segunda-feira, 31 de maio de 2010

Aforismos de Paramahansa Yogananda

"Sempre pense, primeiro, no que vai fazer e no modo como isso o afetará. Agir por impulso não é liberdade, pois você ficará amarrado aos efeitos nefastos das más ações. No entanto, ser capaz de fazer coisas que seu discernimento lhe diz serem boas para você, isso sim, é ter liberdade plena. Essa espécie de ação guiada pela sabedoria resulta numa existência divina.

"Enquanto o conquistador que existe na alma estiver desperto, nenhuma tristeza poderá projetar sua sombra no limiar de seu coração. (...) Desperte o homem/mulher vitorioso em si mesmo. Levante o herói adormecido, e nenhuma tristeza o oprimirá novamente!

"Você afirma a tristeza o tempo todo, portanto, ela existe. Negue-a em sua mente, e ela não existirá mais. Essa afirmação do Ser é o que chamo de heroísmo no homem. É isso que constitui sua natureza essencial ou divina. Afim de se livrar da ilusão, o homem tem que afirmar seu eu heróico em todas suas atividades.

"Todos vocês são deuses, se pelo menos, pudessem ter consciência disso. Por trás da onda de sua consciência está o mar da presença de Deus. Você precisa olhar para dentro de si. Não se concentre na pequena onda do corpo com suas fraquezas... À medida que erguer sua consciência do corpo e de suas experiências, encontrará esta esfera repleta de grande alegria e plenitude, que ilumina as estrelas e concede poder aos ventos e às tempestades.

Do livro "Onde Existe Luz", editado por Self Realization Fellowship.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Como alcançar a Realização do Eu Superior, segundo Sri Ramana Maharshi

"Todos deveremos retornar à nossa fonte. Cada ser humano está em busca de sua fonte e algum dia a encontrará. Nós viemos do Interior, nos exteriorizamos e, agora, temos de nos interiorizar outra vez. O que é meditação? É nosso Ser natural. Nos recobrimos com pensamentos e paixões, e para descartá-los devemos nos concentrar em um único pensamento: o Ser.

O Ser é como um poderoso imã oculto dentro de nós. Nos dirige gradualmente para Si, embora imaginemos estar indo para Ele de nossa própria vontade. Quando já nos aproximamos o suficiente, Ele coloca um fim a qualquer outra de nossas atividades, nos torna silenciosos e assim engole nossa própria corrente pessoal, matando dessa forma nossa personalidade. Isto sobrepuja o intelecto e inunda todo o ser. Pensamos que estamos meditando n’Ele e nos aproximando d’Ele, enquanto que a verdade é que somos como filigranas de ferro e é o imã do Atman que nos atrai para Si. Assim, o processo de realizar o Ser é uma forma de divino magnetismo.
Pergunta: 'Como atingir a realização do Eu Superior?'
A realização não é algo que se obtém, já está aqui. Basta libertar-se do pensamento “Não realizei!” A quietude, ou paz, é a realização. Não há um só momento em que o Eu Superior não exista. Enquanto persistirem dúvidas ou o sentimento de não-realização, deve-se buscar a libertação destes pensamentos, os quais se originam na identificação do Eu Superior com o ego. Ao desaparecer o ego, apenas o Eu Superior permanece. Para que se aumente o espaço em um recinto, basta retirar o que está obstruindo o espaço. O espaço não é trazido de nenhum outro lugar.

O problema é que você ignora seu estado de plenitude. Este desconhecimento lança um véu sobre o puro Eu Superior, que é beatitude. Este conhecimento errado é a falsa identificação do Ser com o corpo, mente, etc. Essa falsa identificação precisa desaparecer, restando, assim, apenas o Eu Superior. Por isso afirmo que o Eu Superior não é alcançável. Você é o Eu Superior, você já é isso!
Você perdeu a visão desta Beatitude porque sua atitude meditativa não se tornou natural e também devido a recorrência das tendências latentes da mente (vasanas). Quando se tornar habitualmente reflexivo, desfrutar do estado de plenitude espiritual haverá de ser algo da experiência natural. Não é pela simples compreensão “eu não sou o corpo” que a meta do Atman será alcançada. Será que nos tornamos “soberanos” por vermos ao rei apenas uma vez? Se você mantiver o pensamento no Ser e intensamente aspirar por Ele, então até mesmo aquele único pensamento usado para focalizar a concentração desaparecerá, e você verá simplesmente que É, ou seja, o verdadeiro Ser, sem 'eu' ou ego." 
Do livro  "Ensinamentos Espirituais de Sri Ramana Maharshi", edt. Cultrix, SP

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Meditação em Yoga: encontro Ocidente e Oriente (conclusão)

VI. Todavia, esta transferência de conhecimento espiritual até onde nos é possível verificar, teve início em 1.893, com a chegada ao “Parlamento das Religiões”, em Chicago, do Swami Vivekananda proveniente da Índia.
Nossa mente prática tem-se voltado para o Oriente em busca de inspiração e perspectiva espiritual. Temos nos sentido desorientados, sem novas idéias e diretrizes, padecendo de fome e sede de saber. Mas... por onde começar, como dar o primeiro passo?
Há um antigo ensinamento que poderia ser assim resumido:

“ Busca a solidão toda vez que o sentido da vida te deixar o coração ! “


Buscar a solidão pode ser tanto um convite , que se pode aceitar ou não, ou um verdadeiro chamado , que o levará, de fato, a buscar algum tipo de solidão ou de retiro. Todos os bons e experimentados buscadores conhecem este chamado. Ou, deveríamos dizer, “exploradores”?
Swami Vivekananda era um destes grandes, extraordinários exploradores. Porém, ao contrário dos desbravadores convencionais, que procuram riquezas e bens materiais, ele nos veio trazer “ LUZ espiritual” !

Basta dizer que ele apenas completara 30 anos, quando, impelido pelas condições culturais que o cercaram na época, 1893, deixou sua pátria, a Índia, em demanda da América, afim de participar de um grande encontro inter-religioso na cidade de Chicago, o Parlamento das Religiões, como representante da sabedoria dos antigos rishis hindus.
No momento em que Swami Vivekananda desceu do navio à vapor ‘Express of India’, que o trouxe à “terra prometida”, o grande cisne da sabedoria antiga, a filosofia Vedanta, iniciava seu vôo de reconhecimento ao ignoto continente americano.
Como sabem os estudantes do ensinamento de Swami Vivekananda, seus primeiros passos na América desconhecida e distante, foram inteiramente gloriosos. Tornou-se uma celebridade, da noite para o dia, e, como tal, seguiu-se uma longa série de compromisso, envolvendo adaptações, viagens, palestras públicas, programas de classes, etc.
Em particular ou em público, a tônica das conversações de Swami Vivekananda foi sempre “como encontrar e realizar nossa natureza Divina”.
É esta a idéia fundamental de seus ensinamentos: “ENCONTRE DEUS! NADA MAIS IMPORTA !”

Um límpido e claro horizonte, drapejado de liberdade, estava sempre diante de seus olhos. Que outra razão haveria para viver, senão para alcançar a glória da auto-realização ?
Há uma obra do novelista americano Ernest Hemingway que marcou época: “Por Quem os Sinos Dobram...” !Em determinado trecho da novela, ele diz: “ Não pergunte por quem os sinos dobram. Eles dobram para você !”
Da mesma forma, não pergunte para quem soam os “gonzos e címbalos” do Swami Vivekananda, tocados do alto das vertentes brancas dos Himalayas, desde há 120 anos passados . . . soam apenas para você !

                                                HARI OM TAT SAT VIVEKANANDA . . .

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Afirmações Positivas (parte III)

A coisa toda é muito simples, sem mistério! A vida, nossa existência pura, o fato simples de existir, é algo muito precioso por si mesmo. Uma verdadeira 'joia preciosa' se formos ver bem! Porém, não nos demos conta disso à princípio, achávamos que havia muito espaço nela e a fomos sobrecarregando com quanta coisa aparecia, a ponto de hoje ela parecer algo muito banal, e até podemos dizer, difícil de suportar!
Contudo, existir é algo simples, porém existir com sobrecarga é muito desconfortável!
A situação nos parece no mínimo trágica agora. Nos apegamos a tantas coisas que o viver se tornou 'pesado' e... intransferível! E tudo parece tão sem sabor! Quê podemos fazer?
Primeira coisa: reconheça onde está o problema, ou seja, há  desejos em demasia. Você está na vida, porém as coisas da vida se tornaram pesadas para você! É como se estivesse em um barquinho: o barquinho está no mar, mas o mar não pode entrar no barquinho! Se isso acontecer, temos de ir retirando a água acumulada, aos poucos.
Quando abrimos os olhos pela manhã, nos sentimos às vezes como crianças puras, outras vezes como adultos sem viço, não sabendo nem por onde começar o dia! Seja sincero, aquilo em que você não pode intervir, aquilo que não pode mudar, que sua presença não modifica, não se interesse mais, desprenda-se e abandone, no ato! Retire de sua vida o 'mobiliário' desnecessário e que só você sabe qual é!
É verdade que todos gostariam de ter uma vida consistente, mas a CONSISTÊNCIA não vem da posse de coisas, nem do sucessivo experimento delas, mais e mais. A consistência vem da percepção de quem realmente somos, viver de acordo com o Ser. Consistência não vem do 'rechear' os espaços vazios, mas da plenitude de nosso Entendimento. 
(a completar) 

Meditação em Yoga (parte V)

V. Dois outros monges beneditinos me acorrem à memória, por terem vivido na Índia e haverem se misturado aos costumes e tradições religiosas locais. Um deles, do qual não me recordo o nome monástico, adotou tanto as maneiras hindus, como também um nome apropriado – Swami Abhikshitananda. Outro foi um frade, Bede Griffiths, que viveu por lá desde 1.955 até ’68, tendo inclusive fundado um ashram, ou mosteiro, no estado de Tamil Nadu. Griffiths escreveu em seu livro “O Retorno ao Centro”:

“Além de ser cristão, eu preciso ser um hindu, um budista, um muçulmano; um sikh, jainista, zoroastrista e judeu. Só assim poderei conhecer a Verdade e encontrar o ponto de reconciliação de todas as religiões... É esta revolução que tem de se processar na mente do homem ocidental.”


São muitos os exemplos de ocidentais que tiveram suas vidas inteiramente modificadas após haverem visitado a Índia. Vamos citar apenas os ‘pontos culminantes’! Um outro nome bastante conhecido é do escritor e jornalista inglês Paul Brunton, que em seu livro mais famoso “A Índia Secreta”, edt. Pensamento, relata suas conversas e seu despertar espiritual no contato, não muito prolongado, com o sábio de Arunachala, montanha sagrada ao sul da Índia, Sri Ramana Maharshi:


“Como a montanha que se destaca da selva e se ergue solitária aos céus, assim o Sábio levanta a cabeça acima da selva humana, porque sua grandeza também é solitária e sem igual. Como a Montanha do Santo Lume faz um pico isolado no cinturão da serra, assim o Maharshi, por não sei que poder misterioso, reina soberano sobre o rebanho de fiéis que o amam e cercam.”
(a continuar)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Afirmações Práticas à Vida Diária (parte II)

“Deve-se, primeiro, ouvir a respeito do Atman”. Ouça, noite e dia, que você é este Atman. Repita a si mesmo sem cessar, até que isto entre em suas veias, até que lateje em cada gota de sangue, em todos seus ossos e carne. Que o corpo todo se preencha com este único ideal –‘Eu sou  o imortal, o venturoso, o onisciente, o todo poderoso e sempre glorioso Atman’. Pense nisso dia e noite até que seja parte efetiva de sua vida.
Pois, sermos lembrados de nossa fraqueza não nos ajuda muito. Traga a força em vez disso, mas esta não vem se ficarmos pensando em fraquezas o tempo todo. O remédio à fraqueza não é nos entregarmos a ela, e sim, pensarmos na 'força'. Ensine às pessoas sobre a força que já se encontra em seu interior. Esta é a única atitude a cultivar!"  
( Assim falou o Swami Vivekananda, em Vedanta Prática)

Este é o contexto à partir do qual podemos tomar uma resolução: elevar a qualidade de nossa vida só depende de nós. Uma vez que tenhamos estabelecido um nível de consciência elevado, podemos iniciar nosso trabalho com os decretos dinâmicos ou afirmações positivas.
A primeira e mais simples de todas elas é a afirmação 'Eu Sou'.
À partir desta, tendo-a como base, muitas outras podem ser criadas contemplando de algum modo um aspecto de nossa real Natureza. Vejamos alguns exemplos:

"Eu Sou laboriosa Presença trabalhando em tudo que deve ser feito!"
"Eu Sou a fonte que oferece sem cessar a água cristalina do verdadeiro Amor!"
"Eu Sou a consciência, a luz, a presença da Existência!"
"Eu Sou o Atman, todo maravilhoso e livre!"
"Eu Sou este Poder que em toda parte opera!", ou mesmo,

"Eu estou em paz com Deus, estou em paz comigo e também com o amigo e o inimigo;
 estou em paz com todos pois todos estão em mim!" , ou ainda,

"Que todos os seres sejam felizes, que todos os seres sejam ditosos,
 que todos os seres estejam em Paz!"

Estas afirmações devem ser conscientizadas, declaradas para si mesmo e feitas em suave e demorado silêncio! Não se trata de mantras conducentes à condições de meditação. Você pode, com o tempo, ir definindo alguma em especial para você, para certos momentos, para acalmar sua mente e lhe conferir visão mais clara. Porém, lembre-se sempre, isto é escolha apenas sua. Outras pessoas podem não desejar se envolver com este desenvolvimento de sua personalidade. Haja , portanto, com inteligência!
(a continuar)

Meditação em Yoga: encontro Ocidente e Oriente (IV)

IV. Portanto, a idéia de ‘meditação’ é bastante antiga, incluída que está em uma tradição que ostenta mais de 6.000 anos de conhecimento, de averiguação e de auto-sustentação, e tudo, em qualquer dos sistemas de pensamento e filosofia, está baseado na verificação intuitiva, através da meditação!

Porém, aqui no ocidente, não se conhecia nada disso até bem pouco tempo atrás. A educação psicológica foi sempre desvalorizada, dando-se preferência à educação apenas operativa, fornecedora de ferramentas para o sustento do corpo e nada para o aprimoramento mental. Nas igrejas se ensinou sobre os pecados capitais, sobre vergonhas e culpas; confissões, orações, medos; Deus e o diabo! Falou-se muito em perdão e arrependimento, mas nada foi dito sobre algum meio de harmonizar as tendências inatas, e crescer interiormente.

Nos mosteiros, aqueles monges que viviam experiências mais reclusas, podiam falar em ‘meditação’, e em algumas das tradições mais ascéticas, chamadas ‘dos pés descalços’, a vida contemplativa deveria se harmonizar, de fato, com a vida ativa.
Um monge beneditino ou trapista, por exemplo, poderia recomendar a um devoto a meditação em textos consagrados ou em certas frases, que inclinassem à submissão e ao arrependimento.

Alguns destes monges obtiveram de suas Ordens autorização para uma visita ao Oriente, tanto à Índia quanto ao Tibete, como aconteceu no caso de Thomas Merton, escritor e pensador trapista que relatou passagens de sua viagem no livro, bastante conhecido, “O Diário da Ásia”, que não chegou a concluir: após visitar Darjeeling, Calcutá e Madras, veio a falecer vitima de um choque elétrico, no mosteiro em que se hospedava, no ano 1.968, em Bankoc, na Tailândia. Era tão apaixonado pela Índia, que ao sobrevoar Calcutá, escreveu o seguinte:

‘É uma cidade que eu amo! O vôo de hoje foi lindo. Não me refiro à beleza bizarra e macabra das favelas, ao antigo esplendor perdido. Falo da beleza sutil dos açudes suburbanos e dos pomares, homens que solenemente se banham de manhã cedo e de garças brancas muito lindas e quietas, de pé entre os lótus, ou voando. Também a cidade, com seus muros em ruínas avivados por inscrições em bengali!’

(a continuar)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Afirmações Positivas à Vida Diária

Tenho certeza de que estamos já cansados de nossas imperfeições, de nossas fraquezas e vulnerabilidade. Cansados de acordar no meio da noite e, vendo os próprios e impossíveis pensamentos, se perguntar: 'Que tenho eu a ver com todas essas coisas? Qual é meu lugar em tudo isso? De onde surgiram estes fantasmas?' Diante dessa contínua dúvida a respeito de nosso real papel, há apenas um caminho a tomar: tocar no comutador e acender a luz! Não pergunte de onde vem esta luz, apenas... acenda-a!
Antes de mais nada, precisamos aprender a adorar a Fonte da vida! Ou seja, a perfeição em si próprio, o perfeito funcionamento da energia na manutenção do sistema corpo e mente. A perfeição de respirar, ou de ficar aquecido com o calor natural; a perfeição de caminhar com equilíbrio, de falar com clareza, o reto pensar! Quanta perfeição à disposição! Pensar, por exemplo, é criar ou causar. Conforme você pensa, nisso se torna. Somos o que pensamos! Pensamentos retos e declarações dinâmicas, formam a direção segura à nossa vida: afirmações positivas à vida diária!
Além do pensamento dito racional está a presença da Perfeição em todos nós. A perfeição de ver e enxergar, de ouvir e compreender, de desejar e conseguir, de falar e ser entendido; de bailar e rejuvenecer e, sobretudo, de poder reconhecer o Divino Eu Sou em toda parte!
Isto é o que há de mais simples: saber onde está a Fonte e trabalhar para que funcione cada vez melhor!
Como? Lembre-se de que uma bicicleta só prossegue se o pedalar e o dirigir estão coordenados. Qualquer dúvida ao guidon, o veículo perde a direção certa. Se tudo funciona bem em seu corpo, não descuide de sua mente. Parece que todos já sabem disso, mas... não custa recordar. Nunca faça falsas afirmações a seu respeito, nem brincando. Adote uma posição elevada em sua mente, o melhor nível para você, onde você é mais verdadeiro, e programe sua perspectiva a partir dalí! Ao determinar seu nível existencial, toda sua energia começa a lhe obedecer a partir disso; portanto, não saia mais dizendo que não consegue, que não sabe ou que é impossível realizar algo. Você já definiu seu melhor patamar, permaneça com ele. Assim você há de crescer espiritualmente. A direção do guidon é agora estável, a bicicleta vai completar sua jornada. Antes, você pedalava e pedalava e ela parecia no mesmo lugar. Daqui pra frente, você verá que diferença!
Isto é somente uma introdução ao assunto em pauta: as afirmações dinâmicas à vida diária.
Mas...deixemos isto para amanhã.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Sementes de Meditação, segundo Osho

“Não é que a meditação tenha de ser trazida de algum lugar. Ela está ali, a semente já está ali. Você só tem de reconhecê-la, nutri-la, cuidar dela para que comece a crescer!”
Gautama define a meditação com uma palavra. Alguém perguntou a ele um dia, ‘O que é meditação, o que significa?’ e Gautama disse apenas uma palavra: ‘Parar!’ Essa era sua definição de meditação, ‘se para, é meditação!’ A sentença completa era: ‘A mente insana não para. Se ela para, é meditação!’

Meditação (DHYANA) é um estado de percepção sem pensamentos... sem emoção, sem sentimento, quando você está simplesmente consciente, quando se torna um pilar de consciência. Quando se está simplesmente alerta, desperto, atento, quando se é pura percepção!

 Como não estamos interiormente alerta, continuamos não percebendo este estado. Você só precisa vê-la acontecer e ficar consciente do tesouro que está sempre carregando consigo. Não é que a meditação tenha de ser trazida de algum lugar.
Gautama diz que não devemos recear que os pensamentos surjam. Devemos recear apenas uma coisa: não estar conscientes deles e demorar em fazê-lo!
Quando um pensamento surge, se junto com ele brotar também a consciência (de estar vendo), então não há nenhum problema. A própria observação dos pensamentos, pouco a pouco, passa a ser sua fortaleza. Você pode primeiro ver o pensamento, e quando vê, já está separado dele. Não está identificado com ele. Você é consciência e ele é 'conteúdo', ele é um hóspede e você é o Anfitrião.

Esse é um grande achado, a consciência não é o conteúdo. Você é a consciência: os pensamentos vêm e vão embora, você é o anfitrião. Os pensamentos são os hóspedes, chegam e ficam por um tempo, descansam um pouco, comem alguma coisa ou passam a noite, e depois seguem. Você sempre permanece. Você é sempre igual, nunca muda, fica ali pela eternidade. Você é a própria eternidade! (...) Se você se voltar para dentro e observar, na tentativa de descobrir a sua idade, perceberá que você não tem idade, pois o tempo não existe. Você é exatamente igual ao que era quando criança ou quando jovem. Você é absolutamente o mesmo por dentro. (...)

Você é o céu e os pensamentos são as nuvens. Se permanecer observando os pensamentos, um a um, essa será a primeira coisa que entenderá, e trata-se de um grande entendimento. Você não estará mais dormindo, não estará mais identificado com as nuvens que passam. Sabe agora que permanece para sempre. De repente, toda ansiedade desaparece; se nada muda em você, para que ficar ansioso? Para que se preocupar?  Nas profundezas de seu ser, nunca existirá nenhuma ondulação, e você está ali, você é este ser, o Zen chama isso de ‘ser um Anfitrião’!
By Osho no livro "Compaixão", edit. Pensamento

Meditação em Yoga: Encontro Ocidente e Oriente (III)

III. Há quatro tipos principais de Yoga a considerar, dependendo da natureza de cada um:
a) bhakti yoga: é a atitude da devoção, em que o aspirante se considera como um servidor de Deus, oferecendo a Ele suas ações e pensamentos;

b) karma yoga: é a atitude em que o aspirante desenvolve ação desinteressada, ele é um instrumento e não se incomoda com os resultados;
c) jñana yoga: é a yoga do conhecimento, apropriada aqueles aspirantes de natureza intelectual, que fazem perguntas e vão em busca de respostas;
d) raja yoga ou yoga real: caminho em que se desenvolve o direto controle sobre a mente e os poderes psíquicos.


Estas atitudes podem ser encontradas, em verdadeiros aspirantes, todas de uma vez. Porém, o normal é que saibamos qual nossa atitude preponderante e, depois, de forma harmônica, sejam desenvolvidas as demais.
Em Yoga se aprende também que a mente é portadora de tendências herdadas ou qualidades, denominadas ‘gunas’, que são de três classes:
tamas: é o conteúdo mental que caracteriza a inércia, a preguiça e a indolência;
rajas: do mesmo modo, ao contrário de tamas, é o que leva aos excessos:
sattwa: é o elemento que conduz à ponderação, ao equilíbrio e harmonia, e ao conhecimento da verdade sobre si mesmo.


É claro que aqui estamos oferecendo apenas breves considerações, alguns traços preliminares para quem desejar estudar ainda mais.
Considera-se que o aperfeiçoamento do homem se completa ao transitar sua mente desde tamas, por rajas, até sattwa. Do homem comum, ao intelectual, até o homem cósmico ou integral. Este é o processo pelo qual podemos despertar e realizar o que há de melhor em nós mesmos, as sementinhas do Universo.


(a continuar)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Em Busca da Verdadeira Identidade

"Esta coleção de identidades (os 'eus') procurando sua origem, pode ser comparada às ondas na superfície do oceano, imaginando o que elas são e de onde surgiram. Quando essas ondas, pela vez primeira, fizeram estas perguntas, pensavam inicialmente que eram partes do todo: 'Somos partes do Oceano! Algumas são enormes, outras pequenas; algumas estão à frente e outras atrás; mas todas nós estamos em constante movimento!' Porém, estas ondas jamais descobrirão o que realmente são se restringem sua averiguação ao estudo de seu tamanho relativo e de sua velocidade relativa. A preocupação com seus nomes e formas jamais as levará à sua essência.
Assim, tentaram algo novo. As ondas se reuniram e decidiram fazer 'satsangha', no qual deveriam, seriamente, se perguntar: 'Quem somos realmente? Qual é nossa Fonte? Qual é nossa verdadeira natureza?' Assim, cada uma  das partes, cada uma das ondas, após algum tempo, acabará por descobrir que 'eu sou água!' Mas, quando esta descoberta é feita, nomes, formas e dimensões das ondas cessam de existir, de imediato. As ondas descobriram sua essência comum, natureza e realidade, que ignoravam quando previamente assumiram ser apenas nomes e formas.
A água é fonte e substância das ondas. Se surge uma onda com o conhecimento 'eu sou somente água', não há problema ao assumir uma forma, pois jamais se esquece de que é apenas água. Mas, se esquece e vem a sofrer em consequência, pode ser ajudada por outra onda que conhece a situação real: 'Você é água, apenas isso. Pare de pretender ser somente uma onda!'
Mas... as ondas se esquecem de quem realmente são! Considerando a si próprias como 'fulado de tal', iniciam uma busca interminável pela verdade, por conhecimento, por sua própria identidade. Esta busca, porém, não afeta a Realidade, o Oceano continua a ser Oceano. As sofridas e inquiridoras ondas são sempre o oceano, sempre água, mesmo inconscientes disso!"


By Sri Papaji, que foi discípulo direto de Sri Ramana Maharshi

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O encontro entre Ocidente e Oriente: Meditação em Yoga

II. De modo que, em Yoga, que é a ciência da consciência, não se recomenda pular etapas, mas procurar desenvolver as coisas em harmonia.

Trata-se, isto sim, de definir um determinado modo de vida, com disciplinas morais, físicas, mentais e intuitivas, resultando no completo desabrochar de todas as possibilidades intrínsecas à mente, desde a mente não educada, ao pensamento dito racional e daí até o não-pensamento.
O símbolo deste movimento rumo à perfeição é a ‘flor de lótus’, que possui raízes no lôdo, mas tem suas pétalas, da mais completa beleza, abertas para o infinito. Este Lótus, que simboliza a consciência ‘consciente de si mesma’, é representado com 8 pétalas, os oito passos ao aprimoramento integral.
Qual é, porém, a meta de Yoga? Vamos colocar esta questão fora de qualquer didatismo ou mesmo erudição. Com simplicidade poderia ser dito que é ampliar a visão e a perspectiva humana, criando uma mente firme e equânime. Uma das definições de Yoga, encontrável nos livros antigos, é ‘a arte de agir de modo desapegado’, ou seja, com a mente nivelada: samatvam yoga ucyate, é a expressão em sânscrito. Em Yoga não se recomenda o não-agir, mas o reto-agir. Como? Ao se desenvolver as capacidades latentes na mente, nos oito passos já ditos e alcançando a arte de se manter, com relação ao jogo de dualidades da vida objetiva, de modo nivelado ou equânime. Venha o que vier, aconteça o que acontecer, sua mente permanece estável.


No capítulo 2 da Bhagavad-Gitâ, um dos textos mais lidos aqui no Ocidente, Sri Krishna está ensinando seu discípulo Arjuna, a arte da ação desinteressada de resultados:


“Estando firme em yoga, oh Arjuna, atue sem apego, permanecendo indiferente tanto ao sucesso quanto ao fracasso. Esta estabilidade da mente é conhecida como yoga.”


Aqui a palavra yoga surge novamente. O que é yoga? Yoga é samatvam, ou seja, equanimidade, mente em equilíbrio perfeito, isto é chamado yoga.
‘Renunciando ao apego’ proveniente do eu não evolvido. Todo apego provém desta pequena pessoa, portanto, deve desaparecer, mas como isso acontece? Ao negar este pequeno ‘eu’, o ‘eu’ maior começa a se manifestar. Quando o ‘eu’ imaturo se vai, o ‘eu’ maduro se apresenta. Assim sendo, ‘considerar iguais tanto o sucesso quanto o fracasso’. Não é apropriado ficarmos muito deprimidos diante do fracasso, nem muito alegres com o sucesso. Portanto, ‘tente manter sua mente tranqüila’.
(Comentários do livro “Universal Message of the Bhagavad-Gitâ”, edição Advaita Ashrama, Índia).
(a continuar)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Acumule Poder em Silêncio...

Vejamos o que nossos Mentores nos disseram a respeito do Silêncio:

Sri Ramakrishna: "Faça seus deveres, mas com a mente firme em Deus!

Se você entra no mundo sem primeiro cultivar o amor a Deus, vai se emaranhando cada vez mais. Até ser sobrepujado por seus perigos, seus lamentos, suas dores.
Antes de qualquer coisa, passe óleo em suas mãos, só depois abra a fruta da jaca, do contrário ficarão grudentas devido ao suco pegajoso. Primeiro proteja-se com o azeite do Divino amor, só então se disponha aos deveres no mundo. Mas, para alcançar este divino amor deve-se buscar solidão. Para retirar a manteiga do leite, este deve ser deixado num local tranqüilo para que se torne coalhada: se a vasilha for muito mexida, o leite não ficará coalhado. Portanto, deixe seus outros deveres de lado, sente-se num lugar sossegado e bata a coalhada. Só assim terá manteiga!
Mais ainda, por meditar em Deus em solidão a mente adquire conhecimento, devoção e se torna imparcial. Porém, a mesma mente, se colocada no mundo, perde sua rica aquisição."

Swami Vivekananda: "Viva em solidão, na solidão de sua mente! Isto é felicidade. Adquira poder em silêncio e transforme-se em um dínamo de espiritualidade!"

Sri Ramana Maharshi: "O Senhor controla o destino das almas de acordo com seus feitos passados. O que estiver destinado a não acontecer, não acontecerá! O que estiver destinado a acontecer, acontecerá; mesmo que você trabalhe contra! Isto é certo. O melhor a fazer, então, é permanecer em silêncio!"

Paramahansa Yogananda: "Quando as feras das preocupações, das doenças e da morte o estiverem perseguindo, seu único refúgio é o templo interno do silêncio! O homem espiritual vive dia e noite num calmo silêncio interior, no qual nem as preocupações ameaçadoras, nem mesmo o choque de mundos em colisão podem penetrar."

terça-feira, 11 de maio de 2010

Esqueça a resposta e mergulhe na pergunta...

'Mooji, o que você quer dizer com libertação?'

"A libertação é o resultado natural de uma investigação sincera e constante, acerca da natureza do eu. É visto que tudo que surge como manifestação, incluindo a personalidade, é um jogo da consciência na plenitude do Absoluto. No reconhecimento deste fato atemporal, alegria e paz indestrutíveis brilham no coração, no corpo e na mente. Este é o verdadeiro poder da autoinvestigação: revelar o Ser-Consciência como fonte de todos os fenômenos."

'Mas, quem está investigando?'

"Esqueça sobre a resposta e mergulhe profundamente na pergunta. Todas as respostas vêm da mente. O eu deve estar lá para dizer - eu estou satisfeito ou insatisfeito com esta resposta! O que é este 'eu'? Descubra e saberá quem investiga. (...) Eu vim aqui compartilhar com você esta boa nova: Você é completo! Você é perfeição, além do conceito de perfeição. Você é o princípio eterno - você já está aqui, antes mesmo do conceito 'eu sou' ter surgido. Descubra e confirme isto por você mesmo. Isso deve se tornar sua experiência. Não cite algo que você leu ou ouviu. Leia de seu próprio livro, o livro do seu Ser, esta verdade inabalável."

By Mooji em "Antes do Eu Sou", edição Qualitymark

Meditação em Yoga: o encontro do Ocidente com o Oriente

Pode ser de utilidade aqui um apanhado breve de como 'YOGA' - uma disciplina muito antiga da Índia, vem se tornando um conhecimento necessário ao aspirante espiritual ocidental, participe ele de algum grupo de estudos ou apenas busque avançar individualmente.
Em Yoga Clássica ou Yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade da alma humana, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas e morais, quanto mentais. Na primeira destas etapas, se acham disciplinas relativas à auto educação ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satya), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, as chamadas ‘observâncias’, estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal. O terceiro passo, ou 3ª pétala de Yoga, trata das posturas ou âsanas, isto é, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos pranayamas, ou seja, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O 7º passo, denominado Dhyâna, diz respeito às técnicas de introspecção, ou de meditação, e o último degrau, que na verdade é um patamar, denomina-se Samadhi, ou absorção completa no Ideal Espiritual.

Nosso intuito aqui é falar um pouco sobre o 7º passo, dhyâna, ou como conhecemos aqui no ocidente, meditação, uma vez que este termo está em moda e muitas práticas sendo fornecidas neste contexto. Dhyâna, significa de fato ‘estar desperto’ ou ‘estar alerta’, não apenas em determinados momentos, mas, seguidamente, continuadamente. Dhyâna não significa, com efeito, entrar em algum estado subjetivo, ou maravilhoso, mas, simplesmente, ficar consciente da Realidade em si mesmo, podendo ver, o tempo todo, as diferenças entre o que é real e o que não é!

Temos de dizer ainda que Dhyâna não é algo a ser feito de modo isolado, ou seja, excluindo-se as etapas anteriores. Os passos prévios, como em qualquer seqüência, são como que preparatórios aos seguintes, cada vez mais sutis e delicados. Não se alcança êxtase ou samadhi, sem o devido preparo, sem a devida queima de tudo que há de acessório na mente. Como em todo ramo da Ciência, não se pode compreender a lei da Relatividade de Eisntein, sem antes haver entendido, por exemplo, a lei de causa e efeito, tão presente em nossa vida.

Hoje em dia queremos todos obter imediatos resultados, não queremos passar por nenhum processo, desejamos pular logo para o desfrute dos efeitos, que são mais efetivos e fáceis. Alguém lê um ou dois livros sobre tal assunto e já quer oferecer um curso e dar diploma! Não é uma atitude inteligente, é apenas conveniente imediatismo, que cedo ou tarde irá ser desvendado.

(a continuar...)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

SIGA ADIANTE! A Parábola do Lenhador

"Certa vez um lenhador embrenhou-se na floresta afim de cortar madeira. Sem que soubesse, alí encontrou um Ermitão, que vivia retirado. Este santo lhe disse: 'Meu bom homem, siga adiante!' Ao  regressar, o lenhador pensou: 'Por que o Ermitão me disse - siga em frente?' Algum tempo depois, lembrando-se do conselho, resolveu: 'Hoje irei mais para dentro ainda na floresta!' Como resultado, descobriu um lote novo de madeira de sândalo. Ficou muito feliz, carregou sua carroça com aquele sândalo e retornou. Com a venda daquela madeira tornou-se muito rico!
"O tempo passou, de novo recordou as palavras do homem santo para que seguisse adiante. Entrou mais profundamente ainda na mata e descobriu, perto de um rio, uma grande mina de prata. Isso estava bem além de seus sonhos. Explorando a mina, vendeu a prata no mercado e reuniu tanto que nem sabia quanto.
"Mais algum tempo passou. O pensamento lhe voltou: 'O Ermitão não me disse que parasse na mina de prata; disse-me para seguir adiante!' Desta vez, alcançando o outro lado do rio, acabou por descobrir uma mina de ouro. Então, exclamou: 'Ah, veja só, por isso me pediu para seguir em frente!'
"Algum tempo depois, resolveu embrenhar-se um pouco mais na floresta, encontrando jazidas de diamantes e outras pedras preciosas. Apoderando-se de todas, tornou-se tão rico quanto a própria Deusa da riqueza."

Sri Ramakrishna costumava se referir a esta parábola para explicar algo bem mais sutil do que possa ela aparentar: "Dizemos sempre que o trabalho é apenas o primeiro passo. Não pode ser a meta da vida. Devote-se à prática espiritual e siga adiante. Assim fazendo, avançará cada vez mais no caminho de Deus.  
Ao final, ficará sabendo que apenas Deus é real e tudo mais é ilusório e que a verdadeira meta da vida é a realização de Deus."

Em outras palavras, 'siga adiante' quer dizer o mesmo que 'mergulhe fundo'! Quer dizer: não fique pensando que já chegou apenas por haver acumulado um pouco disto e daquilo. Não há meio termo em questões espirituais, pois se trata de conhecer a Verdade sobre si mesmo. É preciso alcançar  100%, ou seja, seguir nossa prática de conscientização até encontrar 'ouro e pedras preciosas'!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Meditação no Momento Presente

Há a meditação 'com esforço' e a meditação 'sem esforço'. Meditação 'sem esforço' é quando você já sabe onde vai chegar, ou que você já está lá! Então, você percebe o movimento natural que há na mente para se desembaraçar do acessório e retornar ao essencial. É o retorno de seu entendimento, ou buddhi à Fonte original. Este movimento é equivalente a um chamado, que não parte de você, mas vem lá de dentro; você o ouve, você o sente, você entende que deve abandonar as antigas posições conceituais, os antigos limites e você vai prestando cada vez mais atenção aquele chamado existencial, que procede de seu Eu Superior, de seu próprio deus pessoal. A atenta audição, com devoção, é o que podemos chamar de 'meditação' - ouvindo os sussurros do Eterno!

By Jay Govinda

terça-feira, 4 de maio de 2010

Aforismos de Sri Paramahansa Yogananda

"O reflexo da lua não pode ser visto claramente em águas agitadas, mas, quando a superfície da água está calma, aparece um reflexo perfeito da lua. O mesmo acontece com a mente: quando está calma, vê-se claramente refletida a face enluarada da alma. Nós, como almas, somos  reflexos de Deus. Quando, por meio da meditação de Yoga, eliminamos os pensamentos inquietos do lago da mente, contemplamos nossa alma - reflexo perfeito do Espírito - e compreendemos que a alma e Deus são um.

"Quando você transcende a consciência desse mundo, sabendo que não é o corpo nem a mente, e, ainda assim, estando mais consciente do que nunca de que existe, é essa consciência divina o que você é! Você é aquilo em que tudo no universo deita raízes!

"Quando você me diz que não consegue fazer isto ou aquilo, eu não acredito. O que quer que decida fazer, é capaz de fazê-lo! Deus é a soma total de todas as coisas, e a Sua imagem está dentro de você. Ele pode fazer qualquer coisa e você também pode, se aprender a se identificar com Sua inexaurível natureza.

"Depende de cada um de nós cortar, com a espada da Sabedoria, as cordas de nossa servidão ou seguir atados. Uma das ilusões da vida é continuar a viver como desamparados. Tão logo você diz que 'não adianta', as coisas se tornam assim. (...) Pensar que você não pode mudar à vontade é um engano! 

"Nossas mentes pequeninas são parte da onipotente mente Divina. Sob a onda de nossa consciência, está o infinito oceano da Consciência Pura. Por se esquecer de que faz parte do Oceano, a onda se desligou deste poder oceânico. Em consequência, nossas mentes se enfraqueceram por causa de nossas tribulações e limitações materiais."

By Paramahansa Yogananda, fundador de 'Self Realization Fellowship' no USA.

sábado, 1 de maio de 2010

A Prática de Vedanta

"Por toda história da humanidade, se alguma força motriz foi mais potente que outra nas vidas dos grandes homens e mulheres, foi aquela da fé em si mesmos. Nascidos na consciência de que seriam ‘grandes’, eles tornaram-se grandes. Que um homem desça tão baixo quanto possível; chegará um tempo em que, por completo desespero, ele fará uma curva para cima e irá aprender a ter fé em si mesmo.


Mas... porque deveríamos passar por todas estas amargas experiências a fim de alcançar fé em nós mesmos? Podemos verificar que toda diferença entre as pessoas se deve à existência ou não de fé em si mesmos. Esta fé em si mesmo alcançará tudo.


A doutrina da unidade, ensinada pela Vedanta, significa ter fé em todos, porque todos são você. Amor a si mesmo significa amor por todos, amor pelos animais, amor por tudo que há, pois todos são UM. Esta é a grande fé que irá tornar o mundo melhor."

By Swami Vivekananda em 'Vedanta Prática'

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.