"Seja
livre, e assim, tenha tantas personalidades quantas desejar. Então, poderá
fazer como o ator que vem ao palco e representa
o papel de mendigo. Compare-o com o mendigo que caminha pelas ruas. A
cena é, talvez, a mesma em ambos os casos; as palavras também, talvez, as
mesmas, ainda assim, veja que diferença! Um deles desfruta sua mendicância,
enquanto o outro sente-se miserável por causa dela. O que causa a diferença? Um
é amo e o outro, servo. O ator sabe que seu estado de mendigo não é real, mas
que foi assumido para aquela representação, enquanto que o verdadeiro mendigo
pensa que é seu estado próprio, devendo suportar aquilo queira ele ou não. Esta
é a lei. Enquanto não tenhamos conhecimento de nossa verdadeira natureza, somos
mendigos, empurrados de um lado a outro, pelas
forças da natureza."
Assim expressou o Swami Vivekananda o estado natural de ignorância que resulta em sofrimento: o esquecimento de quem realmente somos! Sofrer também significa "o desejo de ser diferente do que se é", ou desfrutar de uma identidade passageira, na qual, aos poucos, não encontramos consistência. Claro, existem outros tipos de sofrimento, mas, analisando bem, podemos ver que este é o deslize básico. Esquecidos, nos prendemos a tudo que parece ser duradouro, que parece ser definitivo, que parece ser eterno. Swamiji enfatiza sempre em seu ensinamento, que o destemor é a qualidade singular para a verdadeira realização: "Be fearless...be strong!" ele ensinava. E o único modo de nos tornarmos fortes e sem medo é conhecendo nossa verdadeira condição de soberania, relativamente aos devaneios de nossa mente.
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