quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Visão de Deus, de acordo com Sri Ramakrishna



     Alguém certo dia perguntou: ‘Senhor, poderia nos dar a visão de Deus?’   Mestre: ‘Tudo depende da vontade dEle, o que uma pessoa pode fazer?  Enquanto  medito em Deus, alguns dias sinto um duradouro despertar interior e noutros dias nada sinto. A pessoa deve fazer um esforço, só então pode ver Deus. Certa vez, em estado elevado, tive a visão de um lago, onde um aldeão retirava água depois de haver afastado uma espuma verde superficial. De quando em quando, tomava água na palma da mão para examinar. Nesta visão me foi revelado que a água não pode ser vista sem que a espuma verde, que cobre o líquido, seja afastada; isto é, não se consegue desenvolver amor por Deus ou obter Sua visão sem trabalho. Trabalho significa meditação, repetição do mantra e tudo mais. Cantar o nome de Deus e Suas glórias também é trabalho, em que se pode incluir ainda caridade, sacrifícios e assim por diante.
      Se você quiser manteiga, deve deixar que o leite se torne coalhada, deixando-o em um lugar tranqüilo. Quando houver se tornado coalhada, você tem que trabalhar duro com a batedeira. Só então poderá obter a manteiga do leite!
      Que vai você aprender sobre Deus em livros? De certa distância você poderá ouvir apenas o rumor do oceano. Ao se aproximar, porém, verá muitos barcos velejando de um lado a outro, pássaros a voar e ondas se quebrando!
     A única coisa necessária é ser apresentado ao senhor da casa. Porque ficar ansioso em saber, por antecipação, quantos jardins e casas, quantas apólices do governo o dono da casa possui? Os criados não lhe permitirão nem mesmo se aproximar, que dirá de lhe adiantar sobre os investimentos de seu amo. Desse modo, de uma maneira ou de outra, torne-se conhecido do dono, mesmo que tenha de saltar sobre uma cerca e levar um empurrão dos empregados. Então, o próprio dono da casa irá lhe relatar sobre suas casas e jardins e seus investimentos. E, o que é melhor, os criados e o porteiro o saudarão ao saberem que já é conhecido de seu senhor.
      Devoto: ‘A questão agora é como se tornar conhecido do dono da casa!’
    Mestre: ‘Por isso disse que o trabalho é necessário. Não basta dizer que Deus existe e continuar desperdiçando seu tempo. Você tem de realizar a Deus de um modo ou de outro. Chore por Ele com um coração anelante. Vocês andam de um lado a outro, como loucos, em busca de ‘luxo e luxúria’, fiquem agora um pouco enlouquecidos por Deus. O que vão alcançar pela simples afirmação de que Deus existe, nada fazendo a este respeito? No lago de Haldarpukur vivem grandes peixes, mas poderá alguém apanha-los simplesmente se sentando em suas margens sem se preocupar? Não, tem-se que preparar algumas iscas condimentadas e jogá-las no lago. Então, das profundezas virão os peixes e você verá ondulações. Isto o deixará feliz. Talvez algum deles salte para fora d’água e você terá uma visão rápida de seu tamanho, e isso o deixará muito contente!’
     Fonte: "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de autoria de M. Mahendranath Gupta.


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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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