quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Caso do Gênio da Lâmpada, como contado por Swami Vivekananda

No presente relato, Swami Vivekananda conta o caso de um homem que estando necessitado de dinheiro, conseguiu os serviços de um gênio maligno para que lhe satisfizesse todos os desejos. Porém, se este gênio não fosse mantido ocupado o tempo todo...bem, vejamos como segue a situação:

Um pobre homem desejando algum dinheiro, ouviu que, se fosse senhor de um Gênio, poderia fazê-lo trazer-lhe riqueza e o que mais quisesse; ficou assim muito ansioso para conseguir um deles. Saiu à procura de quem lhe pudesse satisfazer esta vontade, e, finalmente, encontrou um sábio com grandes poderes e a ele pediu ajuda. O sábio lhe perguntou o que faria com um gênio: “Quero que trabalhe para mim; ensine-me como encontrar um, senhor, pois desejo muito isso!” Mas, o sábio replicou: “Não se incomode com isso, volte para casa!” No dia seguinte, porém, o homem voltou e recomeçou a lamentar-se: “Consiga-me um Gênio, senhor, preciso de um para ajudar-me!” Afinal, bem desgostoso, o sábio lhe disse: “Tome este encantamento, repita esta palavra mágica e um fantasma aparecerá, e tudo que lhe pedir ele o fará! Mas, tome cuidado, pois eles são terríveis e devem ser mantidos continuamente ocupados. Se falhar em lhe dar trabalho, ele vai tirar sua vida!” O homem respondeu: “Ah, isso é fácil, posso lhe dar o que fazer pelo resto de sua vida!” Assim falando, dirigiu-se a uma floresta e depois de longa repetição da palavra mágica, um enorme fantasma apareceu: “Sou o que pediu. Sua mágica me conquistou, mas tem que me manter ocupado. No momento que falhar em me dar trabalho, vou matá-lo!” O homem, então, declarou: “Erga um palácio!”, ao que o fantasma disse: “Está feito, palácio construído!” “Traga-me dinheiro”, falou o tolo. “Aqui está”, respondeu o outro. “Ponha abaixo esta mata e construa uma cidade em seu lugar!” “Já está concluído”, rebateu o fantasma, “mais alguma coisa?” Neste instante, o homem começou a tremer e pensou que não tinha mais nada a comandar, o outro lhe concedia tudo no ato. O Gênio replicou: “Dê-me algo a fazer ou então vou devorá-lo!” Mas, o pobre tolo não encontrava mais nada para lhe pedir e estava aterrorizado. Saiu, então, em desabalada carreira até encontrar o sábio, a quem implorou: “Oh, senhor, proteja-me!” O sábio lhe perguntou o que estava acontecendo: “Nada mais tenho a pedir ao fantasma. Tudo que lhe comando, realiza em um instante e agora ameaça devorar-me se não lhe der algo a fazer!” Ao dizer isto, o fantasma surgiu dizendo logo: “Vou lhe engolir agora!” e o teria feito. O homem começou a tremer e pediu ao sábio que lhe salvasse. “Vou encontrar uma saída”, disse o sábio. “Vê aquele cão de cauda enrolada? Corte-lhe a cauda com sua espada e dê ao fantasma para que a endireite!” O homem cortou o rabo do cachorro e o deu ao outro dizendo: “Endireite isso para mim!” O fantasma, olhando aquilo, com cuidado e vagarosamente o estendeu, mas tão logo o soltava, o rabo instantaneamente se enrolava outra vez. Mais uma vez, laboriosamente o esticou, apenas para ver que, tão logo o soltava, se enrolava novamente. De novo, com paciência o esticava, mas logo que o libertava, se encolhia outra vez. Continuou assim por vários dias, até que, exausto, reconheceu: “Nunca antes em minha vida encontrei tal dificuldade. Sou um velho e veterano Gênio, mas nunca me achei em tal situação”. “Vamos fazer um acordo”, disse ao homem, “me liberte e deixarei que mantenha tudo que lhe dei, com a promessa de que não lhe molestarei mais!” O homem ficou muito satisfeito e aceitou a oferta com alegria.

Este mundo é como a cauda enrolada de um cachorro e as pessoas têm se esforçado para esticá-la por séculos, mas quando pensam que a tarefa terminou, ela já está encolhida novamente. E como poderia ser diferente? Primeiro se deve aprender como agir sem apego, então se deixará de ser teimoso. Quando sabemos que o mundo é como o rabo enrolado do cão e que nunca será endireitado, não nos tornaremos obstinados. 
Fonte: A obra Karma Yoga, de Swami Vivekananda 

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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