Um pobre homem desejando algum dinheiro, ouviu que, se fosse senhor de um Gênio, poderia fazê-lo trazer-lhe riqueza e o que mais quisesse; ficou assim muito ansioso para conseguir um deles. Saiu à procura de quem lhe pudesse satisfazer esta vontade, e, finalmente, encontrou um sábio com grandes poderes e a ele pediu ajuda. O sábio lhe perguntou o que faria com um gênio: “Quero que trabalhe para mim; ensine-me como encontrar um, senhor, pois desejo muito isso!” Mas, o sábio replicou: “Não se incomode com isso, volte para casa!” No dia seguinte, porém, o homem voltou e recomeçou a lamentar-se: “Consiga-me um Gênio, senhor, preciso de um para ajudar-me!” Afinal, bem desgostoso, o sábio lhe disse: “Tome este encantamento, repita esta palavra mágica e um fantasma aparecerá, e tudo que lhe pedir ele o fará! Mas, tome cuidado, pois eles são terríveis e devem ser mantidos continuamente ocupados. Se falhar em lhe dar trabalho, ele vai tirar sua vida!” O homem respondeu: “Ah, isso é fácil, posso lhe dar o que fazer pelo resto de sua vida!” Assim falando, dirigiu-se a uma floresta e depois de longa repetição da palavra mágica, um enorme fantasma apareceu: “Sou o que pediu. Sua mágica me conquistou, mas tem que me manter ocupado. No momento que falhar em me dar trabalho, vou matá-lo!” O homem, então, declarou: “Erga um palácio!”, ao que o fantasma disse: “Está feito, palácio construído!” “Traga-me dinheiro”, falou o tolo. “Aqui está”, respondeu o outro. “Ponha abaixo esta mata e construa uma cidade em seu lugar!” “Já está concluído”, rebateu o fantasma, “mais alguma coisa?” Neste instante, o homem começou a tremer e pensou que não tinha mais nada a comandar, o outro lhe concedia tudo no ato. O Gênio replicou: “Dê-me algo a fazer ou então vou devorá-lo!” Mas, o pobre tolo não encontrava mais nada para lhe pedir e estava aterrorizado. Saiu, então, em desabalada carreira até encontrar o sábio, a quem implorou: “Oh, senhor, proteja-me!” O sábio lhe perguntou o que estava acontecendo: “Nada mais tenho a pedir ao fantasma. Tudo que lhe comando, realiza em um instante e agora ameaça devorar-me se não lhe der algo a fazer!” Ao dizer isto, o fantasma surgiu dizendo logo: “Vou lhe engolir agora!” e o teria feito. O homem começou a tremer e pediu ao sábio que lhe salvasse. “Vou encontrar uma saída”, disse o sábio. “Vê aquele cão de cauda enrolada? Corte-lhe a cauda com sua espada e dê ao fantasma para que a endireite!” O homem cortou o rabo do cachorro e o deu ao outro dizendo: “Endireite isso para mim!” O fantasma, olhando aquilo, com cuidado e vagarosamente o estendeu, mas tão logo o soltava, o rabo instantaneamente se enrolava outra vez. Mais uma vez, laboriosamente o esticou, apenas para ver que, tão logo o soltava, se enrolava novamente. De novo, com paciência o esticava, mas logo que o libertava, se encolhia outra vez. Continuou assim por vários dias, até que, exausto, reconheceu: “Nunca antes em minha vida encontrei tal dificuldade. Sou um velho e veterano Gênio, mas nunca me achei em tal situação”. “Vamos fazer um acordo”, disse ao homem, “me liberte e deixarei que mantenha tudo que lhe dei, com a promessa de que não lhe molestarei mais!” O homem ficou muito satisfeito e aceitou a oferta com alegria.
Fonte: A obra Karma Yoga, de Swami Vivekananda
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