Sempre tive comigo a convicção de que somos capazes de superar certas situações pelo correto entendimento do que está envolvido nelas. Para este entendimento é necessário cultivar-se bom hábito de leituras. Dizia um muito conhecido escritor que "quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê"! Tive muito bons amigos-livros em minha vida, em todas as suas etapas. Mas, um destes livros, atravessou várias etapas...e continua vivo para mim! É um texto hindú muito antigo conhecido por "Bhagavad-Gita", que possui inúmeras traduções em quase todas as linguas, e se refere às lições de Yoga que o guerreiro Arjuna recebeu de seu Mestre, Sri Krishna, no campo de batalha de Kurukshetra, no momento mesmo em que os exércitos inimigos estavam em prontidão. Estas lições não dizem respeito à guerra, mas, sim, em como se libertar das ações que conduziram ao conflito que desencadeia a guerra. São lições bem práticas, úteis ainda hoje, para todo aquele que se identifica com os processos de clareza de pensamentos e os aceita, como um desafio, e como instrumentos de seu próprio desenvolvimento interior. Bem, há quase 20 anos, conheci um monge hindú, um monge senior, que em suas prédicas costumava sugerir a leitura deste livro, em específico o capítulo II, como auxílio à nossa prática de meditação. Fiz isso por muitos anos, lendo o texto e depois ficando em silêncio, sem pensar, abrindo-me ao progresso daqueles nobres conceitos. Hoje, assim ao acaso, tenho vontade de compartilhar aqui somente algumas estrofes - pois se trata de um poema épico - que podem encontrar, de algum modo, mentes em condição de recepcioná-los e tirar bom proveito disso. Sri Krishna está ensinando a Arjuna sobre o Ser, o Atman, sobre a eternidade do Atman, e de como Arjuna deve, diante da batalha, assumir uma postura resoluta e determinada:
"Nunca houve um tempo em que o Ser, em Mim, em ti e nestes outros, não existisse. Assim como o morador deste corpo passa por infância, juventude e velhice, assim também passa a outro corpo. Os sábios nunca se enganam com isto. Aquilo que é não existente, não poderá nunca vir a ser, e aquilo que é, não deixará nunca de ser. A Realidade que permeia o Universo é indestrutível. Ninguém tem poder sobre o Imutável. Aquele que pensa que este Ser mata e aquele que pensa que este Ser pode ser morto, os dois são ignorantes. O Ser não mata nem morre. O Ser não nasce, não reencarna, não tem origem e é imutável..!"
Bom...por hoje é só isto...!
Palavras de Sri Ramana Maharshi: "A verdade permanente é tão simples. Não é nada mais que estar em seu próprio estado original. Todavia, é de admirar que para ensinar algo tão simples, inúmeras tradições foram criadas, iniciando disputas entre si sobre quem recebera autoridade divina para ensinar. Que lástima! Seja você mesmo, isso é tudo!"
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OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente
Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.
O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.
Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.
Para ler todo o texto, click acima das postagens em 'Meditação em Yoga'.
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