segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Cidade da Memória Perdida (final)

Com o passar do tempo, um dia chegou ali um santo homem. De imediato reconheceu o rei de Smritinagar, que era dado como perdido, e se apressou a lhe dizer: “Por onde tem andado, Sua Majestade? Todo seu reino está em confusão esperando seu regresso!”
“O que quer dizer?”, replicou o rei caçador um tanto atônito com aquela novidade. “Mas... pensando melhor, tenho tido um sonho estranho todas as noites”, confessou. Quando relatou seu sonho, o santo homem compreendeu o que lhe havia sucedido. Logo divisou um plano para que o rei retomasse seu trono. “Deixe-me dar-lhe um conselho, meu filho, vou contar-lhe o que fazer para tornar seu sonho em realidade. Primeiro trate de se convencer de que é, de fato, um rei. Procure lembrar-se de sua condição de nobreza, de soberania, de poder e bonomia. Sinta-se novamente como sendo soberano, pense como tal, aja como tal, seja de novo um rei. Afirme a si mesmo, tanto quanto possa: ‘eu sou aquele rei perdido’, ‘eu sou aquele soberano’. Quando conseguir mande chamar-me, e então lhe direi o que fazer.” E assim dizendo se foi.
O rei ficou sozinho a cismar: “Isto é muito ridículo. Meramente afirmar que sou o rei não fará de mim um soberano!”. Porém, não tendo outra escolha, resolveu começar.
O tempo passou. Aquele que um dia duvidara agora possuía certeza. “Estou convencido de que sou aquele monarca esquecido de sua própria condição. Vou mandar chamar o santo homem para que me diga o que fazer a seguir.”
Ao chegar o eremita, para demonstrar sua fé e gratidão, o rei se prosternou e recebeu a benção do santo.
Agora que o rei havia recuperado a memória, não duvidando mais de sua majestade, o eremita lhe deu a seguinte indicação: “Vá agora e alugue um cavalo branco, todo arreado, juntamente com alguns homens armados para acompanhá-lo. Cavalgue, então, em direção ao reino vizinho de Smritinagar, e proclame-se o rei perdido.”
No dia seguinte, indo ao vilarejo, o rei procedeu como lhe fora indicado, alugando um cavalo branco, arreios e um contingente de soldados. Logo dirigiu-se ao reino vizinho e, quando cruzava a fronteira, viu que uma patrulha de soldados montados se aproximava. Com grande alarde e numa voz que soava sem temor, declarou: “Eu sou o rei perdido de Smritinagar!” E, para sua surpresa, todos desmontaram-se, inclinando-se diante dele.
À medida que adentrava os limites da cidade, os camponeses se amontoavam para vê-lo passar. “Eu sou o rei perdido de Smritinagar!”, ele declarava em toda parte, vendo que todos lhe davam boas vindas com grande alegria. Sua autoconfiança crescia. Quanto mais afirmava sua real natureza, mais alegria ele sentia, e, enquanto cavalgava, o charme de suas palavras também trabalhava em seu favor. Era o delírio!
Agora, as ruas e palacetes, o próprio cenário lhe pareciam familiares. Teve um forte sentido de já haver estado ali antes, e, quando as enormes muralhas brancas do palácio surgiram diante de si, sua memória se clareou completamente, e ele cavalgou destemidamente através dos velhos portões.
(Velho conto hindú de autoria desconhecida.)

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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