segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Assim era Sri RAMAKRISHNA", contado por Swami Vivekananda

Sri Ramakrishna era filho de um brahmin (de casta elevada) muito ortodoxo, que recusaria receber algo de alguém que não fosse outro brahmin. Também não poderia aceitar um trabalho, nem mesmo o de sacerdote em um templo; não poderia ser 'livreiro', tampouco servir quem quer que fosse! Ele poderia aceitar apenas "o que fosse caído do céu!", ou seja, esmolas, ainda assim não vindo de pessoa de casta inferior. Templos não têm grande papel na religião hindú; se fossem todos destruídos, ainda assim o Hinduísmo não seria nem um pouco afetado. Um homem pode construir uma casa para "Deus e convidados", porém, se para si próprio, seria considerado egoísmo. Sendo assim, ele prefere erguer templos como moradia para Deus.
Devido à grande pobreza de sua família, Sri Ramakrishna foi obrigado a se tornar sacerdote em sua juventude, em um templo dedicado a Kali, a Divina Mãe do universo, representada por uma figura feminina, que  se sustenta em pé sobre uma figura masculina, significando que se maya - o poder ilusório - não for afastado, não se pode conhecer nada. Brahman é neutro, não conhecido e não conhecível; porém, em sua personificação, se oculta sob os véus de Maya e se torna a Matrix do universo, manifestando toda a criação. (...)
O serviço diário à Divina Kali, aos poucos, foi despertando uma tão intensa devoção no jovem sacerdote, que ele não conseguia mais conduzir seu serviço regulamente. Desse modo, abandonou suas ocupações e se retirou a um pequeno bosque nas cercanias do templo, onde se entregou inteiramente à meditação. Este bosque se achava à beira do Rio Ganges, e certo dia, a rápida correnteza trouxe aos seus pés apenas o necessário material para que fosse erguida uma pequena cabana. Nessa condição ele permaneceu, orando, chorando, não se importando o mínimo com seu corpo físico, nem com outra coisa que não fosse sua Mãe Divina. Um parente o alimentava uma vez ao dia e tomava conta dele. Com o tempo, uma mulher, uma asceta feminina, chegou...para ajudá-lo a conhecer a Mãe. Quando necessitava de alguma instrução, o instrutor aparecia, sem ser chamado; de qualquer das seitas, algum homem santo surgia oferecendo-se para instruí-lo, e a cada um deles Ramakrishna ouvia intensamente. Mas, ele considerava a todos como a Mãe...
Sri Ramakrishna nunca falou palavras rudes a ninguém. Tão belamente tolerante ele era, que cada uma daquelas seitas o considerava 'seu'. Ele amava a todos, e para ele todas as religiões eram verdadeiras. Ele era livre, mas livre pelo amor, não pela explosão.(...)
As ondas do pensamento religioso se erguem e se abatem, e no topo de cada onda se posiciona o Profeta da época. Ramakrishna veio para ensinar a religião de hoje - construtiva e não destrutiva. Ele teve que mergulhar fundo em busca da razão das coisas e criou uma religião científica, que não diz "acredite", mas sim, "veja"! "Eu vejo e você também pode ver!" Deus se mostrará a cada um, e harmonia se acha ao alcance de todos. Os ensinamentos de Sri Ramakrishna são a essência do Hinduísmo.
Ele começou a pregar quando estava perto dos quarenta anos, mas nunca saiu de seu lugar para isso. Esperou por aqueles a quem seu ensino se destinava... Sri Ramakrishna é reverenciado na Índia como uma das grandes Encarnações e seu aniversário  é celebrado lá como um grande festival religioso!!
Fonte: "Inspired Talks", by Swami Vivekananda, Vedanta Press, Hollywood, USA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.