Talvez que,
do ponto de vista de alguém que nos observasse
desde muito,
muito alto,
pudéssemos ser chamados de
“devoradores de cotidiano”!
Assim como o corpo necessita de
sucessivas refeições,
também nós, a Alma, necessitamos
da refeição espiritual do
cotidiano.
A Alma se nutre com elementos do
cotidiano presente,
mas, se intoxica e debilita com
elementos do cotidiano passado.
A Alma possui seu próprio tempo.
Este constante “comer o
presente” se transforma em saber,
se tomado com discriminação.
Quando não selecionamos os
alimentos, porém,
segue-se terrível indigestão!
Assim, devemos nos servir do
dia-a-dia, com parcimônia e harmonia,
para que a Alma não se
intoxique, em demasia.
Mas, para que a Alma se liberte
da sucessão do dia-a-dia,
é preciso que se alimente,
apenas, com os elementos nutritivos
que lhe reforcem a natureza,
força, pureza, luz e beleza!
A Alma muitas vezes não sabe
que, no mundo, o cotidiano habitual
é como um grande depósito de
lixo.
A existência só se torna primorosa,
frutífera,
ao compreendermos que não é este
presente fenomenal
que nos fortalece as fibras do
coração
e nos traz vontade espiritual.
Escolhendo os elementos mais
primorosos,
e selecionando a constituição de
um tal cardápio,
encontramos em nossa própria
Alma
a fortaleza necessária para
também renunciar
a este condicionamento;
ah!...necessitar tanto deste
tipo de alimento
que nos faz baixar das mais
inóspitas alturas,
a estas paragens luxuriantes
onde pululam
os temperos agridoces,
contrastantes,
que satisfazem o paladar
especialista das almas que se vestem
com a roupa desta insólita
conquista,
na sucessão natural, mas
ilusória,
dos dias que se multiplicam e
experiências que se renovam,
afastando a Alma- e o Ser- do
caminho definitivo da vitória!
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