segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sri Ramakrishna: Luxo e luxúria ou o Azeite do Divino Amor?

Sri Ramakrishna: “Um homem não consegue renunciar às ações enquanto deseja desfrutar dos prazeres mundanos. Enquanto acalenta o desejo por prazer, ele realiza algum tipo de ação. Medite no seguinte exemplo:
Um pássaro pousou, inadvertidamente, no mastro de um barco ancorado no Ganges. Porém, com vagar, o barco abriu velas rumo ao oceano. Quando o pássaro recobrou seus sentidos, não viu margens em nenhuma rota. Alçou vôo em direção ao norte esperando encontrar terra, mas, mesmo indo muito longe, conseguiu apenas cansar-se, não encontrando nada. Que poderia fazer? Retornou ao barco e sentou-se no alto do mastro. Passado algum tempo, voou novamente, desta vez em direção leste. Nenhuma terra encontrou também deste lado: por toda parte viu somente um oceano sem fim. Muito cansado, de novo retornou ao barco pousando no mastro. Após descansar por longo tempo, dirigiu-se para o sul e depois para oeste. Quando não encontrou sinal de terra em nenhuma direção, voltou ao barco e se estabeleceu no mastro. Dali não saiu novamente, assim permanecendo sem voltar a fazer qualquer esforço. Não se sentia mais inquieto ou preocupado. Estando livre de problemas, não fez nenhum esforço a mais!”
“As pessoas do mundo vagueiam pelos quatro cantos da terra em busca de felicidade. Não a encontram em nenhuma parte, conseguindo somente ficar exaustos e enfastiados. Quando, devido ao seu apego à ‘luxúria e cobiça’, colhem apenas miséria, sentem urgência por desprendimento e renúncia. Porém, o que há para desfrutar no mundo? ‘Luxo e luxúria’? São prazeres momentâneos, em um minuto ali estão e na seqüência desaparecem! O mundo é como um céu carregado, de onde chove torrencialmente, a face do sol dificilmente é vista. Há mais sofrimento que outra coisa no mundo.”

Se você entra no mundo sem primeiro cultivar o amor a Deus, vai se emaranhando cada vez mais. Até ser sobrepujado por seus perigos, seus lamentos, suas dores. E quanto mais pensar nas coisas do mundo, mais ficará aderido a elas!

Antes de qualquer coisa, passe óleo em suas mãos, só depois abra a fruta da jaca, do contrário ficarão grudentas devido ao suco pegajoso. Primeiro proteja-se com o azeite do Divino amor, só então se disponha aos deveres no mundo. Mas, para alcançar este divino amor deve-se buscar solidão. Para retirar a manteiga do leite, este deve ser deixado num local tranqüilo para que se torne coalhada: se a vasilha for muito mexida, o leite não ficará coalhado. Portanto, deixe seus outros deveres de lado, sente-se num lugar sossegado e bata a coalhada. Só assim terá manteiga!
Mais ainda, por meditar em Deus em solidão a mente adquire conhecimento, devoção e se torna imparcial. Porém, a mesma mente, se colocada no mundo, perde sua rica aquisição.

Não se consegue um real sentimento de Deus do estudo em livros. Este sentimento é algo muito distinto de aprender por ler. Livros, escrituras e ciência se parecem a pó e palha depois da realização de Deus.
A única coisa necessária é ser apresentado ao senhor da casa. Porque ficar ansioso em saber, por antecipação, quantos jardins e casas, quantas apólices do governo o dono da casa possui? Os criados não lhe permitirão nem mesmo se aproximar, que dirá  lhe adiantar sobre os investimentos de seu amo. Desse modo, de uma maneira ou de outra, torne-se conhecido do dono, mesmo que tenha de saltar sobre uma cerca e levar um empurrão dos empregados. Então, o próprio dono da casa irá lhe relatar sobre suas casas e jardins e seus investimentos. E, o que é melhor, os criados e o porteiro o saudarão ao saberem que já é conhecido de seu senhor.

“Enquanto o homem pensar que Deus se encontra ‘alhures’, ele é ignorante. Porém, ele alcança Conhecimento quando sente que Deus está é ‘aqui’!” Pense no seguinte exemplo:

Um homem desejava fumar. Dirigiu-se a casa vizinha para acender seu cigarro. Era tarde da noite e todos estavam dormindo. Depois de muito bater, alguém apareceu à porta. Ao ver o outro, perguntou: ‘Olá, o que está acontecendo?’ O outro lhe respondeu: ‘Não pode adivinhar? Você sabe quanto gosto de fumar. Vim aqui a fim de acender meu cigarro!’ Então, lhe respondeu o dono da casa: ‘Há, há, há... você é ótimo, vizinho. Deu-se ao trabalho de vir até aqui a estas horas, bater à porta, sem perceber que carrega uma vela acesa em sua mão!”
O que a pessoa tanto procura se acha muito próximo dela. Ainda assim, vagueia de um lugar a outro buscando!
Fonte: "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", por M., ou pelo site http://www.vedanta.org.br/

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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