Vivia na antiga Índia, na cidade de Smritinagar, que significa a cidade da memória perdida, um rei sábio e justo. Um dia desejando sair à caça, preparou seu cavalo e saiu solitário para fora dos limites da cidade, atravessando a floresta real e seguindo, inadvertidamente, além dos limites de seu reino, adentrando uma terra desconhecida.
Enquanto cavalgava por densa mata, aconteceu de uma cobra atravessar a sua trilha, fazendo com que seu cavalo retrocedesse e empinasse, jogando-o para longe da sela. Ao cair, porém, bateu com a cabeça, ficando algum tempo desacordado. Quando se recobrou, olhando à volta, nada reconheceu, nem mesmo quem ele próprio era. Com a queda, havia entrado em amnésia.
Em sua confusão, o rei notou que estava vestido como caçador. “Talvez eu seja um guarda-caça nesta floresta”, pensou. Naquela noite, ergueu para si mesmo um rude abrigo, onde deu início a sua nova vida.
O tempo passou. O rei caçador fez para si uma boa casa. Durante o dia patrulhava a floresta. À tardinha, cozinhava seu jantar ao fogo, mas quando pegava no sono era perturbado por um estranho sonho. Sonhava que vivia em um grande palácio com muitos quartos e que estava cercado de cortesãos, príncipes e princesas, e uma rainha, todos dirigindo-se a ele como se fosse o rei. Porém, ao despertar, encontrava-se na condição de um guarda-caça.
O tempo continuou a passar. Certo dia um mercador, que vinha atravessando a floresta, parou para conversar. Enquanto falavam, o rei caçador relatou o sonho estranho. “Ah, vejo que deseja tornar-se um rei!”, comentou o mercador. “É um desejo comum a todos nós. Aceite meu conselho e torne-se primeiro um mercador, como eu. Compre, venda, troque, faça negócios – e logo estará rico. E onde quer que vá, poderá viver como se fosse rei.” Assim falando o mercador partiu.
“É um bom conselho”, pensou o rei caçador. E no dia seguinte foi até a vila comprar mercadoria para comerciar. Comprou, vendeu, mercadejou todo o dia, mas, ao final, verificou que estava arruinado. O rei compreendeu assim que não era feito para o comércio e, tristemente, regressou à floresta.
O tempo continuou a passar. Um dia, chegou um soldado àquelas paragens. Enquanto tomavam um chá, contou o rei sobre seu sonho. “Sim, senhor, vejo que deseja tornar-se rei”, disse o soldado. “Meu conselho é simples. Torne-se um soldado primeiro. Sirva bem ao exército e será promovido. Quando for general poderá ir à guerra e anexar um grande reino.” Assim falando, o soldado partiu.
“É um bom conselho”, pensou o rei caçador, e no dia seguinte foi ao vilarejo se alistar. Mas, quando o sargento encarregado o viu, sacudiu a cabeça dizendo: 'Tu és muito velho e gordo para servir ao exército'. O velho monarca baixou a cabeça então e retornou à floresta.
(a continuar)
Palavras de Sri Ramana Maharshi: "A verdade permanente é tão simples. Não é nada mais que estar em seu próprio estado original. Todavia, é de admirar que para ensinar algo tão simples, inúmeras tradições foram criadas, iniciando disputas entre si sobre quem recebera autoridade divina para ensinar. Que lástima! Seja você mesmo, isso é tudo!"
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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente
Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.
O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.
Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.
Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.
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