segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Compreendendo a 'raiz do problema', segundo a Vedanta

Pergunta:
Nós inicialmente pensamos que compreender uma filosofia seja algo intelectual, mas parece que a verdadeira experiência espiritual está conectada a um estado supra-consciente, além da mente. Este processo de reflexão ou estudo conduz a isto?
Resposta:
Tem havido muitas formas de abordar o problema, mas a questão é: “somos já espirituais ou estamos evolvendo à caminho da espiritualidade?”  Esta é a indagação principal! Sou eu já espiritual ou vou tornar-me espiritual?
As religiões populares têm sempre procurado dar ênfase a que “eu fiz algo muito errado antes e agora tenho que fazer-me bom!” A Vedanta é a única religião que diz- “Você já é espiritual, tem apenas que tomar consciência disso.” Assim, tenho que descobrir como: se através da devoção, ou através do entendimento racional, ou por meio da ação desinteressada ou pelo caminho da meditação. São estas as formas de compreender o problema. Seja qual for a qualidade de energia que eu possuo, a energia da ação, a energia da emoção, do discernimento ou da meditação, por qualquer destes tipos de energia posso me desenvolver até um nível em que alcance o supra-consciente. Porém, não há propriamente divisões entre os níveis, a vida comum não é inútil e apenas a vida supra-consciente seja útil.
Eu preciso entender como a Vedanta procura explicar que minha natureza básica é espiritual, que nasci espiritual e jamais poderei livrar-me de minha espiritualidade. A única questão é: - Eu desconheço isso!
Assim, esta ignorância, este desconhecimento, tem que ser removido. Como? Bem... há muitos modos!
O homem tem sempre se perguntado: - porque sofro? Ë o problema básico da humanidade. Em resposta, as religiões antigas dão a interpretação de que o homem teria agido mal, algo como “pecado original”, que é muito difícil de entender, portanto, não me peçam para explicar... Depois,simplificaram o problema dizendo: “Eu conheço a Verdade, vou explicar um caminho, você o segue e isto é tudo!”
Bom, não estamos hoje propensos a aceitar isso. Sendo assim, o uso da razão é muito necessário para o devido entendimento. Mas, se de novo começarmos a dizer – Oh, isto é muito difícil, não tenho tempo nem energia para compreender! , a autoridade aparecerá outra vez, pois sempre há quem esteja pronto para reinterpretar estes ensinamentos para nós, em troca de dinheiro.
Os princípios básicos não são difíceis de entender. Quais são estes princípios básicos?
O princípio básico, de acordo com a Vedanta, é: - "A divindade está dentro de mim! Eu sou divino por natureza!"
A pergunta que se segue é: - Porque não tenho consciência disso?
Muito simples de explicar: - Eu ainda não conheço tudo que está envolvido nisso, estou aprendendo!
Agora entra em cena a questão de evolução. Que vem a ser “evoluir”?
Até a completa evolução do corpo e da mente humanas, o mais importante era o desenvolvimento das espécies. Agora, como conseqüência, é necessário que o próprio indivíduo tome a responsabilidade de evoluir conscientemente. Para tanto, um sistema sensível já nos foi dado, temos que usá-lo.
Assim, o raciocínio, como atributo intelectual, tem sido muito valorizado em cada esfera da vida. De modo correspondente, se não for praticado também na vida espiritual haverá enorme desequilíbrio.
Trecho de uma palestra dada no Brasil, em 1996, pela monja hindú sra. Vivekaprana, do mosteiro Sri Sarada Math, Índia.

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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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