Algumas pessoas, mesmo com o passar dos anos, têm ainda a sensação de "peixe fora d'água", isto é, sentem-se deslocadas, inadequadas, incompletas. A maioria, porém, não se sente assim, parecem estar bem encaixadas e ajustadas na vida! Sim, superficialmente parece que sim, parecem felizes e se alguém lhes for falar de espiritualidade ou mesmo yoga, olham para a pessoa como a um estranho! Para uma minoria, o desconforto de viver ainda prossegue, e em sua inquietude vão acabar por descobrir onde reside seu problema: elas não se encaixam na vida porque desconhecem sua verdadeira natureza. Bom, mas o que vem a ser esta "verdadeira natureza"? Sri Ramakrishna para ilustrar esta situação costumava relatar a parábola do leão e das cabras:
"Uma carroça trotava aos solavancos por velho caminho poeirento. Em uma jaula na parte traseira, certa leoa acabava de dar à luz e o filhote agora dormia a seu lado. Um solavanco mais brusco, todavia, fez com que ele rolasse e escapulisse pelos vãos da carroça. A leoa assustada nada fez e o filhote ficou para trás. Um grupo de cabras passava por alí e o filhote foi adotado por uma delas. O tempo passou, as cabras pastavam, baliam, se esfregavam, e o leãozinho fazia o mesmo, era como se fosse uma delas! À noite, dormia entre as cabras sentindo-se seguro, cheirava igual a elas. Mas, aconteceu um dia, o rebanho foi assaltado por um grande leão selvagem. As cabras corriam amedrontadas, porém, no meio delas, o leão divisou uma forma estranha: -'O que é aquilo? Um leão entre estas cabras?', ele pensou! Então, dirigindo-se até lá , urrou alto, fazendo estremecer todo o rebanho: 'Que faz você aqui, vivendo com as cabras? Você é da minha espécie, é leão e não cabra!' O leãozinho tremia tentando explicar: 'Oh, senhor desconhecido, sou apenas uma cabra, não vê?' E balia como para confirmar.
O leão logo o empurrou na direção de uma lagoa, e lá, mirando-se na água, mostrou: 'Olhe, somos iguais, você é como eu!' Mas, o pequeno leão ainda resistia e o outro teve que trazer alguma carne, obrigando-o a engulir um pedaço. No momento em que a carne lhe desceu pela garganta, o pequeno, sentindo o gosto de sangue, naturalmente urrou também. 'Aí está', lhe diz o leão maior, 'você também é um felino, agora me acompanhe até a floresta'."
"Uma carroça trotava aos solavancos por velho caminho poeirento. Em uma jaula na parte traseira, certa leoa acabava de dar à luz e o filhote agora dormia a seu lado. Um solavanco mais brusco, todavia, fez com que ele rolasse e escapulisse pelos vãos da carroça. A leoa assustada nada fez e o filhote ficou para trás. Um grupo de cabras passava por alí e o filhote foi adotado por uma delas. O tempo passou, as cabras pastavam, baliam, se esfregavam, e o leãozinho fazia o mesmo, era como se fosse uma delas! À noite, dormia entre as cabras sentindo-se seguro, cheirava igual a elas. Mas, aconteceu um dia, o rebanho foi assaltado por um grande leão selvagem. As cabras corriam amedrontadas, porém, no meio delas, o leão divisou uma forma estranha: -'O que é aquilo? Um leão entre estas cabras?', ele pensou! Então, dirigindo-se até lá , urrou alto, fazendo estremecer todo o rebanho: 'Que faz você aqui, vivendo com as cabras? Você é da minha espécie, é leão e não cabra!' O leãozinho tremia tentando explicar: 'Oh, senhor desconhecido, sou apenas uma cabra, não vê?' E balia como para confirmar.
O leão logo o empurrou na direção de uma lagoa, e lá, mirando-se na água, mostrou: 'Olhe, somos iguais, você é como eu!' Mas, o pequeno leão ainda resistia e o outro teve que trazer alguma carne, obrigando-o a engulir um pedaço. No momento em que a carne lhe desceu pela garganta, o pequeno, sentindo o gosto de sangue, naturalmente urrou também. 'Aí está', lhe diz o leão maior, 'você também é um felino, agora me acompanhe até a floresta'."
Assim se dá conosco também, desconhecendo nossa real natureza, vivemos sofrendo e reclamando e tendo satisfação em coisinhas passageiras. Quando, porém, por providência divina, encontramos pelo caminho alguém que nos desperte, devemos entender isso como solução definitiva para nosso mais íntimo problema!
Como diria Vivekananda...
ResponderExcluir“Não esqueça jamais a glória da
natureza humana. Somos o maior
dos Deuses. Os Cristos e Budas
são tão somente ondas do imenso
oceano do Ser”