terça-feira, 25 de outubro de 2011

"Silenciando a mente", de acordo com Sri Mata Gangaji

Você acha que sua verdadeira natureza é a de "ser humano", cheio de necessidades e defeitos, falível, volúvel, cheio de velhas desculpas, com alguns interesses louváveis e outros não tão louváveis? Bem, sinto desapontá-lo mas este não é você, é seu 'ego'! Você não é a mente-ego, embora esteja levando a vida pelas mãos dela. Mas, ainda é tempo de separar-se dela - da mente-ego - não daquela parte operacional e utilitária, mas da parte sonhadora e cheia de fantasias...daquela parte calculista e dramática, que tenta convencer você de tudo que você não é! A conversa a seguir transcrita é bastante esclarecedora...e também, se você quiser, definitiva:
Pergunta: "Gangaji, eu entendo que posso suspender minha conversa exterior, posso fazê-lo agora mesmo, mas como posso parar a conversação interior?"
Gangaji: "Da mesma maneira. É o mesmo, interno e externo...é somente encenação, você pode compreender o que lhe digo, a maneira como fragmentamos nossa vida, e a maior delas é esta de 'exterior e interior'. É uma falsa distinção, pois o que é interno é externo, e o que é externo é interno! Sendo assim, quando uma conversação tem início em sua mente, você já interrompe...e quando a mente disser 'Eu não posso parar..!', veja como se alguém viesse até você, dizendo: 'Precisamos conversar, tem que ser agora!', mas você não quer, e se afasta, dizendo 'Namastê'! Você entende? Com firmeza, certo?"
Pergunta: "Parece funcionar com você, mas comigo...!"
Gangaji: "Não sou diferente de você nesse sentido. A minha mente pode ser exatamente como a dos demais! Jamais sonhei que havia uma possibilidade de 'parar', até que meu Instrutor me assegurou que podia. Costumava pensar que tinha que haver 'algo' que descesse em mim, ou tinha que haver um certo nível de purificação, ou até mesmo um alinhamento planetário de modo especial, ou ainda algo a acontecer em uma existência futura. Porém, ele me afirmou: 'Esqueça tudo isso, é parte da conversação (da mente)! Apenas 'pare', agora mesmo e fique em silencio...sem qualquer esforço!"

Bem, este é um fragmento da situação, mas, como se costuma dizer, para um bom-entendedor meia palavra basta. Para um mal-entendedor, nem mesmo um tratado pode convencer...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Mergulhe na Eternidade"...o Néctar das Palavras de Papaji...

Pergunta: "Papaji, o que é liberação?"
Resposta: "Liberação é conhecer sua própria e fundamental natureza, seu próprio Ser. Nada mais! Liberação é a coisa mais fácil de se obter. Você não precisa nem pensar..!
"E, o que é este 'Ser'?"
"Isso é indescritível. Não é intelectual e nem mesmo transcendental. Pense naquele único sem nem mesmo o conceito de segundo. Então, descarte também este conceito de Um!"
"Papaji, você com frequência fala de 'entrega'...mas, entregar-se a quê?"
"Àquela Fonte através da qual você fala, através da qual vê, respira, experimenta e toca, através da qual a Terra gira e o Sol brilha, e pela qual você pode fazer esta pergunta. Tudo acontece por meio desta Consciência, na qual, mesmo o 'vazio' está alocado. A este Supremo Poder que se encontra além do além - seu próprio Ser - a ele você deve se entregar."
"Esta Consciência, a qual você se refere, é eterna, sem nascimento e sem morte?"
"A Consciência está além de conceitos de nascer ou morrer, até mesmo além dos conceitos de eternidade ou de vazio ou de espaço. Aquilo em que se acham acomodados o espaço, o vazio e a eternidade é chamado de Consciência, em cujo interior tudo tem existência."
"Mas, Papaji, ainda assim nascimento e morte continuam aparentes!"
"Sim, criação e destruição acontecem sem cessar. Todas estas manifestações são como borbulhas e ondulações sobre o oceano. Deixe que prossigam...o oceano não as vê como separadas. As borbulhas, as ondulações e as grandes ondas - podem parecer a si mesmas como separadas, mas o oceano não é perturbado com isso... Deixe que se movimentem sobre ele, que tenham diferentes formas e diferentes nomes, deixe que surjam e que desapareçam. Você é aquilo que brilha através de todas as modificações. 
A Consciência permanece inalterada...!"
Fonte: "Plunge into Eternity", by Catherine Ingram, Lucknow, 1992

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Yoga da Auto-averiguação "Quem sou eu?", de acordo com Sri Ramana Maharshi

"QUEM SOU EU?" foi um dos dois primeiros trabalhos do Maharshi, sendo o outro 'Auto-indagação', composto mais ou menos na mesma época. Foram escritos por volta do ano de 1.901, aos 22 anos de idade, quando não era ainda chamado de Bhagavan Sri Ramana Maharshi. Todavia, já era um Sábio auto-realizado, em estado de perfeito conhecimento divino, vivendo na caverna Virupaksha, no sagrado monte de Arunachala.
As pessoas já começavam a procurá-lo, mas embora ele não tivesse feito qualquer voto de silêncio, raramente falava. Por vezes, respondia às perguntas por escrito. Assim fez em resposta a 14 perguntas apresentadas por um daqueles primeiros discípulos. Mais tarde, outras tantas foram acrescentadas, o que ocasionou uma publicação provisória, em prosa, sem as perguntas, como aparecem abaixo. O Ensinamento, em toda sua simplicidade e grandeza, se acha sempre convergindo para a questão básica 'Quem sou eu?'
"QUEM SOU EU" ou "Who am I" no original em inglês...
Cada ser vivente aspira ser feliz, intocado pelo desgosto. E cada qual tem o maior amor por si mesmo, o que se dá unicamente pelo fato de que a 'felicidade' é sua verdadeira natureza. Assim, de modo a realizar aquela felicidade inerente e imaculada, experienciada em sono profundo quando a mente é deixada para trás, é essencial conhecer a si mesmo. Para obter tal conhecimento, a indagação 'Quem sou eu?', feita em busca do Ser, é o meio por excelência.
"Quem sou eu?" Não sou este corpo físico, nem os cinco órgãos de percepção; não sou os cinco órgãos de atividade externa, nem tampouco as cinco forças vitais e nem mesmo a mente pensante! Também não sou aquele estado de inconsciência que apenas retém as tendências sutis da mente, sendo portanto livre da atividade funcional dos órgãos dos sentidos e da mente...(...)
Deste modo, rejeitando sumariamente todos os acima mencionados acessórios do corpo físico, com suas funções, afirmando 'eu não sou isto' e também 'eu não sou aquilo', o que permanecer em separado e isolado naturalmente, este puro 'estado de percepção', é isto que eu sou! Este estado de puro conhecimento é, por sua própria natureza, SAT-CHIT-ANANDA, ou seja, pura existência-pura consciência-puro júbilo...
Se a mente, que é o instrumento de conhecimento e base de toda atividade, cessa, a percepção do mundo como realidade objetiva também cessa. A menos que a percepção ilusória da 'cobra na corda enrolada' (*) cesse, a corda sobre a qual a ilusão se forma, não é reconhecida como tal.
De mado semelhante, a menos que a ilusória percepção do mundo como sendo real desapareça, a Visão da verdadeira natureza do 'EU', sobre o qual a ilusão surgiu, não é alcançada!"
(*) O exemplo clássico usado em Filosofia Vedanta, no qual se sugere a retificação da percepção inicial, em que uma corda enrolada é tomada por uma cobra, quando vista no escuro!
Fonte: Copyright a Sri Ramanashraman, Tiruvannamalai-Índia.

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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