terça-feira, 20 de abril de 2010

Conselhos, de Sri Ramakrishna, aos que levam Vida Familiar

Temos aqui oportunidade de estudar um aspecto focal à vida do sincero buscador: Sri Ramakrishna está explicando o cerne de uma questão que, ainda hoje, é tida como grande obstáculo à realização espiritual. (Tal como relatado por M. na obra 'Sri Sri Ramakrishna Kathamrita', que são as conversações de Sri Ramakrishna com seus discípulos ou visitantes, original em Bengali, perfazendo 5 volumes.)
Pergunta: ‘Senhor, como devemos viver no mundo?’

Mestre: ‘Cumpra com seus deveres todos, mas mantenha sua mente em Deus. Viva com todos, esposa e filhos, pai e mãe, servindo-os. Trate-os como sendo muito queridos seus, mas saiba no âmago de seu coração, que não lhe pertencem!

Na casa de uma rica família, a empregada faz todas as tarefas domésticas, mas seus pensamentos estão em sua própria casa em um vilarejo distante. Ela cria as crianças como se fossem suas, chegando mesmo a chamá-las ‘meu Hari’ ou ‘minha Radhika’. Porém, em sua própria mente, ela sabe muito bem que não lhe pertencem.
A tartaruga se movimenta na água, mas você adivinharia onde estão seus pensamentos? Lá na margem, onde os ovos foram postos. Faça seus deveres, mas com a mente firme em Deus!


Se você entra no mundo sem primeiro cultivar o amor a Deus, vai se emaranhando cada vez mais. Até ser sobrepujado por seus perigos, seus lamentos, suas dores. E quanto mais pensar nas coisas do mundo, mais ficará aderido a elas!
Antes de qualquer coisa, passe óleo em suas mãos, só depois abra a fruta da jaca, do contrário ficarão grudentas devido ao suco pegajoso. Primeiro proteja-se com o azeite do Divino amor, só então se disponha aos deveres no mundo. Mas, para alcançar este divino amor deve-se buscar solidão. Para retirar a manteiga do leite, este deve ser deixado num local tranqüilo para que se torne coalhada: se a vasilha for muito mexida, o leite não ficará coalhado. Portanto, deixe seus outros deveres de lado, sente-se num lugar sossegado e bata a coalhada. Só assim terá manteiga!
Mais ainda, por meditar em Deus em solidão a mente adquire conhecimento, devoção e se torna imparcial. Porém, a mesma mente, se colocada no mundo, perde sua rica aquisição. No mundo há apenas um pensamento dominante: ‘luxúria e cobiça’!


O mundo é água, e a mente leite. Se você deita o leite na água eles se tornam um; você não encontrará mais leite puro. Mas, torne o leite coalhada e, batendo a coalhada, faça manteiga. Assim, quando a manteiga for colocada na água, irá flutuar. Portanto, pratique disciplina espiritual em solidão e obtenha a manteiga do conhecimento e do amor. Então, mesmo que você mantenha esta manteiga na água do mundo, as duas não vão misturar-se. A manteiga vai flutuar.
Junto com isso, tem de praticar discernimento. ‘Luxúria e cobiça’ são impermanentes. Deus é a única Substância Eterna. O que se obtém com dinheiro? Comida, roupas e um lugar para morar, nada além. Não se pode realizar a Deus com seu auxílio. Assim sendo, o dinheiro jamais poderá ser a meta da vida. Este é o processo de discernimento.”

Um comentário:

  1. Estes ensinamentos são como o ar da manhã de outono... Fazem com que nos sintamos vivos e radiantes...

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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