quarta-feira, 23 de março de 2016

"Em Tudo Parece Haver Um Único Pensamento..."

Um Único Pensamento ...            

          "Diante do mar... Tarde nublada um tanto fria. Leve bruma, enquanto gaivotas, mergulhões, andorinhas-do-mar e outros pássaros seguem voando em direção ao sul. Já passaram muitos à medida que caminhava pela praia.
          O único pensamento deles é voar...
          O único pensamento dos peixes é nadar...
          O único pensamento do mar é oferecer...
          O único pensamento das nuvens é passar...
         
          Em tudo parece haver um único pensamento. Qual é nosso único pensamento? Aquele que é unicamente nosso, que resume tudo, que expressa tudo, mesmo que não manifesto em palavras? Parece-me que saí de casa hoje e vim parar aqui apenas para poder ouvi-lo, discerni-lo, compreendê-lo e assimilá-lo!
          O “pensamento único” que é expresso pelo incessante bramido das ondas, pela linha suave do horizonte, pela tonalidade cinza-azulada do céu, pela sensação de finito e infinito!
          Algumas gaivotas voam próximo da superfície e das ondas, em formação militar. Um bando de andorinhas, subitamente surge, como de dentro d’água. Que estão querendo me comunicar?
          As impressões da cidade parecem haver passado. Não me queriam deixar!
          É preciso compreender este Pensamento que existe através de todas as coisas. É necessário sintonização e auto-entrega... Que mensagem vim ouvir aqui, esta tarde, diante do mar?
          Ai...a linguagem do mar é intraduzível porque não é pessoal, nem dirigida a alguém, nem limitada por expressões formais e palavras. A linguagem do mar é mais para a alma que para a mente; mais para o coração que para a alma!
          O mar repete seu idioma incompreensível, suas palavras repletas de ondas e conchinhas, o eco que ressoa há séculos por toda parte. É apenas um soar incessante, uma repetição continuada como a pulsação de imensa existência. Parece vir de um poder que é auto-controlado e sustentador de inumeráveis vidas. Ah, o bramido incessante da existência, da alma aprisionada e livre do mar!
           É a oração do mar que escrevo, a oração do silêncio, nossa própria oração e único pensamento: o OM de nossa própria existência!
          Tudo se vai... tudo passa...tudo é impermanente; tudo que há parece existir por algum tempo, mas...somente para amadurecer, para superar-se, transformando-se em nova experiência. Carregamos um “sentido pessoal” conosco, na esperança de que seja duradouro, e seguimos resistindo às transformações da vida e, por isso, sofremos.
          Lá seguem as andorinhas rente às águas. Seu vôo parece sua própria morada, seu descanso parece ser a perfeição de voar... sem perder energia, aproveitando o que há! Não há sobras, não há faltas, tudo está pleno e completo em seu esquema de vida. Parece que também nós devemos encontrar nosso próprio caminho para esta auto-suficiência, esta “confiança cósmica”, este modo de voar sem medo, sem expectativa, sem anseios, apenas... confiança para prosseguir sempre, entregues ao poder sustentador de tudo!
         
          Daqui observo o mar, os seres do ar, ondas, vastas águas...liberdade! Penso naqueles que ficaram no “ontem” - atarefados, envolvidos em seus problemas e convencidos de seus “dramas”! Há uma tênue linha que separa o finito do Infinito, o Ser do não-ser, e esta linha invisível passa dentro do meu coração! As ondas agora parecem mais próximas, ou fui eu mesmo que me aproximei delas? Será que esta mesma linha também não passa no coração de todos? Não será esta a “linha da Unidade”? Não será esta a luz da Sabedoria e do Conhecimento?
          Diante de mim...o silêncio indomável do oceano. Atras, pequena estrada ligando duas localidades, e por onde o movimento do homem parece não cessar. Que contrastes! Para onde irão estes pássaros, entre a estrada humana e a distante linha do horizonte, no coração do Silêncio?
        Fui caminhar mais um pouco após breve lanche. Penso que acabei por traduzir a mensagem...Ái, querido amigo, mar, amado guru:  os pássaros migrando são como se todos meus pensamentos seguissem uma só direção, a mente migrando em direção a Deus. Seu vôo sai de dentro de mim e segue para Ele, que é minha consciência. Tudo que vejo sou eu mesmo!
          O mar não está sujeito a tempo e espaço. O Infinito não tem limitações. Tempo e espaço são para os sujeitos finitos. O mar vive no Eterno Presente. Está em toda parte, jamais se modificando porque não há nada a aperfeiçoar. Assim, ele é sempre Ele mesmo. Ele é sempre o presente, o Eu Sou! Tempo e espaço contém modificações. Mas, o mar, é o infinito onde não há modificações, nem “tempo”. Tempo é a sucessão de modificações que nossa mente aceita. O mar é o Eterno AUM, símbolo do eterno Brahman, que tudo contém e que nada pode afetar.


                   Autoria "Blog Mergulhe Fundo"            

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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