Neste estado de sono (sem sonhos) nos esquecemos completamente de tudo. Não estamos conscientes do corpo, da mente, do ego, nem de passado ou futuro, ou de qualquer outra coisa. Ao regressarmos ao estado vígil, dizemos a nós mesmos:- “Oh, que sono reconfortante; gostaria de haver dormido por mais duas horas!”
Não costumamos examinar ou analisar as experiências oníricas com profundidade. De modo ingênuo afirmamos:- “Oh, meu sono foi pacificador, fiquei bastante relaxado!” Não chegamos a perguntar:- “Que eu foi aquele? Era o mesmo eu do estado vígil?” Este eu que está desperto, precisa sempre de uma experiência objetiva: uma visão, um som, algum cheiro e assim por diante. Ele é intensamente ocupado. O eu sonhador também necessita, seja de objetos da memória do estado vígil, ou daqueles de sua própria criação. Em sono profundo, não há nem o eu vígil, nem o eu que sonha. É um outro aspecto da personalidade. Recordando a experiência do sono (sem sonhos), sabemos não haver desaparecido durante aquele intervalo. Nesta fase da consciência, não tínhamos nenhum conhecimento objetivo, como temos nos estados de vigília e de sonhos. Havia uma implícita conscientização de auto-existência e paz, sem a mediação do que usualmente chamamos mente.
A Vedanta aconselha os buscadores espirituais a que coordenem e analisem estas três experiências de vigília, sonhos e sono profundo, e, disto, descobrir sua verdadeira identidade. Um exame mais acurado destes estados nos dá uma visão de que, na personalidade humana, deve haver um elemento comum entre a experiência de vigília, de sonhos e de sono profundo.
Este elemento comum é o verdadeiro observador das experiências nos três estados. Nos sonhos, a pessoa não recorda o eu vígil; em sono profundo, tanto este eu vígil, quanto o eu sonhador são esquecidos. Mesmo assim, nós de algum modo sentimos uma inexplicável continuidade de identidade, interpenetrando os três estados.
Este percebedor, a testemunha dos três estados, é a Luz interior em nós- a Luz da eterna Consciência. As escrituras da Vedanta descrevem, repetidamente, a glória desta Luz, que é nosso verdadeiro Ser. A consciência, ou percepção, que experimentamos em estado de vigília e de sonhos, e mesmo aquela subjacente ao estado de sono profundo, é uma consciência rompida ou distorcida. Nosso verdadeiro Ser é pura Consciência- Consciência sem qualquer conteúdo objetivo. Não é limitada por tempo e espaço, nem por leis naturais. É a Realidade mais fundamental neste mundo e em qualquer outro.
BY Swami Shraddhananda em "Seeing God Everywhere", Vedanta Press -
Desejando conhecer mais click em http://www.vedanta.org.br/
Palavras de Sri Ramana Maharshi: "A verdade permanente é tão simples. Não é nada mais que estar em seu próprio estado original. Todavia, é de admirar que para ensinar algo tão simples, inúmeras tradições foram criadas, iniciando disputas entre si sobre quem recebera autoridade divina para ensinar. Que lástima! Seja você mesmo, isso é tudo!"
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
A LUZ INTERIOR, uma abordagem Quântica!
Qual é a função da Luz? Revelar objetos encobertos pela escuridão e iluminar áreas que estiverem ocultas. Quando trazemos luz a um quarto escuro, imediatamente tudo que ali estiver poderá ser visto. Com freqüência, de modo metafórico, designamos a função da luz aos níveis mental e moral. Falamos, por exemplo, da luz da consciência. Quando a mente se encontra turbulenta e não pode decidir sobre o que é certo ou errado, dizemos que um tipo de obscuridade bloqueou a mente. Necessitamos de uma luz interior que nos mostre o caminho. Nós a chamamos consciência. Como a luz, ela dissipa as sombras da confusão e propicia uma ação clara. Similarmente, poderíamos dizer que o amor é uma luz. Quando uma pessoa é solitária e não possui ninguém para cuidar de si, a vida é realmente negra. Mas, se outra pessoa aparece e pode compreender e cuidar dela, a escuridão desaparece. Conseguindo nova alegria e esperança, o mundo, de imediato, se torna significativo pela luz do amor.
Poderíamos, também, falar da luz da compaixão, da luz da verdade, da luz da paz e da luz do conhecimento. Em cada caso, uma dificuldade em particular surge, comparável a algo sombrio, e uma experiência positiva de esperança, júbilo e contentamento se efetiva. Estas “luzes interiores” são mais poderosas que a luz física.
A mais importante luz interior é a luz da Consciência. Os Upanishads chamam-na nosso verdadeiro Ser. É a luz central no âmago de nossa existência, iluminando toda experiência- mesmo aquela da luz física. Embora estejamos experimentando a Consciência o tempo todo, é bastante difícil entender sua verdadeira natureza. A Consciência é a própria essência de toda existência. Não possui nem princípio, nem final: é eterna, infinita e sempre radiosa. O que denominamos por luz física- a luz do sol ou da lua, a luz dos relâmpagos ou das estrelas- todas estas luzes são “iluminadas”, ou seja, conhecidas, através de nossa luz mais íntima, a Consciência.
A Vedanta classifica a experiência existencial em três níveis de consciência: de vigília, de sonhos e de sono profundo. Quando estamos despertos, a consciência, ou percepção, se encontra sempre associada a algum objeto- um vislumbre, um som, um cheiro, um pensamento ou alguma emoção. Qualquer coisa conhecida- externa ou internamente- deve ser primeiramente percebida por meio da consciência. Ao observarmos o interior da mente, vemos um incessante fluxo de consciência, ou “experiência”, em contínuo movimento. Algumas vezes nos referimos a este fluxo como consciência objetiva, uma vez que se encontra relacionado a objetos.
Quando sonhamos, algo semelhante acontece, mas de forma diferente: nos sonhos, há elos de experiência e conhecimento tal como no estado de vigília; porém, ao regressarmos ao estado de vigília, compreendemos que aquelas vivências não foram reais. As coisas mais absurdas foram acontecendo, e nós, de algum modo, no sonho, aceitávamos como verdadeiras. Mas, enquanto durava o sonho, nos pareciam tão reais quanto no estado de vigília.
Quem é este “sonhador”? Não pode ser a mente que está desperta. Como pode a mente racional e vígil, que conhece todos os prós e contras, ser enganada pelas incoerentes ocorrências do estado de sonhos? Parece que quando nos encontramos no estado de sonhos, outra mente passa a funcionar, e esta mente sonhadora também é racional naquele estado onírico. Esta mente sonhadora é muito criativa e pode ajustar a aparência de realidade às idéias. Estas idéias, emergentes da mente sonhadora, são realidades objetivas tal como no estado de vigília.
Em sono profundo há também a luz da Consciência. Este estado é uma experiência de paz e tranquilidade. Neste estado de sono (sem sonhos), não temos experiências objetivas como no estado de vigília ou de sonhos. Quando sonhamos, não apenas esquecemos nossos corpos, mas, também, nossas preocupações, ansiedades, deveres e responsabilidades. Este esquecimento periódico da identidade vígil é extremamente necessário tanto para nossos corpos, como para nossas mentes. O movimento incessante da mente- como experimentado nos estados de vigília e de sonhos- é uma carga cansativa. Necessitamos nos aliviar dela. O sono nos traz alívio; é uma pausa neste “conhecimento”. (a continuar)
Extraído do livro "Seeing God Everywhere", do Swami Shraddananda, Vedanta Press 1996.
Mais sobre Vedanta em http://www.vedanta.org/ e http://www.vedanta.org.br/
Poderíamos, também, falar da luz da compaixão, da luz da verdade, da luz da paz e da luz do conhecimento. Em cada caso, uma dificuldade em particular surge, comparável a algo sombrio, e uma experiência positiva de esperança, júbilo e contentamento se efetiva. Estas “luzes interiores” são mais poderosas que a luz física.
A mais importante luz interior é a luz da Consciência. Os Upanishads chamam-na nosso verdadeiro Ser. É a luz central no âmago de nossa existência, iluminando toda experiência- mesmo aquela da luz física. Embora estejamos experimentando a Consciência o tempo todo, é bastante difícil entender sua verdadeira natureza. A Consciência é a própria essência de toda existência. Não possui nem princípio, nem final: é eterna, infinita e sempre radiosa. O que denominamos por luz física- a luz do sol ou da lua, a luz dos relâmpagos ou das estrelas- todas estas luzes são “iluminadas”, ou seja, conhecidas, através de nossa luz mais íntima, a Consciência.
A Vedanta classifica a experiência existencial em três níveis de consciência: de vigília, de sonhos e de sono profundo. Quando estamos despertos, a consciência, ou percepção, se encontra sempre associada a algum objeto- um vislumbre, um som, um cheiro, um pensamento ou alguma emoção. Qualquer coisa conhecida- externa ou internamente- deve ser primeiramente percebida por meio da consciência. Ao observarmos o interior da mente, vemos um incessante fluxo de consciência, ou “experiência”, em contínuo movimento. Algumas vezes nos referimos a este fluxo como consciência objetiva, uma vez que se encontra relacionado a objetos.
Quando sonhamos, algo semelhante acontece, mas de forma diferente: nos sonhos, há elos de experiência e conhecimento tal como no estado de vigília; porém, ao regressarmos ao estado de vigília, compreendemos que aquelas vivências não foram reais. As coisas mais absurdas foram acontecendo, e nós, de algum modo, no sonho, aceitávamos como verdadeiras. Mas, enquanto durava o sonho, nos pareciam tão reais quanto no estado de vigília.
Quem é este “sonhador”? Não pode ser a mente que está desperta. Como pode a mente racional e vígil, que conhece todos os prós e contras, ser enganada pelas incoerentes ocorrências do estado de sonhos? Parece que quando nos encontramos no estado de sonhos, outra mente passa a funcionar, e esta mente sonhadora também é racional naquele estado onírico. Esta mente sonhadora é muito criativa e pode ajustar a aparência de realidade às idéias. Estas idéias, emergentes da mente sonhadora, são realidades objetivas tal como no estado de vigília.
Em sono profundo há também a luz da Consciência. Este estado é uma experiência de paz e tranquilidade. Neste estado de sono (sem sonhos), não temos experiências objetivas como no estado de vigília ou de sonhos. Quando sonhamos, não apenas esquecemos nossos corpos, mas, também, nossas preocupações, ansiedades, deveres e responsabilidades. Este esquecimento periódico da identidade vígil é extremamente necessário tanto para nossos corpos, como para nossas mentes. O movimento incessante da mente- como experimentado nos estados de vigília e de sonhos- é uma carga cansativa. Necessitamos nos aliviar dela. O sono nos traz alívio; é uma pausa neste “conhecimento”. (a continuar)
Extraído do livro "Seeing God Everywhere", do Swami Shraddananda, Vedanta Press 1996.
Mais sobre Vedanta em http://www.vedanta.org/ e http://www.vedanta.org.br/
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Como é que todas estas 'coisas' estão acontecendo?
Papaji: "Mesmo agora, antes que um completo entendimento ocorra, é a mesma energia que está funcionando através de nosso corpo, mas o 'ego' dela se apropria, dizendo: 'eu estou trabalhando!'
Dissolva este sentimento e a idéia de que é você que está operando não surgirá mais.
Imagine estar segurando uma folha de papel. Quando a idéia 'eu estou segurando este papel' se dissolve, segurar, no sentido em que sempre se pensou, não é mais possível. Assim, de onde vem a força para segurar o papel? Retorne à fonte desta energia que está mantendo o papel entre seus dedos. De onde os dedos conseguem a energia para reter aquela folha de papel? E de onde veio a inteligência para segurar o papel naquela maneira particular? Como é que todas estas coisas estão acontecendo?
Há uma lição a ser aprendida em tudo que fazemos, em tudo que pensamos; uma lição que só pode ser aprendida ao nos associarmos com esta energia subjacente, sem alegar ser de nossa propriedade.
A cada instante esta energia nos oferece uma lição. A realização pode vir a qualquer momento! Ela acontecerá no instante em que você dominar aquilo que tem que aprender e que as manifestações da energia tentam lhe ensinar. Esta força ergue-se em nosso interior. A inteligência surge da mesma fonte. Não obscureça seu entendimento claro com pensamentos tais como 'eu deveria fazer isto!' ou 'eu não deveria fazer isto!"
Do livro "Interviews with Papaji", editado por David Godman.quinta-feira, 22 de julho de 2010
Sri Ramakrishna sobre as diferentes formas de Auto-Realização
Thakurji: “Seriamente e com sinceridade, Deus pode ser realizado através de todas as religiões.
Certas pessoas se permitem discutir à respeito, dizendo: ‘Nada pode ser feito fora da adoração de Kali’, ou ‘Não há salvação exceto aceitando a religião cristã’. Isto é puro dogmatismo! O dogmático afirma -‘Minha religião, apenas, é verdadeira, todas as outras são falsas!’ Esta é uma péssima atitude. Deus pode ser alcançado por diferentes caminhos.
Além disso, outros dizem que Deus possui forma e não é sem forma, e iniciam a discutir. Mas a verdade é que, só pode falar corretamente à respeito de Deus aquele que chegou a vê-lo. Este que, de fato, conhece a Deus, sabe perfeitamente que Deus é tanto com forma, quanto sem forma. Ele possui inúmeros outros aspectos que não se pode descrever.
Certa vez, alguns homens cegos, por obra do acaso, vieram conhecer um animal que alguém lhes dissera chamar-se ‘elefante’. Então, foi-lhes perguntado ao que um elefante se parecia. Cada um deles, assim, começou a tatear o corpo do elefante. Um deles logo afirmou que o elefante era como um pilar; ele havia tocado apenas sua perna. Outro disse que era um grande abanador, pois tocara sua grande orelha. Desse modo, os outros havendo tocado ou sua cauda ou sua barriga, deram suas diferentes versões do elefante. Da mesma maneira, alguém que tenha visto apenas um dos aspectos de Deus, limita Deus àquela visão. É sua convicção de que Deus não pode ser outra coisa mais.”
“Como se pode afirmar que a única verdade sobre Deus é que ele possui forma? Não há dúvida de que Deus vem ao mundo em uma forma humana, como no caso de Krishna. Também é verdade que Deus se revela a Seus devotos em inúmeras formas. Porém, o modo sem forma de Deus também é possível, Ele é o Indivisível Sat-Chit-Ananda como Existência, Conhecimento e Alegria Infinitas. Satchidananda é como um oceano infinito: um intenso frio congela a água da superfície, que flutua no oceano em grandes blocos com formatos variados. De modo semelhante, por meio da suave influência de bhakti, as formas de Deus podem ser vistas à superfície do Oceano do Absoluto. Estas ‘formas’ são próprias aos bhaktas, os amantes de Deus. Mas, quando o Sol do Conhecimento se levanta, o gelo se derrete e se torna água de novo, como antes. Água em cima, água em baixo, por todo lado somente água! Pode ser dito, contudo, que para certos devotos Deus assume formas eternas. Há locais no oceano onde os blocos de gelo não se derretem jamais, assumindo a forma do quartzo.
Estrato de "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de Mahendranath Gupta.
Querendo conhecer mais click em http://www.kathamrita.org/
Certas pessoas se permitem discutir à respeito, dizendo: ‘Nada pode ser feito fora da adoração de Kali’, ou ‘Não há salvação exceto aceitando a religião cristã’. Isto é puro dogmatismo! O dogmático afirma -‘Minha religião, apenas, é verdadeira, todas as outras são falsas!’ Esta é uma péssima atitude. Deus pode ser alcançado por diferentes caminhos.
Além disso, outros dizem que Deus possui forma e não é sem forma, e iniciam a discutir. Mas a verdade é que, só pode falar corretamente à respeito de Deus aquele que chegou a vê-lo. Este que, de fato, conhece a Deus, sabe perfeitamente que Deus é tanto com forma, quanto sem forma. Ele possui inúmeros outros aspectos que não se pode descrever.
Certa vez, alguns homens cegos, por obra do acaso, vieram conhecer um animal que alguém lhes dissera chamar-se ‘elefante’. Então, foi-lhes perguntado ao que um elefante se parecia. Cada um deles, assim, começou a tatear o corpo do elefante. Um deles logo afirmou que o elefante era como um pilar; ele havia tocado apenas sua perna. Outro disse que era um grande abanador, pois tocara sua grande orelha. Desse modo, os outros havendo tocado ou sua cauda ou sua barriga, deram suas diferentes versões do elefante. Da mesma maneira, alguém que tenha visto apenas um dos aspectos de Deus, limita Deus àquela visão. É sua convicção de que Deus não pode ser outra coisa mais.”
“Como se pode afirmar que a única verdade sobre Deus é que ele possui forma? Não há dúvida de que Deus vem ao mundo em uma forma humana, como no caso de Krishna. Também é verdade que Deus se revela a Seus devotos em inúmeras formas. Porém, o modo sem forma de Deus também é possível, Ele é o Indivisível Sat-Chit-Ananda como Existência, Conhecimento e Alegria Infinitas. Satchidananda é como um oceano infinito: um intenso frio congela a água da superfície, que flutua no oceano em grandes blocos com formatos variados. De modo semelhante, por meio da suave influência de bhakti, as formas de Deus podem ser vistas à superfície do Oceano do Absoluto. Estas ‘formas’ são próprias aos bhaktas, os amantes de Deus. Mas, quando o Sol do Conhecimento se levanta, o gelo se derrete e se torna água de novo, como antes. Água em cima, água em baixo, por todo lado somente água! Pode ser dito, contudo, que para certos devotos Deus assume formas eternas. Há locais no oceano onde os blocos de gelo não se derretem jamais, assumindo a forma do quartzo.
Estrato de "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", de Mahendranath Gupta.
Querendo conhecer mais click em http://www.kathamrita.org/
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A menos que você admita a realidade da Consciência...
Pergunta: 'Sinto-me, às vezes, como se fosse uma caixa dentro de outra caixa, que está dentro de outra caixa: esta última é a verdadeira Alma?'
Maharaj: "Se você tem um corpo, deve também ter uma alma. Através destas 'caixas', porém, brilha uma inteligência desperta, a luz pura da Consciência! Agarre-se a ela tenazmente. Sem esta luz, o corpo não duraria um segundo. Há no corpo uma corrente de energia, de afeição e inteligência, que dirige, mantém e energiza o corpo. Descubra esta corrente e fique com ela! É claro, esta é apenas uma forma de falar. As palavras podem ser tanto uma ponte, quanto uma barreira.
Um príncipe, que acredita ser um mendigo, só pode ser, conclusivamente convencido, desta maneira: deve se comportar como um verdadeiro príncipe e ver o que acontece! Comporte-se como se o que lhe foi dito fosse verdadeiro e julgue pelo que de fato suceder. A menos que você admita a realidade da consciência, não poderá jamais conhecer a si mesmo!"
By Sri Nisargadatta Maharaj, no livro I Am That, um clássico espiritual moderno.
Maharaj: "Se você tem um corpo, deve também ter uma alma. Através destas 'caixas', porém, brilha uma inteligência desperta, a luz pura da Consciência! Agarre-se a ela tenazmente. Sem esta luz, o corpo não duraria um segundo. Há no corpo uma corrente de energia, de afeição e inteligência, que dirige, mantém e energiza o corpo. Descubra esta corrente e fique com ela! É claro, esta é apenas uma forma de falar. As palavras podem ser tanto uma ponte, quanto uma barreira.
Um príncipe, que acredita ser um mendigo, só pode ser, conclusivamente convencido, desta maneira: deve se comportar como um verdadeiro príncipe e ver o que acontece! Comporte-se como se o que lhe foi dito fosse verdadeiro e julgue pelo que de fato suceder. A menos que você admita a realidade da consciência, não poderá jamais conhecer a si mesmo!"
By Sri Nisargadatta Maharaj, no livro I Am That, um clássico espiritual moderno.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Há ou não um "Plano Divino"? - por J. Krishnamurti
Pergunta: “Há ou não um Plano Divino? Se não há, qual o sentido de nosso esforço?”
Krishnamurti: Por que nos esforçamos e atrás do que continuamos? O que aconteceria se não nos esforçássemos: haveria estagnação e decadência? O que é este esforço constante por ser algo? O que este esforço, esta luta, indica? Será que o ‘entendimento’ chega através deste esforço, desta tentativa? Alguém se esforça, seguidamente, para melhorar, para se modificar, para se encaixar em certo padrão, para tornar-se algo – desde o office-boy até o diretor, desde o diretor até o religioso! E, será que todo este esforço traz ‘entendimento’? Eu penso que esta questão do esforçar-se tem que ser melhor compreendida. O que é isso que está se esforçando, e o que desejamos indicar quando dizemos ‘uma vontade de ser’?
Nós nos esforçamos, não é mesmo, de modo a alcançar um resultado, a fim de melhorar, de sermos mais virtuosos ou qualquer outra coisa. Há esta batalha contínua conosco, entre um desejo positivo e outro negativo, um sobrepujando o outro, um desejo controlando o outro – apenas que damos o nome de Ser superior e inferior. Porém, é óbvio, continuam sendo desejos. Você pode ergue-lo a qualquer altura e nomeá-lo de forma diferente, mas ainda é desejo, um anelo por tornar-se algo. E, também, há o conflito com os demais: será que este conflito entre desejos traz entendimento? Será que este conflito entre os opostos traz esclarecimento?
Assim, o problema não está no esforço, na tentativa, ou no que aconteceria se nada se fizesse. A questão é: como o ‘entendimento’ acontece? Pois, quando há entendimento, já não há mais esforço! Aquilo que se compreende, daquilo nos libertamos. Então, de que modo surge o ‘entendimento’ ? Não sei se já chegou a perceber que, quanto mais se esforça para compreender, menos você compreende qualquer problema! Porém, no momento em que suspende qualquer esforço e deixa a questão lhe contar tudo a respeito, dando-lhe importância, então surge o entendimento, o que obviamente significa, que para compreender, a mente deve estar quieta. A mente deve estar sem qualquer escolha, toda passiva e alerta. Nesse estado, sim, há entendimento dos vários problemas de nossa vida. Alguém indagou sobre haver ou não um Plano Divino. Eu não sei o que se designa por Plano Divino, porém, nós sabemos que estamos sofrendo, que estamos confusos e que isto segue aumentando sempre, tanto social quanto individualmente e também psicológicamente. Foi isso que criamos no mundo.
Se há um Plano Divino ou não, parece não ser importante, mas, o que é importante é poder entender esta confusão em que nos encontramos, tanto dentro quanto fora de nós. E, para entender esta confusão, temos que principiar, é óbvio, por nós mesmos. Porque nós somos a confusão e a levamos para o mundo exterior. E para resolver essa questão temos de começar em nós mesmos, pois, o que somos, também o mundo é!
Por J. Krishnamurti, de uma palestra em Londres, em 1949.
Krishnamurti: Por que nos esforçamos e atrás do que continuamos? O que aconteceria se não nos esforçássemos: haveria estagnação e decadência? O que é este esforço constante por ser algo? O que este esforço, esta luta, indica? Será que o ‘entendimento’ chega através deste esforço, desta tentativa? Alguém se esforça, seguidamente, para melhorar, para se modificar, para se encaixar em certo padrão, para tornar-se algo – desde o office-boy até o diretor, desde o diretor até o religioso! E, será que todo este esforço traz ‘entendimento’? Eu penso que esta questão do esforçar-se tem que ser melhor compreendida. O que é isso que está se esforçando, e o que desejamos indicar quando dizemos ‘uma vontade de ser’?
Nós nos esforçamos, não é mesmo, de modo a alcançar um resultado, a fim de melhorar, de sermos mais virtuosos ou qualquer outra coisa. Há esta batalha contínua conosco, entre um desejo positivo e outro negativo, um sobrepujando o outro, um desejo controlando o outro – apenas que damos o nome de Ser superior e inferior. Porém, é óbvio, continuam sendo desejos. Você pode ergue-lo a qualquer altura e nomeá-lo de forma diferente, mas ainda é desejo, um anelo por tornar-se algo. E, também, há o conflito com os demais: será que este conflito entre desejos traz entendimento? Será que este conflito entre os opostos traz esclarecimento?
Assim, o problema não está no esforço, na tentativa, ou no que aconteceria se nada se fizesse. A questão é: como o ‘entendimento’ acontece? Pois, quando há entendimento, já não há mais esforço! Aquilo que se compreende, daquilo nos libertamos. Então, de que modo surge o ‘entendimento’ ? Não sei se já chegou a perceber que, quanto mais se esforça para compreender, menos você compreende qualquer problema! Porém, no momento em que suspende qualquer esforço e deixa a questão lhe contar tudo a respeito, dando-lhe importância, então surge o entendimento, o que obviamente significa, que para compreender, a mente deve estar quieta. A mente deve estar sem qualquer escolha, toda passiva e alerta. Nesse estado, sim, há entendimento dos vários problemas de nossa vida. Alguém indagou sobre haver ou não um Plano Divino. Eu não sei o que se designa por Plano Divino, porém, nós sabemos que estamos sofrendo, que estamos confusos e que isto segue aumentando sempre, tanto social quanto individualmente e também psicológicamente. Foi isso que criamos no mundo.
Se há um Plano Divino ou não, parece não ser importante, mas, o que é importante é poder entender esta confusão em que nos encontramos, tanto dentro quanto fora de nós. E, para entender esta confusão, temos que principiar, é óbvio, por nós mesmos. Porque nós somos a confusão e a levamos para o mundo exterior. E para resolver essa questão temos de começar em nós mesmos, pois, o que somos, também o mundo é!
Por J. Krishnamurti, de uma palestra em Londres, em 1949.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Um Poema de Walt Whitman: "Milagres"!
Walt Whitman, poeta andarilho, viveu naturalmente sua vida na América, na segunda metade do séculoXIX. Escreveu um único livro de poemas, 'Folhas de Relva', que bem atestam seu tipo despojado e livre de viver. Swami Vivekananda quando, em 1893 veio a Chicago, participar do Parlamento das Religiões, leu este livro e gostou muito do estilo de Whitman, declarando em seguida que o poeta era o sannyasin americano. Para um hindú, o sannyasin representa um elevado ideal de vida, baseado no desapego e na renúncia. É, portanto, com alegria que oferecemos esta postagem aos nossos leitores.
Por que alguém se espanta com um milagre?
Quanto a mim, não sei de coisa alguma que não seja um milagre,
Se ando pelas ruas de Manhattan,
Ou lanço meu olhar sobre os telhados das casas na direção do céu,
Ou ando com os pés descalços ao longo da praia, bem na beira da água,
Ou permaneço sob as árvores da floresta,
Ou converso durante o dia com qualquer um a quem amo,
ou durmo na cama à noite com qualquer um a quem amo,
Ou me sento à mesa de jantar com os demais,
Ou olho para os estranhos que se sentam de frente para mim no carro,
Ou assisto as abelhas melífluas ocupadas em torno da colméia numa manhã de verão,
Ou os animais se alimentando nos campos,
Ou os pássaros, ou as maravilhas dos insetos no ar,
Ou as maravilhas do crepúsculo, ou das estrelas cintilando tão quietas e brilhantes,
Ou as exóticas e delicadas e finas curvas da lua nova na primavera;
Esses e os demais, um e todos, são milagres para mim,
A referência inteira e, contudo, cada um distintamente em seu lugar.
Para mim toda hora de luz e de escuridão é um milagre,
Cada centímetro cúbico de espaço é um milagre,
Cada jarda quadrada da superfície da terra é formada por ele,
Cada pé de suas profundezas está infestada dele.
Para mim o mar é um milagre contínuo,
Os peixes que nadam - as pedras - o movimento das ondas - os navios com os homens neles,
Que milagres mais estranhos pode haver?
Por Walt Whitman em seu livro 'Folhas de Relva'.
Por que alguém se espanta com um milagre?
Quanto a mim, não sei de coisa alguma que não seja um milagre,
Se ando pelas ruas de Manhattan,
Ou lanço meu olhar sobre os telhados das casas na direção do céu,
Ou ando com os pés descalços ao longo da praia, bem na beira da água,
Ou permaneço sob as árvores da floresta,
Ou converso durante o dia com qualquer um a quem amo,
ou durmo na cama à noite com qualquer um a quem amo,
Ou me sento à mesa de jantar com os demais,
Ou olho para os estranhos que se sentam de frente para mim no carro,
Ou assisto as abelhas melífluas ocupadas em torno da colméia numa manhã de verão,
Ou os animais se alimentando nos campos,
Ou os pássaros, ou as maravilhas dos insetos no ar,
Ou as maravilhas do crepúsculo, ou das estrelas cintilando tão quietas e brilhantes,
Ou as exóticas e delicadas e finas curvas da lua nova na primavera;
Esses e os demais, um e todos, são milagres para mim,
A referência inteira e, contudo, cada um distintamente em seu lugar.
Para mim toda hora de luz e de escuridão é um milagre,
Cada centímetro cúbico de espaço é um milagre,
Cada jarda quadrada da superfície da terra é formada por ele,
Cada pé de suas profundezas está infestada dele.
Para mim o mar é um milagre contínuo,
Os peixes que nadam - as pedras - o movimento das ondas - os navios com os homens neles,
Que milagres mais estranhos pode haver?
Por Walt Whitman em seu livro 'Folhas de Relva'.
terça-feira, 13 de julho de 2010
"Auto-Iniciação" - Huberto Rohden (conclusão)
"Onde há uma plenitude, aí há um transbordamento. O homem plenificado pelo autoconhecimento e pela auto-realização transborda a sua plenitude, consciente ou inconscientemente, saiba ou não saiba. Esta lei cósmica funciona infalivelmente. Faz bem pelo fato de ser bom, por viver em harmonia com a alma do Universo. Por isso, para fazer bem aos demais, não é necessário nem suficiente fazer muitas coisas, mas é necessário e suficiente ser bom, ser realizado e pleno em seu Eu central.
"Para ter laranjas, laranjas verdadeiras, não é necessário fabricá-las. É necessário e suficiente ter uma laranjeira real e mantê-la forte e vigorosa. Nem é necessário ensinar à laranjeira como fazer laranjas - ela mesma sabe, com certeza infalível, como dar flores e frutos. Assim, toda preocupação de querer fazer bem aos outros, sem ser bom, é uma ilusão tão funesta quanto o esforço de fabricar uma laranja verdadeira sem o concurso de uma laranjeira!
"Porém, que quer dizer 'ser bom'? Ser bom não é ser bonachão, nem bonzinho, nem bombonzinho! Para ser realmente 'bom' deve o homem estar em perfeita harmonia com as leis eternas da verdade (...) e viver nesta consciência! Todo o fazer bem, sem ser bom, é ilusório, assim como qualquer transbordamento é impossível sem que haja plenitude. O nosso fazer bem vale tanto quanto nosso ser bom.
"Os mais ruidosos sucessos sem a realização interior são deslumbrantes vacuidades: são como bolhas de sabão - belas por fora, mas cheias de vacuidade por dentro! Auto-iniciação é essencialmente uma questão de ser, e não de fazer. Todavia, esta plenitude do Ser não se realiza pela simples solidão, mas pelo revezamento de introversão e extroversão. A pessoa deve, periodicamente, fazer seu ingresso em si mesmo, na solidão da meditação, e logo fazer seu egresso ao mundo exterior, a fim de testar a autenticidade de seu exercício. Toda auto-iniciação consiste neste ingredir e neste egredir, nessa implosão mística e nessa explosão ética. Não há evolução sem resistência. Tudo que for fácil, não é garantido!"
(Resumo de um texto de Huberto Rohden, possivelmente escrito em 1980 - desejando saber mais sobre sua obra, pesquise o blog 'Memória Rohden'.)
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Quando você se volta para dentro chega a esta luz sem fonte!
Com pressa ninguém pode conhecer a si mesmo. Essa é uma longa e profunda espera. É preciso paciência infinita, mas, pouco a pouco, a escuridão desaparecerá, surgindo uma luz que não tem fonte, onde não há qualquer chama, nenhuma lâmpada acesa, nenhum sol! Uma luz como a do alvorecer: a noite se foi e a manhã ainda não surgiu... ou como do entardecer, o crepúsculo, quando o sol já se pôs e a noite não veio! Por isso os hindús chamam o seu momento de oração de sandhya, que significa crepúsculo, luz sem qualquer fonte. Quando você se volta para dentro, chega a esta luz sem qualquer fonte. Nessa luz, pela primeira vez, você começa a compreender a si mesmo, quem você é, porque você é esta luz. Você é esse crepúsculo, esse sandhya, essa pura claridade...
A meditação começa quando você se separa da mente e se faz 'testemunha'. Esse é o único modo de se separar de qualquer coisa. Se você observa um panorama, uma coisa é certa: você não é o panorama, você é quem o está observando. Se você observa as flores, uma coisa é certa: você não é a flor, é o observador! Portanto, observar (sem conceituar) é a chave da meditação! Observe a sua mente.
Não faça nada, nenhuma repetição, apenas observe o que sua mente está fazendo. Não a perturbe, não a evite, não a reprima; não faça coisa alguma. Seja apenas o observador: o milagre de 'observar' é a meditação! Enquanto você observa, a mente pouco a pouco se torna vazia de pensamentos, mas você não está adormecendo, está se tornando mais alerta, mais consciente.
By Osho no livro "O Que é Meditação?", edt. Prestígio Editorial
quinta-feira, 8 de julho de 2010
O Néctar das palavras de Sri Ramana Maharshi
Instruções relativas ao auto-questionamento ou constante indagação "Quê Sou Eu?"
"Por incessantemente indagar a si mesmo 'Quê Sou Eu?, você conhecerá seu verdadeiro Ser e, assim, alcançará Liberação.
"O Eu real, que é o Ser, não é nenhum dos cinco sentidos, nem os objetos dos sentidos, nem os órgãos de ação, nem mesmo o sopro vital ou prana; nem é a mente, nem o estado de sono profundo, em que não há reconhecimento de nenhum destes.
"Aquilo que persiste depois da exclusão de cada qual dos acima ditos, é o Eu Real, o mesmo que a pura Consciência. A mente só pode encontrar descanso quando houver respondido à indagação 'Quê Sou Eu?'
"O primeiro e mais importante dos pensamentos é o pensamento 'eu'!
"A mente e o ego são uma mesma coisa. Neste corpo, aquilo que afirma 'eu' é apenas a mente. Portanto, se você indaga de onde surge o pensamento 'eu', verá com certeza que o coração é a origem.
"Nem ao menos murmure 'eu', mas indague com firmeza o que é, neste mesmo instante, que brilha dentro do coração como 'eu'. Ao transcender o intermitente fluxo dos diversos pensamentos, ergue-se a contínua e indivisível consciência desperta, silenciosa e espontânea, como 'eu, eu, eu' - provindo do coração.
"Se a pessoa a ela se adere e prossegue em silêncio, isso vai aniquilar completamente o sentido do 'eu' corporal, que se consumirá como cânfora queimada. Os Sábios e as escrituras proclamam isso como Liberação."
"Por incessantemente indagar a si mesmo 'Quê Sou Eu?, você conhecerá seu verdadeiro Ser e, assim, alcançará Liberação.
"O Eu real, que é o Ser, não é nenhum dos cinco sentidos, nem os objetos dos sentidos, nem os órgãos de ação, nem mesmo o sopro vital ou prana; nem é a mente, nem o estado de sono profundo, em que não há reconhecimento de nenhum destes.
"Aquilo que persiste depois da exclusão de cada qual dos acima ditos, é o Eu Real, o mesmo que a pura Consciência. A mente só pode encontrar descanso quando houver respondido à indagação 'Quê Sou Eu?'
"O primeiro e mais importante dos pensamentos é o pensamento 'eu'!
"A mente e o ego são uma mesma coisa. Neste corpo, aquilo que afirma 'eu' é apenas a mente. Portanto, se você indaga de onde surge o pensamento 'eu', verá com certeza que o coração é a origem.
"Nem ao menos murmure 'eu', mas indague com firmeza o que é, neste mesmo instante, que brilha dentro do coração como 'eu'. Ao transcender o intermitente fluxo dos diversos pensamentos, ergue-se a contínua e indivisível consciência desperta, silenciosa e espontânea, como 'eu, eu, eu' - provindo do coração.
"Se a pessoa a ela se adere e prossegue em silêncio, isso vai aniquilar completamente o sentido do 'eu' corporal, que se consumirá como cânfora queimada. Os Sábios e as escrituras proclamam isso como Liberação."
quarta-feira, 7 de julho de 2010
O Personagem Imaginado...por todos nós!
Fomos nós que 'imaginamos' nosso personagem e cremos ser ele! Um mundo foi criado a partir disso e o personagem passou a ter vida especial. Pelo menos foi o que imaginamos. O personagem se alegra, se entristece, pensa em vitória e derrota, perdas e ganhos... família, durabilidade...conceitos! Em certo momento, sofre porque acha que deve se 'afastar do palco', as luzes foram apagadas, ele está desesperado!
E agora? Porém, nunca se lembra de que ele não é o personagem. Que tudo não passa de grande ilusão! Como se tomasse um rolo de corda a um canto, pensando ser uma cobra. O sofrimento nos parece bem real porque nos esquecemos de quem somos realmente, e nos apegamos a um eu conceitual, passageiro. Assim, qualquer coisa se torna uma ameaça à minha humanidade. Sendo "humano", sou imperfeito, sou carente, verdadeiramente um necessitado! Então...lágrimas e lágrimas! Foi uma escolha feita no passado e devo experimentar o resultado de minhas escolhas. Quando não quiser mais sofrer, o remédio, o único remédio é DESPERTAR! É tão surpreendente, mas outros, adormecidos, não me podem falar nesta medicação, pois estão sonhando. Só alguém já desperto me pode dizer - Desperte!
Escute uma estória: havia um homem que desenvolveu a mania de cortar papel, todo papel que encontrava, não podia resistir...cortava! No começo não tinha muita importância, eram pedaços soltos que encontrava, mas, com o tempo, passou a cortar jornais, documentos e até, imaginem, dinheiro! Aí a coisa se complicou! Todos ficaram bem preocupados, tendo que ocultar suas coisas mais valiosas. Quando a coisa se tornou insuportável - aqueles papéis rasgados por toda casa - resolveram procurar ajuda de algum profissional. Levaram-no a um médico e nada, a um psicólogo e nada, nem hipnose lhe conseguiu ajudar. Tentaram cartomantes, adivinhos, astrólogos e até videntes, mas ninguém conseguia chegar a um medicamento certo. Mas, aquilo não podia continuar, quase em desespero, afinal, ficaram sabendo que acabara de chegar à cidade um jovem terapeuta, que estava operando verdadeiros milagres, sem qualquer ostentação. Logo, conseguiram uma entrevista e conduziram o 'doente' até lá. Não havia mais nenhum papel em toda casa e agora ele estava começando a gostar de cortar também panos. Depois de ouvir toda aquela narrativa, este jovem retirou-se com o maníaco para caminhar, andaram em círculos por algum tempo, o terapeuta às vezes o abraçava e enquanto isso, conversavam. Então, segredou-lhe algo ao ouvido, os olhos do doente brilharam, seu corpo se endireitou, seus passos se firmaram e o rapaz disse: 'Podem levá-lo, já está curado!'
Claro, ninguém entendeu nada, tantos especialistas tinham sido consultados e agora um desconhecido qualquer, e tão jovem, achava que tudo se havia acabado? Mas, tinham que acreditar e se retiraram.
Todavia, algum tempo depois, verificaram que o homem estava completamente curado, já não cortava mais nada. Voltaram ao "doutor": - O que foi que lhe disse naquele dia, doutor? Ocorreu um verdadeiro milagre!!
'Bem', respondeu aquele jovem, 'eu apenas lhe disse que ele não era um cortador de papel e sim um homem!' e isso criou uma reação favorável instantânea.
Ora, o mesmo parece que está acontecendo em toda parte, não somos "contadores de papel". Como personagem imaginário, tudo me pode afetar, mas conhecendo minha verdadeira natureza, serei capaz, eu mesmo, de realizar verdadeiros milagres!
By Jay Govinda
segunda-feira, 5 de julho de 2010
"Auto-Iniciação", pelo Prof. Huberto Rohden
Hoje em dia muitas pessoas falam em iniciação. Todos querem ser iniciados. Mas entendem por iniciação uma alo-iniciação, uma iniciação por outra pessoa, por um mestre, um guru. Esta alo-iniciação é, porém, uma utopia, uma ilusão. Só existe auto-iniciação. O homem só pode ser iniciado por si mesmo. O que o mestre pode fazer é mostrar o caminho por onde alguém pode se auto-iniciar, pode colocar setas ao longo do caminho, que indiquem a direção certa que o discípulo deve seguir para chegar ao conhecimento da verdade sobre si mesmo. Iniciação é o início na experiência da verdade sobre si mesmo.
O homem do mundo vive uma ilusão sobre si mesmo. Não sabe quem é realmente, se identifica com seu corpo, com sua mente e com suas emoções, e nesta ilusão vive a vida inteira. Não se iniciou na verdade sobre si mesmo, não pussui autoconhecimento e, por isso, não pode entrar na auto-realização!
Quem descobre a verdade sobre si mesmo, liberta-se de todas as inverdades e ilusões. Liberta-se do egoísmo, da ganância, da luxúria, da vontade de explorar e fraudar os demais. O iniciado morre para seu ego ilusório e nasce para seu Eu verdadeiro. Começa a vida eterna em plena vida terrestre, não espera um céu para depois da morte, vive no céu da verdade, aqui e agora. Isto é auto-iniciação!
O início de tudo isso é a meditação ou cosmo-meditação.
Mas, a meditação é impossível sem que a pessoa se esvazie de todo conteúdo de seu ego ilusório: quem se esvaziar de sua ego-consciência será plenificado pela cosmo-consciência, que é a iniciação. Porém, é impossível realizar este ego-esvaziamento no momento de meditação, por mais que se tente, se a pessoa viver as 24 horas do dia de modo extrovertido, escravizado pelas coisas do mundo.
A meia hora de meditação nada resolve, não abre as portas para a iniciação, se a pessoa durante o dia não se libertar da escravidão de seu ego. Mas, como fazer isto? Usando as coisas materiais na medida do necessário, a não do supérfluo; pode-se ter um conforto necessário, sem, contudo, torná-lo excessivo!
A mística da hora de meditação é impossível sem a ética da vida diária, sem o desapego ao supérfluo. Luxo e luxúria são 'lixo' impedindo o caminho para a iniciação. Quem não remove este 'lixo' pode fazer quantas meditações quiser que não poderá se iniciar.
Quando um único homem, escreveu Mahatma Gandhi, chega à plenitude do amor (auto-realização), neutraliza o ódio de milhões! Nada pode o mundo esperar de alguém que algo espera do mundo - mas, tudo pode o mundo esperar de alguém que nada espera do mundo!
O iniciado dá tudo e não espera nada do mundo. Ele já encerrou as contas com o mundo, está quite com o mundo. Pode dar tudo e não perder nada! O auto-iniciado é um místico, mas não um místico solitário, e sim, um místico dinâmico e solidário, que vive no meio do mundo sem ser do mundo!
(a continuar)Resumo de um texto de Huberto Rohden, fundador da Alvorada, em São Paulo,
possivelmente escrito em 1980.
sábado, 3 de julho de 2010
Amar é permanecer no Centro!
Quando tocamos nossa essência interior, sentimos que 'amar'
é a coisa mais simples que há! Não como um 'sentimento',
mas como estado de espírito! Amar... é tão fácil!
Se não, vejamos: todos, de algum modo, não amam algo?
Desejando, querendo, sonhando, tomando...imaginando
sempre - isto é meu!! Opa, direção errada!
Amar é como iluminar solitariamente e em silêncio!
Dar do que se tem, dar do que se é!
Você está sempre sentindo 'eu gosto',
mesmo quando diz 'não gosto' é porque gosta diferente.
Mas, o sentido deste gostar vem da mesma fonte,
de sua real identidade, o sentido 'Eu Sou'.
É a consciência de Ser que fala em você 'Eu Sou'!
Nossa existência é animada por Inspiração divina,
que só podemos entender ao olhar na direção certa.
O Divino é o centro, a nascente é o centro,
não desejar ir a nenhum lugar é estar no centro.
Compreenda que você é este lugar
e que sua verdadeira natureza é o próprio centro!
O ser divino é amar!
By Sri Ram Jay Ram
é a coisa mais simples que há! Não como um 'sentimento',
mas como estado de espírito! Amar... é tão fácil!
Se não, vejamos: todos, de algum modo, não amam algo?
Desejando, querendo, sonhando, tomando...imaginando
sempre - isto é meu!! Opa, direção errada!
Amar é como iluminar solitariamente e em silêncio!
Dar do que se tem, dar do que se é!
Você está sempre sentindo 'eu gosto',
mesmo quando diz 'não gosto' é porque gosta diferente.
Mas, o sentido deste gostar vem da mesma fonte,
de sua real identidade, o sentido 'Eu Sou'.
É a consciência de Ser que fala em você 'Eu Sou'!
Nossa existência é animada por Inspiração divina,
que só podemos entender ao olhar na direção certa.
O Divino é o centro, a nascente é o centro,
não desejar ir a nenhum lugar é estar no centro.
Compreenda que você é este lugar
e que sua verdadeira natureza é o próprio centro!
O ser divino é amar!
By Sri Ram Jay Ram
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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente
Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.
O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.
Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.
Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.