quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

AWARENESS ou cultivando o estado de Presença..!

1. "Em realidade, a melhor atitude que se pode ter é a atitude 'eu não me importo!'
Não é 'eu não me interesso', nem 'eu não gosto'...mas, simplesmente, 'não me importo mais com o vai e vem das coisas!' Há tanta liberdade nisso, um enorme espaço! Sem preferências, apenas espaço e paz. Qualquer visita é bem-vinda na paisagem deste corpo...mas, sem permanecer, sem pernoitar..!" (Mooji)


2. "O estado de Presença traz uma qualidade diferente à sua vida. Nesta condição as coisas começam a mudar...tremendamente! Não que você as esteja mudando, nada disso. Uma pessoa consciente não muda nada, ao passo que alguém inconsciente procura o tempo todo mudar as coisas. Porém, esta pessoa inconsciente, nunca é bem sucedida em mudar nada, enquanto que a pessoa consciente simplesmente vê as mudanças acontecerem. É este 'estado de Presença' que promove mudanças, e não nossos esforços..! (Osho)


3. "Muitas pessoas, especialmente as pessoas ignorantes, querem punir você por falar com verdade, por ser correto, por ser você mesmo. Nunca se desculpe por ser correto ou por estar anos à frente de sua época. A verdade será sempre a verdade!"
(Mahatma Gandhi)


4. "O ego é uma instituição social sem realidade física. O ego é simplesmente um símbolo seu. Tal como a palavra 'água' é um termo que simboliza um determinado líquido, sem ser este líquido, assim também o sentido do ego  simboliza o papel que você representa, como você está, mas não é o mesmo que você, ser vivente."
(Allan Watts)


5. "O que vem a ser 'conhecimento'? Uma pessoa é ignorante enquanto sentir que Deus está distante. Mas, ela possui 'conhecimento' quando sabe que Deus está aqui e em toda parte..!" (Sri Ramakrishna)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Abordando a questão do sofrimento...por outro ângulo...!

PORQUÊ  SOFREMOS?  Entre todas as perguntas que nos fazemos, em silêncio, esta é uma das persistentes. Não há respostas disponíveis à nossa volta, quero dizer, do aparente panorama de normalidade que nos circunda. Quem se sentir afetado pela questão, tem que investigar, pesquisar, sair em busca de soluções...mas, sobretudo, aprender com seu próprio mundo pessoal. Quando recorremos à sabedoria antiga, encontramos uma primitiva advertência: "Homem, conhece a ti mesmo!" Conta-se que na entrada dos Oráculos da antiga Hélade havia esta inscrição, significando - talvez - que o sofrimento humano era causado pela ignorância à respeito de si próprio. Voltando nosso olhar de estudante para a Índia, verificamos que os textos de filosofia Vedanta (Vedanta significa "onde a busca por conhecimento se conclui"), mais específicamente os Upanishad, com alguns milhares de anos de existência, também resumem a condição do homem a uma frase contundente: TAT TVAM ASI. Esta declaração parece sair da boca de um Ser que abarca todos os séculos, dirigindo ao "homo sapiens" como uma receita de onde ele deve buscar: "Tu És Aquilo"...!
Conta-se também que Gautama, o Buddha, resumidamente concluiu que a fonte do sofrimento humano  se enraíza no fato de que ele se acha apegado às coisas passageiras. É claro que um mesmo ponto focal está aqui sendo indicado: sofremos como resultado de nos havermos esquecido de nossa real natureza! Podemos compreender refletindo um pouco, que o desfrutar de coisas passageiras trás a sensação ilusória de que é duradouro, de que pode perdurar por algum tempo, e de que o prazer pode continuar. Todavia, fomos nós que nos deixamos iludir. Nós bem sabemos que a natureza de qualquer situação ou 'coisa', é transitória. Como diz antigo provérbio: "Não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca se acabe!" Isso pode ser visto na vida de cada um: sucesso e fracasso se sucedem, bons e maus momentos se sucedem, alegria e tristeza se sucedem, força e fraqueza se sucedem e assim por diante. Em certo momento estamos no 'alto', e no momento seguinte no 'baixo'...e é esta a natureza do mundo!
A natureza do mundo e suas coisas, seus acontecimentos, é transitória, mas, qual é nossa natureza, dos que experienciamos esta transitoriedade? Qual é a natureza deste 'observador' que sofre? Porque ele sofre?
Ele sofre porque se identificou, se apoderou daquilo que é impermanente, tornou-se "do mundo" ´perdendo seu status original, procurando de qualquer jeito transformar o que é "passageiro" em algo definitivo! Qual o remédio para esse antigo mal? Ele está hoje disponível sob vários rótulos, porém, em essência é o mesmo medicamento: "Conhece a ti mesmo...mergulha fundo em teu coração e resgata a pérola das pérolas, a gema das gemas, a chave que liberta..!"








segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Esteja inteiramente desperto para Si mesmo..!"


"Esteja Inteiramente Desperto para Si Mesmo", um poema by Mooji




"Será possível despertar?
 Será possível a um ser humano
 alcançar uma tão irrefutável lucidez
 em que possa transcender
 o poder hipnótico da mente a tal ponto,
 que ela não possa mais influenciar sua Existência,
 exceto estando a seu serviço?
 Embora a mente tenha origem no Ser
 ela é aquele seu aspecto responsável,
 principalmente, pelo vir-a-ser!!...
 Ao compreender que está sonhando,
 você já está despertando!
 Bem...deixo isso com você,
 é totalmente possível!
 Não sinto que você tenha nesta existência
 algum Propósito mais elevado, algo mais auspicioso
 que estar completamente desperto para sí mesmo!
 Não penso que haja nenhuma conquista,
 em nenhum dos reinos, mais elevada que esta...
 Você é o Ser Eterno...
 a inominável e imortal, toda atenta Presença!!
 O tempo nada representa para você, é seu jogo!!
 Mas... até que esteja todo consciente disso,
 contemple esta verdade com todas suas forças!
 Que templo haveremos de erguer em nome desta Visão?
 Este é 'seu' Templo - nele reverencie - conheça Aquele
 que realmente habita em seu próprio Existir!
 Haverá em você anelo para conhecer? Ou seguirá, outra vez,
 uma nova fascinação que lhe chama - venha...vamos brincar!!
 Bom...realmente, o que é Satsang?
 É um pouco como deixar cair uma pedrinha de gelo
 em um cálice com água morna;
 nossa identidade é como esta pedrinha de gelo.
 O gelo é também água, e a água...é água!...
 O que está retornando a quê??"

Tradução: Blog Mergulhe Fundo...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Silenciando a mente", de acordo com Sri Mata Gangaji

Você acha que sua verdadeira natureza é a de "ser humano", cheio de necessidades e defeitos, falível, volúvel, cheio de velhas desculpas, com alguns interesses louváveis e outros não tão louváveis? Bem, sinto desapontá-lo mas este não é você, é seu 'ego'! Você não é a mente-ego, embora esteja levando a vida pelas mãos dela. Mas, ainda é tempo de separar-se dela - da mente-ego - não daquela parte operacional e utilitária, mas da parte sonhadora e cheia de fantasias...daquela parte calculista e dramática, que tenta convencer você de tudo que você não é! A conversa a seguir transcrita é bastante esclarecedora...e também, se você quiser, definitiva:
Pergunta: "Gangaji, eu entendo que posso suspender minha conversa exterior, posso fazê-lo agora mesmo, mas como posso parar a conversação interior?"
Gangaji: "Da mesma maneira. É o mesmo, interno e externo...é somente encenação, você pode compreender o que lhe digo, a maneira como fragmentamos nossa vida, e a maior delas é esta de 'exterior e interior'. É uma falsa distinção, pois o que é interno é externo, e o que é externo é interno! Sendo assim, quando uma conversação tem início em sua mente, você já interrompe...e quando a mente disser 'Eu não posso parar..!', veja como se alguém viesse até você, dizendo: 'Precisamos conversar, tem que ser agora!', mas você não quer, e se afasta, dizendo 'Namastê'! Você entende? Com firmeza, certo?"
Pergunta: "Parece funcionar com você, mas comigo...!"
Gangaji: "Não sou diferente de você nesse sentido. A minha mente pode ser exatamente como a dos demais! Jamais sonhei que havia uma possibilidade de 'parar', até que meu Instrutor me assegurou que podia. Costumava pensar que tinha que haver 'algo' que descesse em mim, ou tinha que haver um certo nível de purificação, ou até mesmo um alinhamento planetário de modo especial, ou ainda algo a acontecer em uma existência futura. Porém, ele me afirmou: 'Esqueça tudo isso, é parte da conversação (da mente)! Apenas 'pare', agora mesmo e fique em silencio...sem qualquer esforço!"

Bem, este é um fragmento da situação, mas, como se costuma dizer, para um bom-entendedor meia palavra basta. Para um mal-entendedor, nem mesmo um tratado pode convencer...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Mergulhe na Eternidade"...o Néctar das Palavras de Papaji...

Pergunta: "Papaji, o que é liberação?"
Resposta: "Liberação é conhecer sua própria e fundamental natureza, seu próprio Ser. Nada mais! Liberação é a coisa mais fácil de se obter. Você não precisa nem pensar..!
"E, o que é este 'Ser'?"
"Isso é indescritível. Não é intelectual e nem mesmo transcendental. Pense naquele único sem nem mesmo o conceito de segundo. Então, descarte também este conceito de Um!"
"Papaji, você com frequência fala de 'entrega'...mas, entregar-se a quê?"
"Àquela Fonte através da qual você fala, através da qual vê, respira, experimenta e toca, através da qual a Terra gira e o Sol brilha, e pela qual você pode fazer esta pergunta. Tudo acontece por meio desta Consciência, na qual, mesmo o 'vazio' está alocado. A este Supremo Poder que se encontra além do além - seu próprio Ser - a ele você deve se entregar."
"Esta Consciência, a qual você se refere, é eterna, sem nascimento e sem morte?"
"A Consciência está além de conceitos de nascer ou morrer, até mesmo além dos conceitos de eternidade ou de vazio ou de espaço. Aquilo em que se acham acomodados o espaço, o vazio e a eternidade é chamado de Consciência, em cujo interior tudo tem existência."
"Mas, Papaji, ainda assim nascimento e morte continuam aparentes!"
"Sim, criação e destruição acontecem sem cessar. Todas estas manifestações são como borbulhas e ondulações sobre o oceano. Deixe que prossigam...o oceano não as vê como separadas. As borbulhas, as ondulações e as grandes ondas - podem parecer a si mesmas como separadas, mas o oceano não é perturbado com isso... Deixe que se movimentem sobre ele, que tenham diferentes formas e diferentes nomes, deixe que surjam e que desapareçam. Você é aquilo que brilha através de todas as modificações. 
A Consciência permanece inalterada...!"
Fonte: "Plunge into Eternity", by Catherine Ingram, Lucknow, 1992

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Yoga da Auto-averiguação "Quem sou eu?", de acordo com Sri Ramana Maharshi

"QUEM SOU EU?" foi um dos dois primeiros trabalhos do Maharshi, sendo o outro 'Auto-indagação', composto mais ou menos na mesma época. Foram escritos por volta do ano de 1.901, aos 22 anos de idade, quando não era ainda chamado de Bhagavan Sri Ramana Maharshi. Todavia, já era um Sábio auto-realizado, em estado de perfeito conhecimento divino, vivendo na caverna Virupaksha, no sagrado monte de Arunachala.
As pessoas já começavam a procurá-lo, mas embora ele não tivesse feito qualquer voto de silêncio, raramente falava. Por vezes, respondia às perguntas por escrito. Assim fez em resposta a 14 perguntas apresentadas por um daqueles primeiros discípulos. Mais tarde, outras tantas foram acrescentadas, o que ocasionou uma publicação provisória, em prosa, sem as perguntas, como aparecem abaixo. O Ensinamento, em toda sua simplicidade e grandeza, se acha sempre convergindo para a questão básica 'Quem sou eu?'
"QUEM SOU EU" ou "Who am I" no original em inglês...
Cada ser vivente aspira ser feliz, intocado pelo desgosto. E cada qual tem o maior amor por si mesmo, o que se dá unicamente pelo fato de que a 'felicidade' é sua verdadeira natureza. Assim, de modo a realizar aquela felicidade inerente e imaculada, experienciada em sono profundo quando a mente é deixada para trás, é essencial conhecer a si mesmo. Para obter tal conhecimento, a indagação 'Quem sou eu?', feita em busca do Ser, é o meio por excelência.
"Quem sou eu?" Não sou este corpo físico, nem os cinco órgãos de percepção; não sou os cinco órgãos de atividade externa, nem tampouco as cinco forças vitais e nem mesmo a mente pensante! Também não sou aquele estado de inconsciência que apenas retém as tendências sutis da mente, sendo portanto livre da atividade funcional dos órgãos dos sentidos e da mente...(...)
Deste modo, rejeitando sumariamente todos os acima mencionados acessórios do corpo físico, com suas funções, afirmando 'eu não sou isto' e também 'eu não sou aquilo', o que permanecer em separado e isolado naturalmente, este puro 'estado de percepção', é isto que eu sou! Este estado de puro conhecimento é, por sua própria natureza, SAT-CHIT-ANANDA, ou seja, pura existência-pura consciência-puro júbilo...
Se a mente, que é o instrumento de conhecimento e base de toda atividade, cessa, a percepção do mundo como realidade objetiva também cessa. A menos que a percepção ilusória da 'cobra na corda enrolada' (*) cesse, a corda sobre a qual a ilusão se forma, não é reconhecida como tal.
De mado semelhante, a menos que a ilusória percepção do mundo como sendo real desapareça, a Visão da verdadeira natureza do 'EU', sobre o qual a ilusão surgiu, não é alcançada!"
(*) O exemplo clássico usado em Filosofia Vedanta, no qual se sugere a retificação da percepção inicial, em que uma corda enrolada é tomada por uma cobra, quando vista no escuro!
Fonte: Copyright a Sri Ramanashraman, Tiruvannamalai-Índia.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Despertando o "Gigante Interior"... conforme a Vedanta Advaita


Duvidas...questões...o que são? Qual a dúvida mais crucial? É não saber quem você é! Por todo lado apenas o oceano: para a direita, ou para a esquerda, acima ou abaixo, à frente ou atrás...apenas água, imensa paisagem aquática. Uma gotinha desta imensidão, que pode ser você, subitamente pergunta: "O que está acontecendo aqui?" Qual será a resposta do Oceano? Oferecemos aqui algumas respostas, porém, com a ressalva, que você deve procurar obter as suas próprias, e quando as tiver obtido, saberá o que é ILUMINAÇÃO..!

"Você pode abandonar o palco agora mesmo...mas, faça-o como o rei que se levanta de seu trono e segue para seu jardim favorito...Ele não é o jardineiro, continua sendo o rei! Com você também é assim, aonde quer que vá!" (Sri Poonja-Papaji)


"Acredite em mim, você não precisa de nada, exceto 'ser o que você é'! Você imagina que aumentará seu valor através de aquisições. É como o ouro imaginando que, com a adição do cobre, irá valorizar-se! Apenas a eliminação e renúncia a tudo que é estranho à sua natureza será suficiente. Tudo mais é vaidade!" 
(Sri Nisargadatta Maharaj)


"O propósito de 'observar' é somente para discernir sobre a transitoriedade do que estiver acontecendo..e que assim irá continuar! Não desperdice tempo com isso: tão logo reconheça que tudo está se modificando, mudando de lugar, retire sua atenção para o Observador do ocorrido. Ele é tangível? Não subestime o poder da contemplação!" (Mooji)


"Esteja sempre consciente do Atman...
 Ele é contínuo e em toda parte está. Você afirma: 'Eu sou aquele que medita' ou
 'O Senhor é meu objeto de meditação!'
 Porque você divide, desta forma, o Indivisível?"  (Do Avadhuta-Gitâ, cap.1)


"Pode você desenvolver suas atividades diárias com a percepção do 'background' de sua vida... a vida da Consciência?" (Eckhart Tolle)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

De Consciência para Consciência...


De Consciência para Consciência significa que tudo é consciente. Em dimensão mais profunda somos esta claridade sem fim, uma percepção sem fim, entendimento sem fim. Em nível mais profundo, todos nos entendemos muito bem... sem qualquer necessidade de palavras. Porém, à superfície da existência, onde nos acostumamos a estar, onde temos a impressão de 'existir', as palavras são instrumentos de esclarecer ou também de confundir. Por exemplo, quem apenas se ocupa da mente, não conhece a não-mente, quem se ocupa só com o ruído não conhece a quietude, quem muito se movimenta, desconhece o que silencia !!Portanto, aqui vão alguns pensamentos, com que você pode ter afinidade ou não, mas seja como for, pode deixar a mente de lado e apenas...sentir ou ouvir o que for lendo. Depois, apenas entre em silêncio, em comunhão contínua de Consciência para Consciência...

"O momento é este; a situação e o lugar são estes, e “eu” sou Aquilo...
Nossos melhores momentos e sensações várias, não as podemos reter; apenas a percepção de que Eu Sou existente pode-se tornar contínua e dela posso desfrutar – ah, isto Eu Sou!
Nos melhores lugares, diante dos mais maravilhosos panoramas, não posso permanecer, são passageiros, portanto o melhor lugar é aqui; e a idéia de que, um dia, a mente estará sob controle, é fútil e tola; a mente deve ser substituída por uma perspectiva mais ampla de viver.
O único momento e lugar seguros estão no silêncio comigo mesmo, onde posso encontrá-lo, a Ele, o Senhor da mente, e eu Sou Ele!

Nunca nos damos conta de que só temos, de fato, o presente, e o presente é a conscientização Eu Sou, você sabendo que é real o tempo todo.
A conscientização contínua é a base da percepção exata da Vida.
O que realmente permanece comigo? Qualquer coisa exterior ou situação, fica comigo durante certo tempo e depois se vai. Apenas entrando no silêncio da conscientização Eu Sou percebo o que é permanente, 
contínua percepção de minha própria divina realidade,
contínuo conhecimento  Eu Sou. Nisto, neste nível, devo me sustentar!
Meditação torna-se ‘conscientização’ quando você, sem esforço, permanece consciente daquilo que você é, puro Ser, pura identidade, puro saber!
Você sabe que é o Real Ser o tempo todo. É amor ao Deus que está consigo!"

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Assim era Sri RAMAKRISHNA", contado por Swami Vivekananda

Sri Ramakrishna era filho de um brahmin (de casta elevada) muito ortodoxo, que recusaria receber algo de alguém que não fosse outro brahmin. Também não poderia aceitar um trabalho, nem mesmo o de sacerdote em um templo; não poderia ser 'livreiro', tampouco servir quem quer que fosse! Ele poderia aceitar apenas "o que fosse caído do céu!", ou seja, esmolas, ainda assim não vindo de pessoa de casta inferior. Templos não têm grande papel na religião hindú; se fossem todos destruídos, ainda assim o Hinduísmo não seria nem um pouco afetado. Um homem pode construir uma casa para "Deus e convidados", porém, se para si próprio, seria considerado egoísmo. Sendo assim, ele prefere erguer templos como moradia para Deus.
Devido à grande pobreza de sua família, Sri Ramakrishna foi obrigado a se tornar sacerdote em sua juventude, em um templo dedicado a Kali, a Divina Mãe do universo, representada por uma figura feminina, que  se sustenta em pé sobre uma figura masculina, significando que se maya - o poder ilusório - não for afastado, não se pode conhecer nada. Brahman é neutro, não conhecido e não conhecível; porém, em sua personificação, se oculta sob os véus de Maya e se torna a Matrix do universo, manifestando toda a criação. (...)
O serviço diário à Divina Kali, aos poucos, foi despertando uma tão intensa devoção no jovem sacerdote, que ele não conseguia mais conduzir seu serviço regulamente. Desse modo, abandonou suas ocupações e se retirou a um pequeno bosque nas cercanias do templo, onde se entregou inteiramente à meditação. Este bosque se achava à beira do Rio Ganges, e certo dia, a rápida correnteza trouxe aos seus pés apenas o necessário material para que fosse erguida uma pequena cabana. Nessa condição ele permaneceu, orando, chorando, não se importando o mínimo com seu corpo físico, nem com outra coisa que não fosse sua Mãe Divina. Um parente o alimentava uma vez ao dia e tomava conta dele. Com o tempo, uma mulher, uma asceta feminina, chegou...para ajudá-lo a conhecer a Mãe. Quando necessitava de alguma instrução, o instrutor aparecia, sem ser chamado; de qualquer das seitas, algum homem santo surgia oferecendo-se para instruí-lo, e a cada um deles Ramakrishna ouvia intensamente. Mas, ele considerava a todos como a Mãe...
Sri Ramakrishna nunca falou palavras rudes a ninguém. Tão belamente tolerante ele era, que cada uma daquelas seitas o considerava 'seu'. Ele amava a todos, e para ele todas as religiões eram verdadeiras. Ele era livre, mas livre pelo amor, não pela explosão.(...)
As ondas do pensamento religioso se erguem e se abatem, e no topo de cada onda se posiciona o Profeta da época. Ramakrishna veio para ensinar a religião de hoje - construtiva e não destrutiva. Ele teve que mergulhar fundo em busca da razão das coisas e criou uma religião científica, que não diz "acredite", mas sim, "veja"! "Eu vejo e você também pode ver!" Deus se mostrará a cada um, e harmonia se acha ao alcance de todos. Os ensinamentos de Sri Ramakrishna são a essência do Hinduísmo.
Ele começou a pregar quando estava perto dos quarenta anos, mas nunca saiu de seu lugar para isso. Esperou por aqueles a quem seu ensino se destinava... Sri Ramakrishna é reverenciado na Índia como uma das grandes Encarnações e seu aniversário  é celebrado lá como um grande festival religioso!!
Fonte: "Inspired Talks", by Swami Vivekananda, Vedanta Press, Hollywood, USA.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"ISTO, TAMBÉM, PASSARÁ!"

A autora deste poema, Ella Willer Wilcox, conheceu Swami Vivekananda na América, talvez por volta da virada do século XIX. Naquela época quando o encontrou, tinha muito dinheiro investido na Bolsa, e quando esta quebrou, viu-se falida e na pobreza, e também muito deprimida. Este poema foi escrito neste período, e se intitula:
             "ISTO, TAMBÉM, PASSARÁ!"
Um poderoso monarca em dias que já se vão,
fez oferta de honrarias, muito ouro e pedrarias,
aquele que soubesse criar, em forma concisa,
um lema para sua vida, curto, mas sábio; 
um preceito que lhe trouxesse alívio nas horas de desamparo,
e também que, em dias de prosperidade, lhe alertasse!

Muitos enviaram ao rei suas máximas,
mas, a escolhida, apenas advertia: 'Isto, também, passará!'
Alguma desgraça em seu destino aconteceu?
'Isto, também, passará!'
Assimile este pensamento e aguarde, sua espera não será vã!
O tempo torna dourados os elos de ferro da dor!
A escuridão de hoje, conduz à claridade amanhã!
Não há alegria que não tenha fim,
nem tristeza que não se acabe!
Está você nas alturas, nuvens à vista não há?
Vá e leia seu lema outra vez: 'Isto, também, passará!'
Fama...glória...poder...pequenas borbulhas momentâneas são,
empurradas abaixo como pó pelos anos cruéis...(...)

Use bem seu heroísmo enquanto ele perdura!
Deixe flores e não destroços, marcando seus passos...!
A maior verdade está em ser bondoso,
e, na mente alegre, a maior sabedoria!

Assim, recorde sempre o lema do velho rei,
deixe que seu significado ilumine seus dias,
e, para tudo que acontecer, diga: 'Isto, também, passará...!"

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

As afirmações transformadoras para a Vida Cotidiana, segundo o "Livro de Ouro de Saint-Germain".


Após séculos de atividade, chegamos ao ponto focal onde as experiências das Idades entram em ação instantânea, e onde todo tempo e espaço se converte na única Presença de Deus em ação agora.
Sabendo que é a Presença de Deus  “Eu Sou”  que pulsa em teu coração, sabes então que teu coração é a caixa de ressonância  de Deus e que, à medida em que meditas e dizes – “Eu Sou a Suprema e Inteligente atividade de minha mente e meu coração”, trarás a este o verdadeiro e divino sentimento em que podes confiar.
 Há tanto tempo a humanidade vem amando apenas com a periferia do círculo, que no momento em que se torne consciente que Deus é Amor e que a atividade de Deus Amor se projeta pelo coração, compreenderá que ao focar sua atenção no desejo de projetar amor, com qualquer propósito, pode gerar amor a um grau ilimitado; e que este é o privilégio supremo da atividade exterior da consciência. A humanidade não compreendeu até agora que o Amor Divino é um Poder, uma Presença, uma Inteligência, uma Luz e uma Entidade que pode ser engrandecida ao ponto de uma chama sem limites, e que está na capacidade de todo indivíduo, especialmente sendo um estudante da Luz, o cultivo desta Presença de Amor até que se converta em uma invencível, inesgotável e pacificadora entidade, presente onde quer que o estudante a direcione.
 Há quem diga e creia que  “no Amor não se pode mandar”. Mas, eu te digo que o Amor é o Primeiro Princípio da vida e pode ser gerado em qualquer grau e sem limite algum, para uso infinito. Tal é o majestoso privilégio e o uso e direção conscientes que se pode dar ao Amor. Quando digo ‘gerar’, significa o abrir-se a porta pela devoção consciente à emanação desta fonte inesgotável de Amor Divino que é o Coração de teu Ser, o próprio Coração do Universo.
Os estudantes, pela contemplação deste poder infinito do Amor, se converterão em uma tal fonte de irradiação, que dela poderão dispor  para uso infinito, conduzindo-a de modo consciente.
Quando, meus amados estudantes, desejarem libertar-se, rapidamente, de certas ocorrências dolorosas ou de tal ou qual atividade exterior, etc, eu lhes recomendo afirmar: “Eu Sou a Presença que ordena, a Fonte de Energia inesgotável e a Sabedoria Infinita fazendo com que meus planos se cumpram.” Isto te libertará de qualquer condição indesejável e é a forma permitida pela própria Lei de teu Ser.
Ciente disso, também poderás afirmar: “Esta Presença Eu Sou agora permanece intocada por qualquer condição perturbadora. Sereno, cruzo meus braços e confio na ação perfeita da Lei Divina e na Justiça de meu Ser, ordenando que tudo em meu campo esteja na perfeita Ordem Divina.”
Agora, dir-te-ei algo muito animador. Cada aspirante que se esforça por alcançar a Luz, está adquirindo uma têmpera tal como a do melhor aço, para que dure o maior tempo, suporte melhor a tudo e seja sempre o mais forte. Quando alguém busca a liberação e continuam surgindo experiências penosas, trata-se apenas do fortalecimento de seu caráter, para que alcance a última, perfeita e eterna Mestria sobre todas as situações exteriores. Podes, pois, com esta compreensão, alegrar-te com a experiência que te permite buscar refúgio na maravilhosa e gloriosa Presença “Eu Sou”.
Fonte: "O Livro de Ouro de Saint-Germain", edt. Ponte Para a Liberdade, Porto Alegre.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Ser miraculoso em todos nós, por Swami Ashokananda...

"Em seu coração está o miraculoso Ser Divino. Quando você procura as coisas da mente instintiva, fica sujeito ao mundo das leis de 'causa e efeito'. Porém, quando busca o que pertence à mente superior - coisas espirituais e divinas além da matéria - entra em um reino de milagre e graça. O maravilhoso surge quando você contempla a real natureza do Ser Divino. Ficará surpreendido ao constatar que este Ser se tornou uma força iluminadora dentro de você. A natureza é a vestimenta natural de Deus. Para além das leis mecânicas da natureza, acham-se leis mais elevadas e que são bem mais flexíveis. De lá provém os milagres!!
Quando você afirma 'Eu sou o Ser divino', entenderá como o real Ser principia a assumir liderança.
'Toda a verdade está em meu interior', isto é Conhecimento! Eu sou a testemunha, o observador! Eu sou a efulgência infinita na qual todo o universo dança! Apenas aprecie todo o drama, tudo não passa de uma grande encenação - todo o universo é seu palco! Desse modo você verá como tudo está permeado de veracidade!"
Fonte: "Shafts of Light", Swami Ashokananda, Kalpa Tree Press - New York.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O mistério sutil entre a Lua Cheia e a Lua Nova




Resposta: “Amavasya significa dia sem lua ou de nova lua. Sempre que alguém ou algo se ausenta, através daquela ausência, sua presença se torna ainda mais forte.

Se você tem um amigo ou alguém que ama e que está sempre com você, a presença dele nunca é tão percebida. Porém, no instante em que se ausenta, você se ressente. O vazio que se segue se torna mais potente que sua anterior presença. Do mesmo modo é com a lua, sua ausência a torna mais presente que nunca. Em qualquer outro dia, até mesmo em Pournami ou lua cheia, ela está lá, mas em Amavasya, sua presença é sentida ainda mais!
A terra fica ‘receptiva’ em Amavasya; o processo de vida fica lento no planeta, surgindo a oportunidade de entendermos a integração dos vários níveis de vida. Quando um certo ‘slow down’ acontece é quando você percebe melhor o seu corpo. Quando você está muito ocupado e tudo anda bem, nem toma conhecimento do corpo. Porém, se algo surge nele, alguma dor, subitamente o corpo adquire importância, e você tem que prestar atenção a ele.
Este é o significado de Amavasya. Neste dia, porque uma certa integração dos elementos está em vigor, há uma desaceleração em tudo. Se você está buscando bem-estar material, Pournami é sagrado. Se está buscando realização espiritual, Amavasya é sagrado. Portanto, há diferentes tipos de práticas e rituais para estas duas dimensões da vida. São dias em que se pode verificar facilmente ‘o que sou eu’ e ‘o que não sou eu’, e daí em diante tem início a jornada do irreal até o Real.
Desde Amavasya até Pournami, cada mês, a oportunidade surge naturalmente. Mesmo para aqueles que se acham totalmente alheios a isso. A natureza de Pournami está mais para o feminino. Amavasya é muito seco. Um dia antes de Amavasya é conhecido como Shivaratri, ou seja, a noite de Shiva. Quando tudo está às escuras, é como se a criação houvesse se dissolvido; há um toque de destruição em Amavasya e a energia feminina fica muito sensível, causando um certo medo e confusão, fazendo a mulher se sentir um tanto desafiadora e masculina. Pournami, a lua cheia, é mais apropriado à energia feminina, que usa melhor o clima disponível. Para o masculino, que busca a realização interior, Pournami não é auspicioso.
Talvez você saiba que, se pessoas se acham mentalmente desequilibradas, nestas duas fases da lua se desequilibram ainda mais. A razão disso é o impacto gravitacional da lua sobre o planeta. Está puxando tudo para cima, oceanos tentam se elevar, e do mesmo modo, até nosso sangue procura erguer-se pela força lunar. Portanto, se você estiver, um pouco que seja, em desarmonia devido à excessiva circulação (de energia) em seu cérebro naquele dia, você ficará mais desarmônico ainda. Estando alegre, ficará mais alegre; se estiver infeliz, ainda mais infeliz ! Seja qual for sua qualidade, ela vai ser realçada neste dia, porque o sangue estará sendo sugado para cima, assim como toda sua energia. Para o aspirante espiritual, que sempre está à procura de algo que lhe eleve a energia, estes dois dias são como uma dádiva da natureza!”
Fonte: "Isha Foundation.org"


terça-feira, 26 de julho de 2011

Pensamentos que conduzem ao estado de Nirvana

"Tudo que percebemos neste mundo é tão somente 'existência'. Por debaixo desta existência está o Ser, o sem forma, a eterna dimensão interior. A sensação de incompletude em tantos de nós tem a ver com nossa inabilidade em perceber este Ser dentro de nós, o 'Eu Sou' interno, a sensação original de existir!" (Eckhart Tolle)
"É verdade que a pratica de retirar a mente de coisas externas, concentrando-a em um único objeto, contribui bastante na aquisição da habilidade para meditar. Porém, para ser de fato bem sucedido em meditação, não perdendo o que se conquistou em futura revolta da mente, deveríamos chegar a uma condição em que a mente não mais deseja qualquer coisa exterior. Este é o princípio da renunciação!"  (Swami Ashokananda)
"Alguns já têm consciência de que esta vida é apenas para libertar-se. Mas, libertar-se do quê? Indo até mesmo além do conceito de liberdade, há como uma urgência queimando neles, e esta urgência significa a remoção  da idéia de que não são livres. Ainda um passo mais, remover também a idéia 'eu sou livre', chegando aquela pura inocência de apenas ser." (Mooji, de  Tiruvannamalai, Índia)
"Sature sua personalidade com a clara percepção do Divino em você, o tempo todo, dentro e fora. Este é o glorioso conceito de Karma Yoga. O egocentrismo original sendo substituido pelo divino centrismo ideal. 
(Swami Sridharananda, da Austrália)
"É claro que, neste momento, estão à procura do guru interno exteriormente. Mas, chegará o tempo em que esta busca naturalmente cessará, e a pessoa poderá desfrutar de verdadeira liberdade ao tornar-se uma com seu Bem Amado. Então, não mais duas partes, apenas Uma!" (Sri Guru Maharaj)
"Não há nenhum esforço em apenas presenciar. Você compreendendo que você é a única testemunha, e este entendimento atuará. Não se necessita mais nada, apenas recordar que o Observador é você mesmo. Dê toda sua atenção a isto: O que é que me torna consciente?" (Nisargadatta Maharaj)
"Você está sempre na Fonte, como poderia abandoná-la? Isso é uma piada... o peixe está reclamando: 'Estou com muita sede!'. Você reclama como o peixe - 'Onde está a Fonte? Não consigo ser eu mesmo!' Que grande  brincadeira você começou!" (Sri Papaji)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sobre a Auto Iniciação e a Upadesa, segundo Sri Ramana...

A transmissão do Guru ao discípulo de sílabas sagradas (mantras), mudras (gestos) e símbolos imaginários é descrita na sagrada tradição como "iniciação ao Conhecimento". Do mesmo modo, em muitas tradições monásticas, ,upadesas, que são ensinamentos verbais curtos, são oferecidos como uma forma de iniciação. Dentro desse costume, quase todos os que procuravam Sri Ramana, desejavam muito receber dele alguma forma especial de upadesa. A um destes buscadores, Sri Bhagavan deu a seguinte resposta:
"O Conhecimento não é dado nem do exterior, nem por outra pessoa. Ele pode ser realizado por qualquer pessoa em seu próprio coração! O Guru de cada um é o Ser Supremo, que revela Sua própria verdade em cada coração através do princípio consciente 'Eu Sou'. A concessão de verdadeiro conhecimento por Ele é a iniciação em Jñana. A graça do Guru é somente esta auto-percepção, que é a real natureza da pessoa. É esta consciência espiritual que revela, seguidamente, a existência do Guru. Esta divina Upadesa está sempre ativa, naturalmente, em cada qual. Sendo que apenas esta Upadesa é reveladora da realização natural do Ser Supremo através da própria vivência pessoal, os buscadores amadurecidos não têm necessidade - jamais - de procurar auxílio externo ao Conhecimento Superior. Desde que o significado do termo 'upadesa' é 'permanecer no Ser' ou 'viver como o Ser', enquanto se estiver à procura de realização exterior, a Auto-realização não poderá ser alcançada. Desde que a pessoa é, ela própria, a realidade toda radiosa no coração, como consciência espiritual, que procure viver sempre como sthita prajna - estabelecido em Sabedoria - como quem alcançou sua verdadeira Natureza. Permanecer estabelecido na experiência da Realidade Sublime é descrito nos Upanishad como 'Supremo Silêncio', 'Ficando em Quietude' ou 'realização de sua própria natureza'."
Fonte: "The Power of the Presence", por David Godman.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Visão de Deus, de acordo com Sri Ramakrishna



     Alguém certo dia perguntou: ‘Senhor, poderia nos dar a visão de Deus?’   Mestre: ‘Tudo depende da vontade dEle, o que uma pessoa pode fazer?  Enquanto  medito em Deus, alguns dias sinto um duradouro despertar interior e noutros dias nada sinto. A pessoa deve fazer um esforço, só então pode ver Deus. Certa vez, em estado elevado, tive a visão de um lago, onde um aldeão retirava água depois de haver afastado uma espuma verde superficial. De quando em quando, tomava água na palma da mão para examinar. Nesta visão me foi revelado que a água não pode ser vista sem que a espuma verde, que cobre o líquido, seja afastada; isto é, não se consegue desenvolver amor por Deus ou obter Sua visão sem trabalho. Trabalho significa meditação, repetição do mantra e tudo mais. Cantar o nome de Deus e Suas glórias também é trabalho, em que se pode incluir ainda caridade, sacrifícios e assim por diante.
      Se você quiser manteiga, deve deixar que o leite se torne coalhada, deixando-o em um lugar tranqüilo. Quando houver se tornado coalhada, você tem que trabalhar duro com a batedeira. Só então poderá obter a manteiga do leite!
      Que vai você aprender sobre Deus em livros? De certa distância você poderá ouvir apenas o rumor do oceano. Ao se aproximar, porém, verá muitos barcos velejando de um lado a outro, pássaros a voar e ondas se quebrando!
     A única coisa necessária é ser apresentado ao senhor da casa. Porque ficar ansioso em saber, por antecipação, quantos jardins e casas, quantas apólices do governo o dono da casa possui? Os criados não lhe permitirão nem mesmo se aproximar, que dirá de lhe adiantar sobre os investimentos de seu amo. Desse modo, de uma maneira ou de outra, torne-se conhecido do dono, mesmo que tenha de saltar sobre uma cerca e levar um empurrão dos empregados. Então, o próprio dono da casa irá lhe relatar sobre suas casas e jardins e seus investimentos. E, o que é melhor, os criados e o porteiro o saudarão ao saberem que já é conhecido de seu senhor.
      Devoto: ‘A questão agora é como se tornar conhecido do dono da casa!’
    Mestre: ‘Por isso disse que o trabalho é necessário. Não basta dizer que Deus existe e continuar desperdiçando seu tempo. Você tem de realizar a Deus de um modo ou de outro. Chore por Ele com um coração anelante. Vocês andam de um lado a outro, como loucos, em busca de ‘luxo e luxúria’, fiquem agora um pouco enlouquecidos por Deus. O que vão alcançar pela simples afirmação de que Deus existe, nada fazendo a este respeito? No lago de Haldarpukur vivem grandes peixes, mas poderá alguém apanha-los simplesmente se sentando em suas margens sem se preocupar? Não, tem-se que preparar algumas iscas condimentadas e jogá-las no lago. Então, das profundezas virão os peixes e você verá ondulações. Isto o deixará feliz. Talvez algum deles salte para fora d’água e você terá uma visão rápida de seu tamanho, e isso o deixará muito contente!’
     Fonte: "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de autoria de M. Mahendranath Gupta.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Uma meditação:"O que é Real?"

Penso que faz parte do "mistério" de estarmos aqui, fazer esta indagação: "Como vim parar aqui? Que mundo é este?" Estar 'vivo', ser 'existente' é um fato incontestável e que não pode ser mudado. Para muitos, estar 'vivo' não parece significar muita coisa, não é suficiente, e ela mesma acredita  ter que adicionar muitas coisas para que 'sua vida' adquira significado! Porém, quanto mais acrescenta, mais insatisfeita está. Esta insatisfação cria uma 'busca' em vários níveis, do mais grosseiro ao mais sutil, tornando-se - em algum ponto - uma busca por conhecimento, necessidade de saber: temos necessidade de saber quem somos, de saber o que é o mundo e o que é Deus. Gostaríamos que nos mostrassem, com clareza, o que é real. Que alguém separasse as coisas e nos dissesse: isto é bom, isto não é, isto serve, isto não serve! Porém, esta clareza, esta classificação, é puramente ilusória. Temos de ir, aos poucos, descobrindo por nós mesmos.
Na Índia havia alguém que desejava conhecer a Verdade e não se sentia satisfeito com as respostas que vários sábios lhe conferiam. Eles não o convenciam. Ele era devoto de Krishna, tinha visões brincando com Krishna como crianças, meditava em Krishna e procurava conduzir sua vida como Seu servidor. Mas...isso não o contentava. Um dia, tendo recebido informações de alguns amigos, dirigiu-se ao sul da Índia, a Tiruvannamalai, onde se contava de um sábio cujo olhar transformava as pessoas. Ramana Maharshi era como se chamava este sábio, que vivia em silêncio, na mais absoluta simplicidade. "O senhor já viu Deus? Caso o tenha visto, pode me possibilitar esta visão também?", foi a indagação que o buscador fez logo ao chegar. Tão logo cumprimentou o Mouni (que vive em silêncio), já foi meio que pressionando para obter uma resposta. Sri Ramana então respondeu: "Não, não lhe posso mostrar Deus e tampouco conferir-lhe a visão dele, pois Deus não é um objeto que possa ser visto. Deus é o sujeito, é Ele quem vê. Não se preocupe com objetos que podem ser vistos. Descubra quem é o Vedor." E logo acrescentou:"Você, somente, é Deus!"
Uma outra sequência pode ser contada e se refere ao primeiro encontro de Narendra (futuro Swami Vivekananda) e Sri Ramakrishna. Narendra, rapazola de 18 anos, estava acostumado ao estudo dos filósofos ocidentais do século XIX, e sua fé em Deus e nas religiões não era ainda firme. Não aceitava religião com base na fé: desejava ter provas da existência de Deus. Foi neste estado de espírito que certo dia, um amigo o levou à presença de Sri Ramakrishna, que estava em companhia de outras pessoas.Porém, tão logo surgiu a oportunidade, foi perguntando: "Senhor, já viu Deus?" Ao que Sri Ramakrishna respondeu: "Sim , já vi a Deus, e o tenho visto até mais tangível do que vejo você. Tenho conversado com Ele mais intimamente do que estou falando com você!" E ainda prosseguiu: "Mas, meu rapaz, quem deseja ver Deus? As pessoas derramam jarras de lágrimas por dinheiro, esposa e filhos. Porém, se chorassem por Deus por um dia apenas, elas certamente O veriam!" Narendra ficou surpreendido, era a primeira vez que ouvia alguém confirmar ter visto a Deus...
Bom...isso também provoca nossa meditação, nossa reflexão. As duas respostas parecem se contradizer, parecem nos confundir. Será isso assim realmente???

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fazer Afirmações Positivas é a melhor das orações, segundo o livro "O Segredo de |Shamballa"


No livro “O Segredo de Shambhala”, de James Redfield, capítulo ‘Os Campos de Intensão’, está relatado o seguinte:
 "Duas pessoas estão conversando:
- Saiu mais um estudo sobre a prece e é fascinante!
- Que foi que descobriram?
- Descobriram que a prece mais eficaz de todas não é a estruturada em forma de pedido, mas em forma de afirmação! Montaram o estudo para testar dois tipos de prece. A primeira resumia-se em pedir a Deus, ou ao Divino, para ajudar uma pessoa doente. A outra era simplesmente afirmar, com fé, que Deus vai ajudar a pessoa. Uma prece que pede a Deus para intervir, parte do princípio que Deus pode intervir, mas apenas se resolver atender nosso pedido; parte do pressuposto que nosso único papel é pedir! A outra forma de prece parte do princípio de que tudo está pronto, porém vai depender da firmeza de nossa fé para que seja satisfeito. Assim, nossa prece tem que ser uma afirmação que exprima esta fé. No estudo ficou provado que este tipo de prece é a mais eficaz.
Todas as orações importantes da Bíblia não são pedidos, mas afirmações. Veja o Pai Nosso, ele diz: ‘Seja feita vossa vontade assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje e perdoai nossas ofensas...’ Ela não diz: por favor, será que pode nos dar comida, tampouco diz: por favor, será que pode nos perdoar? Ela simplesmente afirma que estas coisas estão prontas para acontecer, e nós, crendo fielmente que acontecerão, fazemos com que aconteçam.
Alguns pesquisadores estão afirmando que, se nossas expectativas, a nossa fé no que vai acontecer, são o que faz a prece funcionar, então cada um de nós, sabendo disso ou não, é uma força irradiante de energia-da-prece o tempo todo nesse mundo. Entende a verdade disso?
Se a prece é uma afirmação baseada em nossas expectativas, em nossa fé, então todas as nossas expectativas têm efeito de prece. Na verdade, o tempo todo estamos rezando por algum tipo de futuro para nós e para os outros, só que não estamos conscientes disso."
Podem ser acrescentadas duas sugestões:
1. Se deseja que algo aconteça, não se contradiga, ou seja, não negue seus pedidos com sentimentos de dúvida ou fraqueza; uma vez que estabeleceu o que quer, não deixe por menos;
2. Veja seu pedido como se já estivesse realizado, sinta-se conduzindo sua questão de forma vitoriosa.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Identificação equivocada é a semente de todo mal... pelo Swami Vivekananda


"Seja livre, e assim, tenha tantas personalidades quantas desejar. Então, poderá fazer como o ator que vem ao palco e representa  o papel de mendigo. Compare-o com o mendigo que caminha pelas ruas. A cena é, talvez, a mesma em ambos os casos; as palavras também, talvez, as mesmas, ainda assim, veja que diferença! Um deles desfruta sua mendicância, enquanto o outro sente-se miserável por causa dela. O que causa a diferença? Um é amo e o outro, servo. O ator sabe que seu estado de mendigo não é real, mas que foi assumido para aquela representação, enquanto que o verdadeiro mendigo pensa que é seu estado próprio, devendo suportar aquilo queira ele ou não. Esta é a lei. Enquanto não tenhamos conhecimento de nossa verdadeira natureza, somos mendigos, empurrados de um lado a outro, pelas  forças da natureza."
Assim expressou o Swami Vivekananda o estado natural de ignorância que resulta em sofrimento: o esquecimento de quem realmente somos! Sofrer também significa "o desejo de ser diferente do que se é", ou desfrutar de uma identidade passageira, na qual, aos poucos, não encontramos consistência. Claro, existem outros tipos de sofrimento, mas, analisando bem, podemos ver que este é o deslize básico. Esquecidos, nos prendemos a tudo que parece ser duradouro, que parece ser definitivo, que parece ser eterno. Swamiji enfatiza sempre em seu ensinamento, que o destemor é a qualidade singular para a verdadeira realização: "Be fearless...be strong!" ele ensinava. E o único modo de nos tornarmos fortes e sem medo é conhecendo nossa verdadeira condição de soberania, relativamente aos devaneios de nossa mente.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Palavras que vêm do Silêncio...

“In Silence"...a poem

“In silence you are teaching me so many things;
in silence I am learning so many things from you;
Silence is gathering thoughts from your mind
and whispering the words to me.
Silent remains the Teacher and in silence
is kept the disciple. Quietness...
In silence, Love radiates oneness,
and in silence
Oneness is the source of all!

"Em silêncio, meu Mestre, tu me ensinas tantas coisas;
em silêncio estou aprendendo tantas de tuas lições.
O silêncio vai reunindo teus pensamentos
e sussurrando as palavras para mim.
Em silêncio permanece o Instrutor e, em silêncio,
se mantém o discípulo. Tudo se aquietou...
Em silêncio o Amor irradia a unidade
e em silêncio a Unidade é a Fonte de tudo!

"Mergulhe fundo no silêncio que há em você...todo impessoal! Não há placa indicativa, não há nomes ou pensamentos, não há movimentos, apenas...o silêncio que lhe acompanha, como Presença, como Consciência. Não se trata, porém, do silêncio de um templo, ou do silêncio dos Himalaias ou de uma paisagem, mas do silêncio da pura Identidade. Mas, antes, temos de reconhecer a banalidade dos pensamentos, o terreno escorregadio que é pensar, calcular, planejar, conceituar, criando expectativas. Você se despoja dos planos imaginados pela mente e é recompensado com o universo do conhecimento Eu Sou, que, antes, já impregnava todo o Silêncio!!"

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.