Temos aqui mais uma pérola do pensamento de Sri Ramakrishna: como acender a lâmpada do Conhecimento Espiritual. Sim, o conhecimento das coisas práticas é uma parte inicial: são os conceitos, são as medidas, as percentagens, o que foi ganho e o que foi perdido. Mas, agora, para conhecer a nós mesmos, temos que abandonar estas margens aparentemente seguras e mergulhar fundo nas águas da Realidade não-conceitual.Sri Ramakrishna costumava dizer: “Este altar do corpo não deve ficar na escuridão; deve-se iluminá-lo com o lampião da Sabedoria.” O corpo humano é o mais santo de todos os templos. Swami Vivekananda dizia que os templos eram erguidos para homenagear os deuses, porém, que havia um melhor templo- o próprio homem. Ele é o Taj Mahal. Este templo não deveria ser deixado em sombras; uma lâmpada deve ser ali mantida acesa. Esta lâmpada é a luz do Conhecimento. Ramakrishna também dizia: “Uma casa sem luz indica pobreza”. E ainda mais: “Um sinal da mansão de um homem nobre, é que todas as dependências se encontram iluminadas. O pobre não dispõe de muito óleo, e, consequentemente, não pode acender tantos lampiões.”
Do mesmo modo, se a lâmpada do Conhecimento não iluminar o templo do corpo, essa pessoa é realmente pobre. Pode ter fortuna e influência, mas sem conhecimento, estará empobrecida. Sua “casa” se acha na escuridão, e sua vida é um fracasso. “Deve-se acender a lâmpada do Conhecimento no altar do coração!” O propósito da vida humana é acender esta lâmpada do Conhecimento, realizar a Deus. (...)
Tal conhecimento é signo de alguém verdadeiramente rico. Quando contemplamos uma pessoa assim, compreendemos que Deus reside em seu coração. Ela vive em grande júbilo, transmitindo sua alegria aos demais. (...) Sri Ramakrishna ainda afirmava: "Cada lar possui uma conexão para gás, que pode ser obtido dos tanques de armazenamento da Companhia de Gás. Solicite à Companhia que tudo será arranjado para seu suprimento de gás. Assim, sua casa será iluminada.”
Quando a lamparina do Conhecimento for acesa, Deus será manifestado no templo do corpo. Presentemente, sob o domínio dos sentidos e da mente, nos consideramos fracos e pobres. Mas, em realidade, estamos acima do corpo, da mente e dos sentidos. Nenhum poder do Universo é maior do que nós somos!
Há dois modos de alcançar isto; um é o modo dos devotos. O devoto se considera uma criança de Deus, ou um Seu servidor. Dessa maneira, fica intimamente relacionado a Ele, e, como resultado, torna-se também vasto e ilimitado. Deus é sem limites: ao nos tornarmos intimamente associados a Ele, também nos tornamos ilimitados. Mas, é preciso ter cuidado, pois, se pensarmos: “Eu estou a ganhar muito dinheiro”, ou, “Eu estou muito famoso”, ou ainda, “Alcancei grande reputação”, de imediato nos tornaremos de novo pequenos. Afundamos, outra vez, em nosso minúsculo eu. O outro modo é o dos jnanis. O jnani afirma: “Eu mesmo sou Deus. Eu sou Brahman”. Swami Vivekananda declarou: “Ou você diz- eu sou tudo!, ou diz- Tu és tudo! Devotos do Senhor dizem:- Tu és tudo que há!; os jnanis dizem- Eu sou tudo que há! Eles compreendem que tudo é Brahman, e, portanto, eles próprios também são Brahman.
Esta é nossa verdadeira identidade, nosso mais básico relacionamento. Mantemos tantos relacionamentos no mundo, esquecendo, porém, aquele, de fato, mais importante, o relacionamento que nos confere nossa verdadeira identidade. Por causa disso sofremos, e também causamos sofrimento aos demais. Nossa miséria vem do esquecimento de nossa real identidade. Sri Ramakrishna afirmava que o propósito da vida é nos tornarmos estáveis neste relacionamento.
Trecho do livro "The Way to God...", do Swami Lokeswarananda, Institute of Culture, Índia.
Para conhecer mais sobre Sri Ramakrishna, procure em http://www.vedanta.org.br/
Palavras de Sri Ramana Maharshi: "A verdade permanente é tão simples. Não é nada mais que estar em seu próprio estado original. Todavia, é de admirar que para ensinar algo tão simples, inúmeras tradições foram criadas, iniciando disputas entre si sobre quem recebera autoridade divina para ensinar. Que lástima! Seja você mesmo, isso é tudo!"
domingo, 29 de agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
As Pérolas de Sri Ramana Maharshi
Pergunta: "Senhor, como podemos restringir a mente?"
Sri Ramana: "Será que um ladrão vai denunciar outro ladrão? Será que a mente vai controlar a si mesma?
A mente não pode 'procurar' pela mente! Você tem ignorado aquilo que é real e se preocupa com a mente, que é irreal, tentando até saber o que ela é! Durante seu sono, a mente estava presente? Não estava, mas agora está aqui. Ela é, portanto, impermanente! Como você pode encontrar a mente? A mente não é você, embora você pense que é, e assim segue perguntando como pode restringí-la. Se ela é real, pode ser controlada, mas não é! Compreenda esta verdade por sua própria investigação. Descobrirá que buscar o impermanente é inútil - portanto, busque a Realidade, ou seja, o Atman.
Esta é a maneira como a mente pode ser restringida!
Das "Conversações com Sri Ramana Maharshi".
Sri Ramana: "Será que um ladrão vai denunciar outro ladrão? Será que a mente vai controlar a si mesma?
A mente não pode 'procurar' pela mente! Você tem ignorado aquilo que é real e se preocupa com a mente, que é irreal, tentando até saber o que ela é! Durante seu sono, a mente estava presente? Não estava, mas agora está aqui. Ela é, portanto, impermanente! Como você pode encontrar a mente? A mente não é você, embora você pense que é, e assim segue perguntando como pode restringí-la. Se ela é real, pode ser controlada, mas não é! Compreenda esta verdade por sua própria investigação. Descobrirá que buscar o impermanente é inútil - portanto, busque a Realidade, ou seja, o Atman.
Esta é a maneira como a mente pode ser restringida!
Das "Conversações com Sri Ramana Maharshi".
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Qual a melhor maneira de iniciar o estudo da Vedanta?
Pergunta:
"Qual seria a melhor forma de abordar a Vedanta? A forma devocional, a forma de raciocínio, a forma monista, a forma de trabalho desinteressado, ou alguma outra forma?"
Resposta:
"A filosofia Vedanta enfatiza a necessidade de estudarmos nossa própria dimensão. Basicamente, eu devo saber o que estou buscando, o que necessito. Desde que é muito difícil compreender a mim mesmo e poder escolher um caminho, uma tradição de Mestres foi aceita na Índia. Esta filosofia deveria ser estudada sob a direção de um instrutor qualificado, profundo conhecedor da natureza humana, que pudesse conduzir as pessoas ao entendimento de sí mesmas, e, finalmente, poder escolher. Esta escolha nunca seria imposta a alguém. E como estas tradições estavam desaparecendo e instrutores daquele calibre não mais eram encontrados na Índia, Sri Ramakrishna veio dar novo impulso e orientação ao antigo método. Penso que esta ciência veio ao ocidente com o propósito de fornecer às pessoas o conhecimento necessário a sua auto análise, de modo a que possam interpretar esta filosofia à luz de sua experiência pessoal.
Sei que é uma grande tentação pedir a alguém que decida por mim. Porém, a base da psicologia Vedanta é que cada ser humano possui diferentes tendências e estas tendências têm que ser compreendidas. Para isso, a liberdade já nos foi concedida. Desde que somos nós que estamos em dúvida, precisamos estudar estes princípios, mesmo tomando a liberdade como um desafio. Assim, nossa própria experiência, nosso próprio entendimento sobre nós mesmos, nos conduzirá a um caminho específico.
Não é uma psicologia a ser praticada como algo inaplicável à minha vida cotidiana. É algo que deve tornar-se “minha vida diária”.
Assim sendo, apenas eu posso compreender minhas tendências, e assim escolher, destes princípios, os que se ajustam melhor às minhas inclinações.
Porque a idéia básica é que “nós já estamos todos nos empenhando para evoluir”. Portanto, temos de mudar nossa atitude, não propriamente nosso estilo de vida, ou nosso trabalho ou aparência exterior.
É preciso que também compreendamos nesse momento que a religião ensinada com base na autoridade de outra pessoa, é algo que vem sendo tentado em todas as culturas nos últimos 2.000 anos de história, pelo menos. Assim, essa época requer, e nos desafia, a alcançar algo “novo”, à partir do entendimento de que fomos nós mesmos que iniciamos o processo de dúvidas e questionamento.
Também é verdade que, hoje, temos muito pouco tempo para dedicar a exercícios especiais. Assim, um novo processo de abordar a vida em profundidade, ou vida espiritual, tem que ser desenvolvido.
Descobertas científicas recentes vêm se tornando auxiliares na maneira como estamos vendo o mundo, e que precisam ser incorporadas também à nossa vida espiritual. Não podemos simplesmente retornar ao modo religioso que se costumava seguir sob a autoridade alheia.
Assim, desde que a vida tornou-se complicada, temos de nos retirar desta complicação desenvolvendo alguns princípios que explicarão tanto minhas urgências particulares, quanto de minha vida espiritual. De outro modo, ela se tornará uma vida muito fragmentada."
Fragmento de palestra proferida no Brasil, em 1996, pela monja hindú Sra. Vivekaprana, do monastério Sri Sarada Maa.
"Qual seria a melhor forma de abordar a Vedanta? A forma devocional, a forma de raciocínio, a forma monista, a forma de trabalho desinteressado, ou alguma outra forma?"
Resposta:
"A filosofia Vedanta enfatiza a necessidade de estudarmos nossa própria dimensão. Basicamente, eu devo saber o que estou buscando, o que necessito. Desde que é muito difícil compreender a mim mesmo e poder escolher um caminho, uma tradição de Mestres foi aceita na Índia. Esta filosofia deveria ser estudada sob a direção de um instrutor qualificado, profundo conhecedor da natureza humana, que pudesse conduzir as pessoas ao entendimento de sí mesmas, e, finalmente, poder escolher. Esta escolha nunca seria imposta a alguém. E como estas tradições estavam desaparecendo e instrutores daquele calibre não mais eram encontrados na Índia, Sri Ramakrishna veio dar novo impulso e orientação ao antigo método. Penso que esta ciência veio ao ocidente com o propósito de fornecer às pessoas o conhecimento necessário a sua auto análise, de modo a que possam interpretar esta filosofia à luz de sua experiência pessoal.
Sei que é uma grande tentação pedir a alguém que decida por mim. Porém, a base da psicologia Vedanta é que cada ser humano possui diferentes tendências e estas tendências têm que ser compreendidas. Para isso, a liberdade já nos foi concedida. Desde que somos nós que estamos em dúvida, precisamos estudar estes princípios, mesmo tomando a liberdade como um desafio. Assim, nossa própria experiência, nosso próprio entendimento sobre nós mesmos, nos conduzirá a um caminho específico.
Não é uma psicologia a ser praticada como algo inaplicável à minha vida cotidiana. É algo que deve tornar-se “minha vida diária”.
Assim sendo, apenas eu posso compreender minhas tendências, e assim escolher, destes princípios, os que se ajustam melhor às minhas inclinações.
Porque a idéia básica é que “nós já estamos todos nos empenhando para evoluir”. Portanto, temos de mudar nossa atitude, não propriamente nosso estilo de vida, ou nosso trabalho ou aparência exterior.
É preciso que também compreendamos nesse momento que a religião ensinada com base na autoridade de outra pessoa, é algo que vem sendo tentado em todas as culturas nos últimos 2.000 anos de história, pelo menos. Assim, essa época requer, e nos desafia, a alcançar algo “novo”, à partir do entendimento de que fomos nós mesmos que iniciamos o processo de dúvidas e questionamento.
Também é verdade que, hoje, temos muito pouco tempo para dedicar a exercícios especiais. Assim, um novo processo de abordar a vida em profundidade, ou vida espiritual, tem que ser desenvolvido.
Descobertas científicas recentes vêm se tornando auxiliares na maneira como estamos vendo o mundo, e que precisam ser incorporadas também à nossa vida espiritual. Não podemos simplesmente retornar ao modo religioso que se costumava seguir sob a autoridade alheia.
Assim, desde que a vida tornou-se complicada, temos de nos retirar desta complicação desenvolvendo alguns princípios que explicarão tanto minhas urgências particulares, quanto de minha vida espiritual. De outro modo, ela se tornará uma vida muito fragmentada."
Fragmento de palestra proferida no Brasil, em 1996, pela monja hindú Sra. Vivekaprana, do monastério Sri Sarada Maa.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
A Parábola do Pombo que não comia...
“Certa vez um caçador de pássaros apanhou uma boa quantidade de pombos e, já em casa, trancou-os num enorme pombal, guarnecido é claro por forte tela de segurança. Os pombos, de imediato, tentavam espremer-se através dos espaços da tela, procurando alcançar a liberdade. Mas, eram bem maiores que a trama e tiveram que aceitar sua sorte! Todos os dias o tratador vinha alimenta-los, lhes oferecendo grãos em abundância para que logo engordassem, quando seriam sacrificados e, em seguida, vendidos no mercado. Todos os pombos comiam cheios de apetite, sem se dar conta que quanto mais comessem mais engordavam, e quanto mais engordassem mais próximos de sua destruição estavam. Apenas um dos pombos percebeu a situação e se absteve de comida. Quanto mais dias se passavam, mais ele emagrecia. Tão magro ele ficou que, certa manhã, infiltrou-se pela trama, passou ao outro lado e, sorrateiro, fugiu!
E agora, que foi feito dos outros? Aos poucos foram levados para o mercado!”
Esta parábola pode muito bem ilustrar o que Swami Vivekananda referia como sendo o Ideal da fé em si mesmo. Em suas palestras sobre Vedanta Prática, dadas em Londres ao final do século XIX, ele apresentou estas idéias assim:
"O ideal da fé em nós mesmos nos é de grande auxílio. Se esta fé em nós mesmos tivesse sido mais extensamente ensinada e praticada, estou certo de que grande parte dos males e misérias hoje vividos teria desaparecido. A fé em nós mesmos conseguirá tudo! É um ateu aquele que não acredita em si mesmo. As velhas religiões diziam que era ateu aquele que não acreditasse em Deus. A nova religião diz que é ateu aquele que não acredita em si mesmo! Porém, não se trata de uma fé egoísta. A fé em si mesmo, como parte da doutrina de unidade que prega a Vedanta, significa fé em toda a vida. Amar a si mesmo significa amar a todos, amor pelos animais, amor por tudo."
Por Swami Vivekananda em "Vedanta Prática"
Mais sobre Vedanta em http://www.vedanta.org.br/
E agora, que foi feito dos outros? Aos poucos foram levados para o mercado!”
Esta parábola pode muito bem ilustrar o que Swami Vivekananda referia como sendo o Ideal da fé em si mesmo. Em suas palestras sobre Vedanta Prática, dadas em Londres ao final do século XIX, ele apresentou estas idéias assim:
"O ideal da fé em nós mesmos nos é de grande auxílio. Se esta fé em nós mesmos tivesse sido mais extensamente ensinada e praticada, estou certo de que grande parte dos males e misérias hoje vividos teria desaparecido. A fé em nós mesmos conseguirá tudo! É um ateu aquele que não acredita em si mesmo. As velhas religiões diziam que era ateu aquele que não acreditasse em Deus. A nova religião diz que é ateu aquele que não acredita em si mesmo! Porém, não se trata de uma fé egoísta. A fé em si mesmo, como parte da doutrina de unidade que prega a Vedanta, significa fé em toda a vida. Amar a si mesmo significa amar a todos, amor pelos animais, amor por tudo."
Por Swami Vivekananda em "Vedanta Prática"
Mais sobre Vedanta em http://www.vedanta.org.br/
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
A Luz Interior, uma visão Quântica (final)
O 6º capítulo da 'Bhagavad-Gitâ', um dos textos mais antigos da Índia, prescreve um modo básico para que a Luz interior seja encontrada. Através da prática de concentração, temos de retirar a mente dos pensamentos divagadores e dirigi-la ao Atman- o Ser radioso dentro de nós.
Mas, o auto-conhecimento também pode ser alcançado pela investigação interior, ou vichara. Outro texto, o Kena Upanishad, principia com a seguinte questão: “Quem dá à mente condições para pensar, ao prana para funcionar, aos ouvidos para escutar e aos olhos para enxergar?” A resposta é encontrada através da discriminação entre o que vê e o que é visto- entre o Imutável e o impermanente. Os sentidos e a mente estão em um constante estado de movimento, mas o Ser é a testemunha inflexível. A atividade cerebral só é possível por causa da Consciência e não vice-versa. Esta Consciência é conhecimento sem nenhum conteúdo objetivo. Somos, finalmente, forçados a compreender que todo conhecimento objetivo tem sua origem no Ser- a secreta Luz da Consciência.
Em todos os períodos da história espiritual da Índia, houve homens e mulheres que descobriram a verdade do Ser. (...) Um outro sábio declara no Svetasvatara Upanishad:
"Ouçam, oh crianças da imortalidade, também deuses e anjos: eu descobri meu
verdadeiro Eu, aquele antigo e infinito Ser em meu coração, aquela Luz de todas
as luzes, além de toda escuridão. Encontrando- O, também a morte é conquistada.
Não há outra maneira."
Imortalidade não é um conceito teológico. Não é um estado a ser alcançado depois da morte. É uma verdade que pode ser conhecida agora, nesta mesma vida. Temos de saber por nós mesmos, que somos realmente atemporais e imortais. Enquanto a mente permanecer em maya, ou ignorância, nós parecemos estar em um mundo manifestado, onde tudo principia e termina. Porém, quando houvermos descoberto a imutável Verdade, a morte perderá o seu terror. A eterna luz da Consciência é, deveras, a imortalidade. Tudo o que existe, existe no Ser; o Ser é a totalidade da existência. Está escrito no Taittiriya Upanishad:
"Quando alguém encontra existência e unidade no Ser... só então transcende o medo.
Enquanto persistir a mínima idéia de estar separado d’Ele, o medo continua."
Deus é, com freqüência, descrito como sendo luz; Ele é a luz da Consciência. Quem, senão o Deus da luz, poderia haver creado este universo de luz? Todas as coisas criadas são objetos de conhecimento; eles brilham na Consciência. Tempo, espaço, matéria, energia e vida, são, de acordo com a Vedanta, formas da Realidade fundamental que é a Consciência.
Quando pensamos ser apenas nossos corpos materiais, somos de fato pequenos. Estamos constantemente receosos do impacto da matéria e da energia. Nossos corpos são como pequenos torrões de terra. Quão insignificantes eles são comparados ao vasto universo exterior. Do mesmo modo, quando nos consideramos como entidades psicológicas, ficamos obcecados por um sentido de medo e apequenamento. A mente individual possui muito pouca capacidade de compreensão. Está sempre atormentada por tensões e paixões. De modo natural, nos sentimos insignificantes e frustrados- quão pouco sabemos em comparação ao vasto acúmulo de conhecimento humano. Porém, ao conhecermos nosso verdadeiro Ser como todo abarcante, pura Consciência, a Luz de todas as luzes, nossa identidade não mais estará limitada por corpo e mente; nos tornaremos ilimitados. O mundo não mais nos aterrorizará, teremos alcançado a fonte de todo conhecimento.
Extratos do livro "Seeing God in Everything", by Swami Shraddananda-Vedanta Press
Mas, o auto-conhecimento também pode ser alcançado pela investigação interior, ou vichara. Outro texto, o Kena Upanishad, principia com a seguinte questão: “Quem dá à mente condições para pensar, ao prana para funcionar, aos ouvidos para escutar e aos olhos para enxergar?” A resposta é encontrada através da discriminação entre o que vê e o que é visto- entre o Imutável e o impermanente. Os sentidos e a mente estão em um constante estado de movimento, mas o Ser é a testemunha inflexível. A atividade cerebral só é possível por causa da Consciência e não vice-versa. Esta Consciência é conhecimento sem nenhum conteúdo objetivo. Somos, finalmente, forçados a compreender que todo conhecimento objetivo tem sua origem no Ser- a secreta Luz da Consciência.
Em todos os períodos da história espiritual da Índia, houve homens e mulheres que descobriram a verdade do Ser. (...) Um outro sábio declara no Svetasvatara Upanishad:
"Ouçam, oh crianças da imortalidade, também deuses e anjos: eu descobri meu
verdadeiro Eu, aquele antigo e infinito Ser em meu coração, aquela Luz de todas
as luzes, além de toda escuridão. Encontrando- O, também a morte é conquistada.
Não há outra maneira."
Imortalidade não é um conceito teológico. Não é um estado a ser alcançado depois da morte. É uma verdade que pode ser conhecida agora, nesta mesma vida. Temos de saber por nós mesmos, que somos realmente atemporais e imortais. Enquanto a mente permanecer em maya, ou ignorância, nós parecemos estar em um mundo manifestado, onde tudo principia e termina. Porém, quando houvermos descoberto a imutável Verdade, a morte perderá o seu terror. A eterna luz da Consciência é, deveras, a imortalidade. Tudo o que existe, existe no Ser; o Ser é a totalidade da existência. Está escrito no Taittiriya Upanishad:
"Quando alguém encontra existência e unidade no Ser... só então transcende o medo.
Enquanto persistir a mínima idéia de estar separado d’Ele, o medo continua."
Deus é, com freqüência, descrito como sendo luz; Ele é a luz da Consciência. Quem, senão o Deus da luz, poderia haver creado este universo de luz? Todas as coisas criadas são objetos de conhecimento; eles brilham na Consciência. Tempo, espaço, matéria, energia e vida, são, de acordo com a Vedanta, formas da Realidade fundamental que é a Consciência.
Quando pensamos ser apenas nossos corpos materiais, somos de fato pequenos. Estamos constantemente receosos do impacto da matéria e da energia. Nossos corpos são como pequenos torrões de terra. Quão insignificantes eles são comparados ao vasto universo exterior. Do mesmo modo, quando nos consideramos como entidades psicológicas, ficamos obcecados por um sentido de medo e apequenamento. A mente individual possui muito pouca capacidade de compreensão. Está sempre atormentada por tensões e paixões. De modo natural, nos sentimos insignificantes e frustrados- quão pouco sabemos em comparação ao vasto acúmulo de conhecimento humano. Porém, ao conhecermos nosso verdadeiro Ser como todo abarcante, pura Consciência, a Luz de todas as luzes, nossa identidade não mais estará limitada por corpo e mente; nos tornaremos ilimitados. O mundo não mais nos aterrorizará, teremos alcançado a fonte de todo conhecimento.
Extratos do livro "Seeing God in Everything", by Swami Shraddananda-Vedanta Press
"Não Façais do Amor uma Atadura...", poema de Khalil Gibran
Quanta coisa já se disse sobre o amor! O amor é isso ou o amor é aquilo. Doce ilusão! Mas, parece que a melhor maneira é a indireta:
“Amai-vos com devoção, mas não façais do amor uma atadura;
antes, que seja como um mar que se movimenta
entre as bordas de vossas almas.
Enchei um ao outro vossas taças,
mas não bebais na mesma taça.
Compartilhai vosso pão,
mas não vos alimenteis com o mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos, estando alegres,
mas que cada um de vós seja independente.
As cordas do alaúde estão separadas
ainda que vibrem na mesma harmonia.
Daí vosso coração, mas não para que vosso
companheiro dele se apodere,
pois só a mão da Vida pode conter os corações.
Permanecei juntos, mas não em demasia,
pois os pilares sustentam o Templo
mas permanecem separados.
E nem o carvalho cresce à sombra do cipreste,
nem o cipreste sob a sombra do carvalho!"
“Amai-vos com devoção, mas não façais do amor uma atadura;
antes, que seja como um mar que se movimenta
entre as bordas de vossas almas.
Enchei um ao outro vossas taças,
mas não bebais na mesma taça.
Compartilhai vosso pão,
mas não vos alimenteis com o mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos, estando alegres,
mas que cada um de vós seja independente.
As cordas do alaúde estão separadas
ainda que vibrem na mesma harmonia.
Daí vosso coração, mas não para que vosso
companheiro dele se apodere,
pois só a mão da Vida pode conter os corações.
Permanecei juntos, mas não em demasia,
pois os pilares sustentam o Templo
mas permanecem separados.
E nem o carvalho cresce à sombra do cipreste,
nem o cipreste sob a sombra do carvalho!"
terça-feira, 10 de agosto de 2010
As Leis Fundamentais da Vida Espiritual
Há duas importantes leis que governam a relação entre o homem e o cosmos.
A primeira lei é:
"Qualquer que seja a coisa que se tome como real, isso arrasta o ser do indivíduo por completo: os próprios pensamentos, os sentimentos e a vontade."
Este mundo se nos apresenta como real, isso arrasta, então, todo o nosso ser. Se o Divino nos parece como real, então nos retiramos do mundo e estabelecemos todo nosso coração no Divino. Quando consideramos o mundo com real, estamos repletos dele. Quando consideramos o Divino como real, estamos repletos somente do Divino. Então, aquilo que se torna uma realidade para nós é o que seguimos de todo nosso coração.
Para nós é necessário. portanto, inquirir sobre a natureza da realidade. Quando fazemos esta investigação descobrimos outro fato, a segunda lei fundamental da vida espiritual:
"Nosso conceito de realidade depende do conceito que temos de nós mesmos."
Para uma criança, suas bonecas são seres vivos reais. Na medida em que cresce, seu conceito de si mesma muda e por isso as bonecas perdem sua realidade. Da mesma forma, a adolescência, a juventude e a velhice trazem mudanças no conceito que o homem tem sobre o mundo externo. Há uma estreita conexão entre o conhecimento que temos de nós mesmos e o conhecimento do mundo objetivo.
A conhecida história do rei que teve uma doença que afetou seus olhos ilustra esse ponto.
Os médicos disseram ao rei que olhasse sempre para as coisas de cor verde. O rei ordenou que todo palácio fosse pintado de verde. Mas um sábio ministro sugeriu - todavia - que, ao invés disso, o rei usasse óculos com lentes verdes. Então o rei viu todo o palácio como sendo verde.
A vida espiritual se inicia quando nosso conceito sobre nós mesmos muda e começamos a nos ver como almas. Quando nos vemos como espírito, buscamos o Espírito Infinito.
Sempre que o mundo físico se torna mais real que o mundo espiritual, o corpo já se tornou mais real que a alma em nossa consciência. De fato, há primeiro uma queda em nossa consciência e , então, nos tornamos mais conscientes do corpo físico e, portanto do mundo exterior.
Fonte: Revista Vedanta, São Paulo - Março de 1995
A primeira lei é:
"Qualquer que seja a coisa que se tome como real, isso arrasta o ser do indivíduo por completo: os próprios pensamentos, os sentimentos e a vontade."
Este mundo se nos apresenta como real, isso arrasta, então, todo o nosso ser. Se o Divino nos parece como real, então nos retiramos do mundo e estabelecemos todo nosso coração no Divino. Quando consideramos o mundo com real, estamos repletos dele. Quando consideramos o Divino como real, estamos repletos somente do Divino. Então, aquilo que se torna uma realidade para nós é o que seguimos de todo nosso coração.
Para nós é necessário. portanto, inquirir sobre a natureza da realidade. Quando fazemos esta investigação descobrimos outro fato, a segunda lei fundamental da vida espiritual:
"Nosso conceito de realidade depende do conceito que temos de nós mesmos."
Para uma criança, suas bonecas são seres vivos reais. Na medida em que cresce, seu conceito de si mesma muda e por isso as bonecas perdem sua realidade. Da mesma forma, a adolescência, a juventude e a velhice trazem mudanças no conceito que o homem tem sobre o mundo externo. Há uma estreita conexão entre o conhecimento que temos de nós mesmos e o conhecimento do mundo objetivo.
A conhecida história do rei que teve uma doença que afetou seus olhos ilustra esse ponto.
Os médicos disseram ao rei que olhasse sempre para as coisas de cor verde. O rei ordenou que todo palácio fosse pintado de verde. Mas um sábio ministro sugeriu - todavia - que, ao invés disso, o rei usasse óculos com lentes verdes. Então o rei viu todo o palácio como sendo verde.
A vida espiritual se inicia quando nosso conceito sobre nós mesmos muda e começamos a nos ver como almas. Quando nos vemos como espírito, buscamos o Espírito Infinito.
Sempre que o mundo físico se torna mais real que o mundo espiritual, o corpo já se tornou mais real que a alma em nossa consciência. De fato, há primeiro uma queda em nossa consciência e , então, nos tornamos mais conscientes do corpo físico e, portanto do mundo exterior.
Fonte: Revista Vedanta, São Paulo - Março de 1995
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
"Por Uma Cosciência Cósmica" - Huberto Rohden
“A palavra consciência ou consciente, é composta do radical ciência ou ciente, e do prefixo com, que denota relação ou companhia. A consciência é, pois, uma relação entre dois, entre um cognoscente e um cognoscível. Quem se torna consciente de algo, lança uma espécie de ponte, estabelece um vínculo, entre o sujeito cognoscente e o objeto cognoscível; em nosso caso, entre o homem finito e o Infinito.
(...) Podemos, pois, afirmar que tanto mais livre é um ser finito, quanto mais consciente ele for da presença do Ser Infinito em si.
(...) A Realidade Infinita, é inegável, encontra-se em todo ser finito, uma vez que é onipresente, é Presença Universal. Mas, não é o fato objetivo da presença da Realidade Infinita que torna livre o ser finito; se assim fosse, toda a natureza infra-hominal, mineral, vegetal e animal, seria livre, uma vez que nela está presente a Realidade Infinita. Entretanto, o que gera a liberdade não é a presença objetiva desta realidade, mas sim, a consciência subjetiva que um ser tenha dessa presença. (...) Em outras palavras: a perfeição de um ser consiste no grau de harmonia entre o consciente finito e a Realidade Infinita.
(...) A maior ou menor harmonia entre minha consciência humana e a Realidade Cósmica determina o grau de minha liberdade – a Verdade, que me liberta. Libertação é, pois, a conscientização desta Realidade- que se chama Verdade.
Ora, sendo que a Realidade Cósmica é perfeita vida e saúde, minha vida e saúde dependem do grau de harmonização consciente que eu estabeleça entre mim e a vida e saúde do Universo. Isto é Cosmoterapia!
(...) Conscientizar, intensamente, a presença do único poder real e positivo, eis a chave mágica para neutralizar todos os males, que não passam de ausências, e não são presença. Presença é somente o bem, e onde há presença não há ausência! Onde há luz, não há trevas; onde há positivo, não há negativo!
Do livro "Cosmoterapia", de Huberto Rohden, edt Martin-Claret/Alvorada.
(...) Podemos, pois, afirmar que tanto mais livre é um ser finito, quanto mais consciente ele for da presença do Ser Infinito em si.
(...) A Realidade Infinita, é inegável, encontra-se em todo ser finito, uma vez que é onipresente, é Presença Universal. Mas, não é o fato objetivo da presença da Realidade Infinita que torna livre o ser finito; se assim fosse, toda a natureza infra-hominal, mineral, vegetal e animal, seria livre, uma vez que nela está presente a Realidade Infinita. Entretanto, o que gera a liberdade não é a presença objetiva desta realidade, mas sim, a consciência subjetiva que um ser tenha dessa presença. (...) Em outras palavras: a perfeição de um ser consiste no grau de harmonia entre o consciente finito e a Realidade Infinita.
(...) A maior ou menor harmonia entre minha consciência humana e a Realidade Cósmica determina o grau de minha liberdade – a Verdade, que me liberta. Libertação é, pois, a conscientização desta Realidade- que se chama Verdade.
Ora, sendo que a Realidade Cósmica é perfeita vida e saúde, minha vida e saúde dependem do grau de harmonização consciente que eu estabeleça entre mim e a vida e saúde do Universo. Isto é Cosmoterapia!
(...) Conscientizar, intensamente, a presença do único poder real e positivo, eis a chave mágica para neutralizar todos os males, que não passam de ausências, e não são presença. Presença é somente o bem, e onde há presença não há ausência! Onde há luz, não há trevas; onde há positivo, não há negativo!
Do livro "Cosmoterapia", de Huberto Rohden, edt Martin-Claret/Alvorada.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
O Poder da Atenção Concentrada, por Saint Germain
Cada ser humano é um poder e está destinado a ser o princípio governante de sua vida e de seu mundo. Reconhecendo que, no interior de toda pessoa está a Presença “Eu Sou”, Deus em permanente ação, então, cada qual empunhando o Cetro do Domínio, deve recordar que a invencível Presença de Deus é, a todo instante, a atividade inteligente no seu mundo. Isso mantém sua atenção distanciada da aparência exterior, que nunca exprime a Verdade, senão quando iluminada pela Presença “Eu Sou”.
Seja qual for o problema a ser solucionado, há apenas um Poder, uma Presença e Inteligência que pode resolvê-lo: é o reconhecimento da Presença de Deus, onde nenhuma atividade externa pode intervir, a não ser que a atenção da pessoa se afaste, conscientemente ou não, do reconhecimento e aceitação do Supremo Poder de Deus.
O indivíduo que mantém a atenção firmemente fixada na Presença “Eu Sou”, em Deus e com Deus, torna-se um poder invencível que nenhuma manifestação humana pode destruir.(...) A libertação de todo domínio externo ou interferência, só pode acontecer através desse reconhecimento da Presença “Eu Sou”, Deus em ação, na vida e no mundo do indivíduo.
(...) Enquanto a humanidade, ou os indivíduos, não conservarem sua atenção nesta Presença, que é o Deus interior, encontrar-se-ão cercados pelo indesejável. Mas, por meio deste conhecimento, cada um tem o poder de elevar-se acima da discórdia e perturbação da atividade exterior.
A princípio, é difícil manter-se firme quando as aparentes nuvens pesadas do temporal estão baixas, pairando sobre o discípulo; porém, uma atitude dinâmica consciente e firme atenção na Presença Interior, será como se um relâmpago faiscasse, repentinamente, do interior de nuvens tempestuosas, penetrando e dissolvendo aquilo que parecia tão ameaçador.
(...) Quando tiverdes compreendido que: “Eu Sou” é a única Inteligência e Presença em ação”, ser-vos-á muito fácil visualizar o Cetro em vossas mãos, e, através desta Presença “Eu Sou”, compelir a que vos sejam reveladas as coisas que necessitais saber.
(...) No aparente mistério da atividade incessante da Vida, está a Grande Presença “Eu Sou”, sempre pronta a vos abençoar com graças inconcebíveis, bastando- Lhe permitirdes que o faça. Mas, como? Pela alegre aceitação da Poderosa Presença, cujo poder imenso tendes dentro de vós, e assim, não vacilardes em chamá- La à ação em todas as circunstâncias de vosso cotidiano, porque não há outra energia no Universo, senão Deus, para agir através de vossa consciência, mente, corpo e mundo.
Extratos de "O Livro de Ouro de Saint Germain"
Seja qual for o problema a ser solucionado, há apenas um Poder, uma Presença e Inteligência que pode resolvê-lo: é o reconhecimento da Presença de Deus, onde nenhuma atividade externa pode intervir, a não ser que a atenção da pessoa se afaste, conscientemente ou não, do reconhecimento e aceitação do Supremo Poder de Deus.
O indivíduo que mantém a atenção firmemente fixada na Presença “Eu Sou”, em Deus e com Deus, torna-se um poder invencível que nenhuma manifestação humana pode destruir.(...) A libertação de todo domínio externo ou interferência, só pode acontecer através desse reconhecimento da Presença “Eu Sou”, Deus em ação, na vida e no mundo do indivíduo.
(...) Enquanto a humanidade, ou os indivíduos, não conservarem sua atenção nesta Presença, que é o Deus interior, encontrar-se-ão cercados pelo indesejável. Mas, por meio deste conhecimento, cada um tem o poder de elevar-se acima da discórdia e perturbação da atividade exterior.
A princípio, é difícil manter-se firme quando as aparentes nuvens pesadas do temporal estão baixas, pairando sobre o discípulo; porém, uma atitude dinâmica consciente e firme atenção na Presença Interior, será como se um relâmpago faiscasse, repentinamente, do interior de nuvens tempestuosas, penetrando e dissolvendo aquilo que parecia tão ameaçador.
(...) Quando tiverdes compreendido que: “Eu Sou” é a única Inteligência e Presença em ação”, ser-vos-á muito fácil visualizar o Cetro em vossas mãos, e, através desta Presença “Eu Sou”, compelir a que vos sejam reveladas as coisas que necessitais saber.
(...) No aparente mistério da atividade incessante da Vida, está a Grande Presença “Eu Sou”, sempre pronta a vos abençoar com graças inconcebíveis, bastando- Lhe permitirdes que o faça. Mas, como? Pela alegre aceitação da Poderosa Presença, cujo poder imenso tendes dentro de vós, e assim, não vacilardes em chamá- La à ação em todas as circunstâncias de vosso cotidiano, porque não há outra energia no Universo, senão Deus, para agir através de vossa consciência, mente, corpo e mundo.
Extratos de "O Livro de Ouro de Saint Germain"
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
"A Alegria e Leveza do Ser"
Para demonstrar como você se deixou dominar pelo tempo psicológico, experimente usar o critério de se perguntar se existe alegria, naturalidade e leveza no que você está fazendo. Se não existir, é porque o tempo está encobrindo o momento presente e a vida está sendo percebida como um encargo ou uma luta.
A ausência de alegria, naturalidade ou leveza no que estamos fazendo não significa, necessáriamente, que vamos ter que mudar o que estamos fazendo. Talvez baste mudar o 'como'. 'Como' é sempre mais importante do que 'o que'! Verifique se você pode dar bem mais atenção ao fazer, que ao resultado desejado através do fazer. Dê sua inteira atenção ao que o momento lhe apresenta. Isso significa que você aceitou totalmente o que é (o que está alí), porque não se pode dar atenção completa a alguma coisa e, ao mesmo tempo, resistir a ela!
Ao respeitarmos o momento presente, toda luta e infelicidade se dissolvem e a vida começa a fluir com alegria e espontaneidade. Ao agirmos com a consciência do momento presente, tudo que fizermos virá com um sentido de qualidade, cuidado e amor, mesmo a mais simples ação. Portanto, não se preocupe com o resultado de sua ação, basta dar atenção à ação em sí. O resultado surgirá naturalmente. Essa é uma valiosa prática espiritual. Na Bhagavad-Gitâ, um dos mais antigos e belos textos espirituais, o desapego ao resultado da ação é chamado Karma-Yoga. É descrito como o 'caminho da ação santificada'!
By Eckhart Tolle no livro "O Poder do Agora", edt. Sextante.
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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente
Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.
O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.
Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.
Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.