Fomos nós que 'imaginamos' nosso personagem e cremos ser ele! Um mundo foi criado a partir disso e o personagem passou a ter vida especial. Pelo menos foi o que imaginamos. O personagem se alegra, se entristece, pensa em vitória e derrota, perdas e ganhos... família, durabilidade...conceitos! Em certo momento, sofre porque acha que deve se 'afastar do palco', as luzes foram apagadas, ele está desesperado!
E agora? Porém, nunca se lembra de que ele não é o personagem. Que tudo não passa de grande ilusão! Como se tomasse um rolo de corda a um canto, pensando ser uma cobra. O sofrimento nos parece bem real porque nos esquecemos de quem somos realmente, e nos apegamos a um eu conceitual, passageiro. Assim, qualquer coisa se torna uma ameaça à minha humanidade. Sendo "humano", sou imperfeito, sou carente, verdadeiramente um necessitado! Então...lágrimas e lágrimas! Foi uma escolha feita no passado e devo experimentar o resultado de minhas escolhas. Quando não quiser mais sofrer, o remédio, o único remédio é DESPERTAR! É tão surpreendente, mas outros, adormecidos, não me podem falar nesta medicação, pois estão sonhando. Só alguém já desperto me pode dizer - Desperte!
Escute uma estória: havia um homem que desenvolveu a mania de cortar papel, todo papel que encontrava, não podia resistir...cortava! No começo não tinha muita importância, eram pedaços soltos que encontrava, mas, com o tempo, passou a cortar jornais, documentos e até, imaginem, dinheiro! Aí a coisa se complicou! Todos ficaram bem preocupados, tendo que ocultar suas coisas mais valiosas. Quando a coisa se tornou insuportável - aqueles papéis rasgados por toda casa - resolveram procurar ajuda de algum profissional. Levaram-no a um médico e nada, a um psicólogo e nada, nem hipnose lhe conseguiu ajudar. Tentaram cartomantes, adivinhos, astrólogos e até videntes, mas ninguém conseguia chegar a um medicamento certo. Mas, aquilo não podia continuar, quase em desespero, afinal, ficaram sabendo que acabara de chegar à cidade um jovem terapeuta, que estava operando verdadeiros milagres, sem qualquer ostentação. Logo, conseguiram uma entrevista e conduziram o 'doente' até lá. Não havia mais nenhum papel em toda casa e agora ele estava começando a gostar de cortar também panos. Depois de ouvir toda aquela narrativa, este jovem retirou-se com o maníaco para caminhar, andaram em círculos por algum tempo, o terapeuta às vezes o abraçava e enquanto isso, conversavam. Então, segredou-lhe algo ao ouvido, os olhos do doente brilharam, seu corpo se endireitou, seus passos se firmaram e o rapaz disse: 'Podem levá-lo, já está curado!'
Claro, ninguém entendeu nada, tantos especialistas tinham sido consultados e agora um desconhecido qualquer, e tão jovem, achava que tudo se havia acabado? Mas, tinham que acreditar e se retiraram.
Todavia, algum tempo depois, verificaram que o homem estava completamente curado, já não cortava mais nada. Voltaram ao "doutor": - O que foi que lhe disse naquele dia, doutor? Ocorreu um verdadeiro milagre!!
'Bem', respondeu aquele jovem, 'eu apenas lhe disse que ele não era um cortador de papel e sim um homem!' e isso criou uma reação favorável instantânea.
Ora, o mesmo parece que está acontecendo em toda parte, não somos "contadores de papel". Como personagem imaginário, tudo me pode afetar, mas conhecendo minha verdadeira natureza, serei capaz, eu mesmo, de realizar verdadeiros milagres!
By Jay Govinda
Nenhum comentário:
Postar um comentário