sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A Luz Interior, uma visão Quântica (final)

O 6º capítulo da 'Bhagavad-Gitâ', um dos textos mais antigos da Índia, prescreve um modo básico para que a Luz interior seja encontrada. Através da prática de concentração, temos de retirar a mente dos pensamentos divagadores e dirigi-la ao Atman- o Ser radioso dentro de nós.

Mas, o auto-conhecimento também pode ser alcançado pela investigação interior, ou vichara. Outro texto, o Kena Upanishad, principia com a seguinte questão: “Quem dá à mente condições para pensar, ao prana para funcionar, aos ouvidos para escutar e aos olhos para enxergar?” A resposta é encontrada através da discriminação entre o que vê e o que é visto- entre o Imutável e o impermanente. Os sentidos e a mente estão em um constante estado de movimento, mas o Ser é a testemunha inflexível. A atividade cerebral só é possível por causa da Consciência e não vice-versa. Esta Consciência é conhecimento sem nenhum conteúdo objetivo. Somos, finalmente, forçados a compreender que todo conhecimento objetivo tem sua origem no Ser- a secreta Luz da Consciência.
Em todos os períodos da história espiritual da Índia, houve homens e mulheres que descobriram a verdade do Ser. (...)  Um outro sábio declara no Svetasvatara Upanishad:
"Ouçam, oh crianças da imortalidade, também deuses e anjos: eu descobri meu
verdadeiro Eu, aquele antigo e infinito Ser em meu coração, aquela Luz de todas
as luzes, além de toda escuridão. Encontrando- O, também a morte é conquistada.
Não há outra maneira."
Imortalidade não é um conceito teológico. Não é um estado a ser alcançado depois da morte. É uma verdade que pode ser conhecida agora, nesta mesma vida. Temos de saber por nós mesmos, que somos realmente atemporais e imortais. Enquanto a mente permanecer em maya, ou ignorância, nós parecemos estar em um mundo manifestado, onde tudo principia e termina. Porém, quando houvermos descoberto a imutável Verdade, a morte perderá o seu terror. A eterna luz da Consciência é, deveras, a imortalidade. Tudo o que existe, existe no Ser; o Ser é a totalidade da existência. Está escrito no Taittiriya Upanishad:
"Quando alguém encontra existência e unidade no Ser... só então transcende o medo.
Enquanto persistir a mínima idéia de estar separado d’Ele, o medo continua."
Deus é, com freqüência, descrito como sendo luz; Ele é a luz da Consciência. Quem, senão o Deus da luz, poderia haver creado este universo de luz? Todas as coisas criadas são objetos de conhecimento; eles brilham na Consciência. Tempo, espaço, matéria, energia e vida, são, de acordo com a Vedanta, formas da Realidade fundamental que é a Consciência.
Quando pensamos ser apenas nossos corpos materiais, somos de fato pequenos. Estamos constantemente receosos do impacto da matéria e da energia. Nossos corpos são como pequenos torrões de terra. Quão insignificantes eles são comparados ao vasto universo exterior. Do mesmo modo, quando nos consideramos como entidades psicológicas, ficamos obcecados por um sentido de medo e apequenamento. A mente individual possui muito pouca capacidade de compreensão. Está sempre atormentada por tensões e paixões. De modo natural, nos sentimos insignificantes e frustrados- quão pouco sabemos em comparação ao vasto acúmulo de conhecimento humano. Porém, ao conhecermos nosso verdadeiro Ser como todo abarcante, pura Consciência, a Luz de todas as luzes, nossa identidade não mais estará limitada por corpo e mente; nos tornaremos ilimitados. O mundo não mais nos aterrorizará, teremos alcançado a fonte de todo conhecimento.
Extratos do livro "Seeing God in Everything", by Swami Shraddananda-Vedanta Press

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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