quinta-feira, 7 de julho de 2011

Uma meditação:"O que é Real?"

Penso que faz parte do "mistério" de estarmos aqui, fazer esta indagação: "Como vim parar aqui? Que mundo é este?" Estar 'vivo', ser 'existente' é um fato incontestável e que não pode ser mudado. Para muitos, estar 'vivo' não parece significar muita coisa, não é suficiente, e ela mesma acredita  ter que adicionar muitas coisas para que 'sua vida' adquira significado! Porém, quanto mais acrescenta, mais insatisfeita está. Esta insatisfação cria uma 'busca' em vários níveis, do mais grosseiro ao mais sutil, tornando-se - em algum ponto - uma busca por conhecimento, necessidade de saber: temos necessidade de saber quem somos, de saber o que é o mundo e o que é Deus. Gostaríamos que nos mostrassem, com clareza, o que é real. Que alguém separasse as coisas e nos dissesse: isto é bom, isto não é, isto serve, isto não serve! Porém, esta clareza, esta classificação, é puramente ilusória. Temos de ir, aos poucos, descobrindo por nós mesmos.
Na Índia havia alguém que desejava conhecer a Verdade e não se sentia satisfeito com as respostas que vários sábios lhe conferiam. Eles não o convenciam. Ele era devoto de Krishna, tinha visões brincando com Krishna como crianças, meditava em Krishna e procurava conduzir sua vida como Seu servidor. Mas...isso não o contentava. Um dia, tendo recebido informações de alguns amigos, dirigiu-se ao sul da Índia, a Tiruvannamalai, onde se contava de um sábio cujo olhar transformava as pessoas. Ramana Maharshi era como se chamava este sábio, que vivia em silêncio, na mais absoluta simplicidade. "O senhor já viu Deus? Caso o tenha visto, pode me possibilitar esta visão também?", foi a indagação que o buscador fez logo ao chegar. Tão logo cumprimentou o Mouni (que vive em silêncio), já foi meio que pressionando para obter uma resposta. Sri Ramana então respondeu: "Não, não lhe posso mostrar Deus e tampouco conferir-lhe a visão dele, pois Deus não é um objeto que possa ser visto. Deus é o sujeito, é Ele quem vê. Não se preocupe com objetos que podem ser vistos. Descubra quem é o Vedor." E logo acrescentou:"Você, somente, é Deus!"
Uma outra sequência pode ser contada e se refere ao primeiro encontro de Narendra (futuro Swami Vivekananda) e Sri Ramakrishna. Narendra, rapazola de 18 anos, estava acostumado ao estudo dos filósofos ocidentais do século XIX, e sua fé em Deus e nas religiões não era ainda firme. Não aceitava religião com base na fé: desejava ter provas da existência de Deus. Foi neste estado de espírito que certo dia, um amigo o levou à presença de Sri Ramakrishna, que estava em companhia de outras pessoas.Porém, tão logo surgiu a oportunidade, foi perguntando: "Senhor, já viu Deus?" Ao que Sri Ramakrishna respondeu: "Sim , já vi a Deus, e o tenho visto até mais tangível do que vejo você. Tenho conversado com Ele mais intimamente do que estou falando com você!" E ainda prosseguiu: "Mas, meu rapaz, quem deseja ver Deus? As pessoas derramam jarras de lágrimas por dinheiro, esposa e filhos. Porém, se chorassem por Deus por um dia apenas, elas certamente O veriam!" Narendra ficou surpreendido, era a primeira vez que ouvia alguém confirmar ter visto a Deus...
Bom...isso também provoca nossa meditação, nossa reflexão. As duas respostas parecem se contradizer, parecem nos confundir. Será isso assim realmente???

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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