 2010

O encontro entre Ocidente e Oriente: Meditação em Yoga

II. De modo que, em Yoga, que é a ciência da consciência, não se recomenda pular etapas, mas procurar desenvolver as coisas em harmonia.

Trata-se, isto sim, de definir um determinado modo de vida, com disciplinas morais, físicas, mentais e intuitivas, resultando no completo desabrochar de todas as possibilidades intrínsecas à mente, desde a mente não educada, ao pensamento dito racional e daí até o não-pensamento.
O símbolo deste movimento rumo à perfeição é a ‘flor de lótus’, que possui raízes no lôdo, mas tem suas pétalas, da mais completa beleza, abertas para o infinito. Este Lótus, que simboliza a consciência ‘consciente de si mesma’, é representado com 8 pétalas, os oito passos ao aprimoramento integral.
Qual é, porém, a meta de Yoga? Vamos colocar esta questão fora de qualquer didatismo ou mesmo erudição. Com simplicidade poderia ser dito que é ampliar a visão e a perspectiva humana, criando uma mente firme e equânime. Uma das definições de Yoga, encontrável nos livros antigos, é ‘a arte de agir de modo desapegado’, ou seja, com a mente nivelada: samatvam yoga ucyate, é a expressão em sânscrito. Em Yoga não se recomenda o não-agir, mas o reto-agir. Como? Ao se desenvolver as capacidades latentes na mente, nos oito passos já ditos e alcançando a arte de se manter, com relação ao jogo de dualidades da vida objetiva, de modo nivelado ou equânime. Venha o que vier, aconteça o que acontecer, sua mente permanece estável.


No capítulo 2 da Bhagavad-Gitâ, um dos textos mais lidos aqui no Ocidente, Sri Krishna está ensinando seu discípulo Arjuna, a arte da ação desinteressada de resultados:


“Estando firme em yoga, oh Arjuna, atue sem apego, permanecendo indiferente tanto ao sucesso quanto ao fracasso. Esta estabilidade da mente é conhecida como yoga.”


Aqui a palavra yoga surge novamente. O que é yoga? Yoga é samatvam, ou seja, equanimidade, mente em equilíbrio perfeito, isto é chamado yoga.
‘Renunciando ao apego’ proveniente do eu não evolvido. Todo apego provém desta pequena pessoa, portanto, deve desaparecer, mas como isso acontece? Ao negar este pequeno ‘eu’, o ‘eu’ maior começa a se manifestar. Quando o ‘eu’ imaturo se vai, o ‘eu’ maduro se apresenta. Assim sendo, ‘considerar iguais tanto o sucesso quanto o fracasso’. Não é apropriado ficarmos muito deprimidos diante do fracasso, nem muito alegres com o sucesso. Portanto, ‘tente manter sua mente tranqüila’.
(Comentários do livro “Universal Message of the Bhagavad-Gitâ”, edição Advaita Ashrama, Índia).
(a continuar)

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.