Continuando aqui com breves relatos da vida de Sri Maharshi, vemos que é muito importante hoje, devido a questão ambiental, tomar conhecimento de como eram tratados os animais no 'ashram' onde ele vivia. Um ashram, como se sabe, é um local dedicado ao trabalho de aperfeiçoamento espiritual, onde os residentes se dedicam também às tarefas normais de toda comunidade, sob a orientaçãode um mentor principal, ou sob regras estabelecidas por um mentor não presente. É claro que tudo é bastante simples, o conforto não é elemento importante, não havia água encanada nem energia elétrica naquela época, nem banheiros!! O objetivo era o aprimoramento interior, servindo e vivendo na companhia de um verdadeiro Guru.
"Cães, vacas, gatos ou macacos eram tratados do mesmo modo que os humanos. Pessoas recém chegadas podiam se surpreender ao ouvir alguém se referir aos "garotos". Nenhum deles era tratado abaixo disso, nunca sendo designado como 'coisa'. Tampouco Sri Ramana permitia aos residentes do ashram maltratar qualquer deles: "Nós não sabemos que alma está vivendo nestes corpos", ele dizia aos devotos, "nem com que propósito vieram aqui em busca de nossa companhia, talvez para cumprir algum karma não extinto."
Era desse modo que Sri Maharshi considerava os macacos que abundavam as colinas ao redor.
Invariavelmente, os macacos ostracizam qualquer membro do grupo que seja tocado por humanos. Porém, abriam aqui uma exceção: chegaram a sair de sua regra ao escolher para seu rei um macaco aleijado, que havia sido socorrido, depois de sério acidente, por Sri Maharshi, sendo que para essa posição escolhem geralmente o mais forte.
Sempre que macacos se enfrentam por invasão de território de outro grupo, eles tentam resolver a disputa amigavelmente, através de um deles com poderes plenos, mas, se isto falha, se seguirá uma luta sangrenta. Quando Sri Ramana estava em Arunachala, estas brigas eram raras. Ele resolvia suas disputas e ambas as partes se retiravam satisfeitas. Muitas foram as passagens que ele contou destes 'camaradinhas'. Em uma delas, os seguidores de certo rei se achavam assustados, pois o rei tinha tido a atitude corajosa de exilar dois membros poderosos de seu grupo. Certo dia, o rei desapareceu. Quando regressou depois de duas semanas, desafiou os rebeldes e críticos, mas não houve resistência. Todos ficaram com medo de tão forte que ele parecia!
Em raras ocasiões os macacos se comportavam mal com Sri Maharshi, mas logo se arrependiam. Em geral, sua atitude era de respeitosa gratidão, e deram efetiva demonstração disso certa vez, quando Sri Ramana e alguns devotos voltavam de longa caminhada. A tarde estava quente e eles se sentiam tanto sedentos, quanto famintos. Não havia fonte por perto. Um grupo de macacos compreendeu sua necessidade e, subindo em uma árvore de jambos, sacudiram os galhos, fornecendo assim um bom suprimento de frutos. Então, quietamente desceram e se foram, nenhum deles apanhou qualquer fruta.
A atitude de Sri Ramana com os animais usualmente perigosos era a mesma, e serpentes eram suas companheiras quando ele esteve morando nas cavernas. Ele costumava dizer: 'Viemos morar em sua casa, não temos o direito de perturbá-las. Elas não nos ferem se tivermos a atitude correta para com elas!"
Extrato do livro "Sri Maharshi", edição 1973, Tiruvannamalai, Índia.
Palavras de Sri Ramana Maharshi: "A verdade permanente é tão simples. Não é nada mais que estar em seu próprio estado original. Todavia, é de admirar que para ensinar algo tão simples, inúmeras tradições foram criadas, iniciando disputas entre si sobre quem recebera autoridade divina para ensinar. Que lástima! Seja você mesmo, isso é tudo!"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente
Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.
O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.
Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.
Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.
É, quando se convive com animais num sítio se percebe que eles não são perigosos como as pessoas "civilizadas" dizem. Eles são muito cuidadosos e só nos enfrentam se não têm outra saída.
ResponderExcluir