terça-feira, 13 de julho de 2010

"Auto-Iniciação" - Huberto Rohden (conclusão)

"Onde há uma plenitude, aí há um transbordamento. O homem plenificado pelo autoconhecimento e pela auto-realização transborda a sua plenitude, consciente ou inconscientemente, saiba ou não saiba. Esta lei cósmica funciona infalivelmente. Faz bem pelo fato de ser bom, por viver em harmonia com a alma do Universo. Por isso, para fazer bem aos demais, não é necessário nem suficiente fazer muitas coisas, mas é necessário e suficiente ser bom, ser realizado e pleno em seu Eu central.
"Para ter laranjas, laranjas verdadeiras, não é necessário fabricá-las. É necessário e suficiente ter uma laranjeira real e mantê-la forte e vigorosa. Nem é necessário ensinar à laranjeira como fazer laranjas - ela mesma sabe, com certeza infalível, como dar flores e frutos. Assim, toda preocupação de querer fazer bem aos outros, sem ser bom, é uma ilusão tão funesta quanto o esforço de fabricar uma laranja verdadeira sem o concurso de uma laranjeira!
"Porém, que quer dizer 'ser bom'? Ser bom não é ser bonachão, nem bonzinho, nem bombonzinho! Para ser realmente 'bom' deve o homem estar em perfeita harmonia com as leis eternas da verdade (...) e viver nesta consciência! Todo o fazer bem, sem ser bom, é ilusório, assim como qualquer transbordamento é impossível sem que haja plenitude. O nosso fazer bem vale tanto quanto nosso ser bom.
"Os mais ruidosos sucessos sem a realização interior são deslumbrantes vacuidades: são como bolhas de sabão - belas por fora, mas cheias de vacuidade por dentro! Auto-iniciação é essencialmente uma questão de ser, e não de fazer. Todavia, esta plenitude do Ser não se realiza pela simples solidão, mas pelo revezamento de introversão e extroversão. A pessoa deve, periodicamente, fazer seu ingresso em si mesmo, na solidão da meditação, e logo fazer seu egresso ao mundo exterior, a fim de testar a autenticidade de seu exercício. Toda auto-iniciação consiste neste ingredir e neste egredir, nessa implosão mística e nessa explosão ética. Não há evolução sem resistência. Tudo que for fácil, não é garantido!"
(Resumo de um texto de Huberto Rohden, possivelmente escrito em 1980 - desejando saber mais sobre sua obra, pesquise o blog 'Memória Rohden'.)

2 comentários:

  1. É um belo texto que nos ajuda a entender que temos que ser nós mesmos sem forçar uma qualidade que ainda não nos é natural.

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  2. Este texto 'auto-iniciação' foi considerado pelos alunos do prof. Rohden como uma espécie de 'últimas palavras', juntamente com 'Cosmo-meditação' ou Cosmoterapia. Sendo assim, este extrato aqui postado pode ser tido como o suprasumo da Filosofia Univérsica, nome dado por ele à sua maneira de abordar os temas de Vedanta.

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.