quinta-feira, 3 de setembro de 2015

O Mistério do Sagrado AUM, por Huberto Rohden

Quando o homem experimenta a imanência de Brahman em todas as suas obras como sendo a essência de tudo, e compreende, ao mesmo tempo, que Brahman está além de tudo - então  está em AUM, identificado com o infinito UNO em si, o infinito VERSO em todas as coisas. AUM é o sujeito em todos os objetos, e todos os objetos no sujeito - o UNIVERSO. E, afim de criar ambiente propício a esta conscientização, a pessoa invoca, vagarosa e intensamente, o sagrado trigrama AUM:
"A", som aberto, representa o início, a 1ª pessoa Brahma;
"U", semi-aberto, representa a manutenção ou Vishnu;
"M", som fechado, representa a consumação ou Shiva.
Depois de expirar a última letra "M", numa entonação profunda e prolongada, sobrevém a  vibração inaudível, a mais poderosa de todas, a pulsação do Silêncio Absoluto, que é a Pura Consciência. O que se segue após a última vibração audível de "M" é denominado Nirvana, o Silêncio Dinâmico, o Nada Criador, a Luminosa Escuridão, etc, a Tese anterior a todas as antíteses e sínteses, simbolizada pela serpente circular, cuja cauda termina na boca. O AUM é o 'Amém' do Evangelho: "A" significa a vigília, o estado de estar desperto; "U" significa o estado de sonhos e "M" simboliza o estado de sono sem sonhos.
Na vigília, o homem é ego-consciente; no sonho, o homem está no subconsciente, e em sono profundo, está totalmente inconsciente. Todos estes estados, porém, são da consciência individual em diversos graus. Para além de todos os estados individuais - vigília, sonho e sono profundo - está o oceano imenso da oniconsciência universal, que se manifesta quando expiram os estados pessoais. Os estado  normais de vigília, de sonhos e de sono profundo podem nos parecer reais, enquanto não se alcança o quarto estado, quando então a validade dos primeiros desaparece, ao desaguar no oceano da Consciência Absoluta, ou em Nirvana.
Neste estado nirvânico, além do "M" audível, a Divindade é percebida como imanente e transcendente no mais alto grau; cessa toda dualidade e reina soberana a grande unipolaridade monista.
Brahman é "A" no estado de vigília que experimentamos no mundo da matéria;
Brahman é "U" no estado de sonhos vivido no mundo astral da mente;
Brahman é "M" no sono profundo que se dorme no mundo das forças espirituais.

Fonte: "O Espírito da Filosofia Oriental", coleção Huberto Rohden, São Paulo.

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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