segunda-feira, 28 de março de 2011

As metáforas que Sri Ramakrishna usava para ensinar...

Sri Ramakrishna costumava dizer: "A pessoa necessita intenso anelo para realizar a Deus!" Nesse sentido, costumava contar uma estória: "Certo aspirante espiritual perguntou a seu guru como era possível realizar a Deus. O guru, sem responder, levou o discípulo até um tanque próximo, e lá, segurando-o, manteve seu corpo submerso. Passado algum tempo, quando o discípulo já não aguentava mais, puxou-o para fora d'água e perguntou: 'Como foi que se sentiu debaixo d'água?' 'Ah, eu estava desmaiando por um pouco de ar!', ele respondeu. 'Quando você se sentir assim por Deus, é certo que irá realizá-lo!"

Uma vez alguém lhe perguntou: “Senhor, o que é um Guru?”, ao que Sri Ramakrishna respondeu: “Ele é como um casamenteiro. O casamenteiro faz arranjos para a união de um amante com sua amada. Do mesmo modo, um guru faz arranjos para o encontro entre a alma individual e seu amado, o Divino Espírito.”
  
Duas situações provocam o riso de Deus. Ele ri quando dois irmãos, ao dividirem um pedaço de terra entre si, estendem uma corda de um lado ao outro, dizendo: ‘Este lado me pertence e o outro lado te pertence !’  Deus sorri e diz consigo mesmo: ‘Todo o universo pertence a Mim, e eles, por causa de um pequeno lote, declaram: Oh, este lado é meu e aquele é teu!’  Deus ri também quando o médico afirma à mãe chorosa, que vê seu filho entre a vida e a morte: ‘Não tenha medo, mãe, eu vou curar seu filho!’ O doutor não compreende que ninguém pode curar uma criança que Deus não deseja salvar!  

"Deus e Sua glória. Este universo é sua glória. As pessoas ao verem Sua glória, esquecem-se de tudo mais. Não querem a Deus cuja glória é o mundo. Todos querem desfrutar de ‘luxo e luxúria’, mas há muita miséria e preocupação nisso. Este mundo é como o torvelinho de um rio, se um bote entra ali não há esperança de resgate! Também pode ser comparado a um arbusto espinhoso; alguém com dificuldade se livra de um maço de espinhos, mas logo está emaranhado por outros. Uma vez dentro de um labirinto, vê-se quão difícil é sair dele. Ao viver no mundo fica-se flambado, como se fosse.’

“Escute. Se um homem crê, verdadeiramente, que  somente Deus faz tudo, que Ele é o Operador e o homem a máquina, então um homem assim é, certamente, liberado em vida. Deus faz seu trabalho, mas as pessoas dizem que são elas! Sabe como? A filosofia Vedanta dá um exemplo: suponhamos que a cozinheira colocou arroz em uma panela, e mais batatas, beringelas e outros legumes para cozinhar. Depois de certo tempo, o arroz, as batatas e o restante começam a saltar dentro da panela, e parecem dizer com orgulho: ‘Estamos pulando, estamos pulando!’ As crianças, ao ver isso, pensam que as batatas, as verduras e o arroz estão vivos, portanto pulam. Os mais velhos, porém, que conhecem a situação, explicam a elas que os legumes e o arroz não estão vivos, não saltam por si mesmos e sim por causa do fogo que está debaixo da panela. Se a madeira que produz o fogo for retirada, não mais se moverão! Do mesmo modo, o orgulho do homem de que é o ‘fazedor’ surge de sua ignorância. Os homens são poderosos devido ao poder de Deus. Tudo se aquieta quando aquela madeira em chamas é retirada. As marionetes dançam alegremente no palco ao serem manejadas com um arame, mas, se este escapar, elas ficam imóveis.
Fonte: "Ramakrishna as we saw Him", by Swami Chetanananda, Vedanta Society of St. Louis

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tornando-me o Observador da mente, segundo Eckhart Tolle

Quando nos identificamos com a mente, criamos uma tela opaca de conceitos, rótulos, imagens, palavras, julgamentos e definições, que bloqueia todas as relações verdadeiras. Essa tela se situa entre você e seu Eu Interior, entre você e o próximo, entre você e a natureza, entre você e a Verdade. É essa tela de pensamentos que cria uma ilusão de separação, de que existe você e alguém mais, totalmente à parte. Esquecemos o fato essencial de que, por baixo das aparências físicas, formamos uma unidade com tudo aquilo que existe. (...) Pensar se tornou uma doença. A doença acontece quando as coisas se desequilibram. Por exemplo, não há nada errado com a divisão e multiplicação das células no corpo humano. Mas, quando isso acontece sem levar em conta o organismo como um todo, as células se proliferam e temos a doença.
Se for usada corretamente, a mente é um instrumento magnífico. Entretanto, quando usada de forma errada, ela se torna destrutiva. Para ser bem preciso, não é você que usa sua mente de forma errada. Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você! Essa é a doença. Você acredita ser sua mente, eis aí o delírio! O instrumento se apossou de você! Só porque podemos resolver 'palavras cruzadas' ou construir uma bomba atômica, não significa que sabemos usar a mente. Assim como os cães adoram mastigar ossos, a mente adora transformar dificuldades em problemas. É por isso que se dedica às palavras cruzadas e às bombas! Mas, isso não interessa ao Ser. Faço, então, uma pergunta: você consegue se livrar da mente quando quer, achou o botão de 'desligar'?
Do livro "O Poder do Agora", de Eckhart Tolle, edt. Sextante.

segunda-feira, 14 de março de 2011

As Diferentes Formas de Realizar a Deus, de acordo a Sri Ramakrishna

Sri Ramakrishna: “Seriamente e com sinceridade, Deus pode ser realizado através de todas as religiões. Certas pessoas se permitem discutir à respeito, dizendo: ‘Nada pode ser feito fora da adoração de Kali’, ou ‘Não há salvação exceto aceitando a religião cristã’. Isto é puro dogmatismo! O dogmático afirma -‘Minha religião, apenas, é verdadeira, todas as outras são falsas!’ Esta é uma péssima atitude. Deus pode ser alcançado por diferentes caminhos.
Além disso, outros dizem que Deus possui forma e não é sem forma, e iniciam a discutir. Mas a verdade é que, só pode falar corretamente à respeito de Deus aquele que chegou a vê-lo. Este que, de fato, conhece a Deus, sabe perfeitamente que Deus é tanto com forma, quanto sem forma. Ele possui inúmeros outros aspectos que não se pode descrever.
Certa vez, alguns homens cegos, por obra do acaso, vieram conhecer um animal que alguém lhes dissera chamar-se ‘elefante’. Então, foi-lhes perguntado ao que um elefante se parecia. Cada um deles, assim, começou a tatear o corpo do elefante. Um deles logo afirmou que o elefante era como um pilar; ele havia tocado apenas sua perna. Outro disse que era um grande abanador, pois tocara sua grande orelha. Desse modo, os outros havendo tocado ou sua cauda ou sua barriga, deram suas diferentes versões do elefante. Da mesma maneira, alguém que tenha visto apenas um dos aspectos de Deus, limita Deus àquela visão. É sua convicção de que Deus não pode ser outra coisa mais.”
“Como se pode afirmar que a única verdade sobre Deus é que ele possui forma? Não há dúvida de que Deus vem ao mundo em uma forma humana, como no caso de Krishna. Também é verdade que Deus se revela a Seus devotos em inúmeras formas. Porém, o modo sem forma de Deus também é possível, Ele é o Indivisível Sat-Chit-Ananda como Existência, Conhecimento e Alegria Infinitas. Satchidananda é como um oceano infinito: um intenso frio congela a água da superfície, que flutua no oceano em grandes blocos com formatos variados. De modo semelhante, por meio da suave influência de bhakti, as formas de Deus podem ser vistas à superfície do Oceano do Absoluto. Estas ‘formas’ são próprias aos bhaktas, os amantes de Deus. Mas, quando o Sol do Conhecimento se levanta, o gelo se derrete e se torna água de novo, como antes. Água em cima, água em baixo, por todo lado somente água! Pode ser dito, contudo, que para certos devotos Deus assume formas eternas. Há locais no oceano onde os blocos de gelo não se derretem jamais, assumindo a forma do quartzo.”
Fonte: "Sri Sri Ramakrishna Kathamrita", também dito "O Evangelho de Sri Ramakrishna", autor Mahendranath Gupta, ou pelo site http://www.vedanta.org.br/

quarta-feira, 2 de março de 2011

O que é verdadeiro Conhecimento?, segundo a Vedanta

"Toda criação não passa de conhecimento, não é? Quando se fala a uma criança, há o pensamento de que o conhecimento está nos livros, em uma mochila - a geografia, a aritmética, a história, a biologia, as ciências básicas. Assim, deve haver uma mudança a fim de que se entenda que 'conhecimento' não está nos livros. O 'conhecimento' está aqui mesmo! O conhecimento é a criação. Tudo que está aqui é conhecimento. esta árvore cresce na Inteligência, há conhecimento manifestado aqui. A criação é toda sapiente, onisciente. Sendo assim, não há uma entidade, cujo nome é Deus, separada da criação. A onisciência é Deus!, a criação é onisciente, por isso a criação é Deus! Tudo que está aqui, portanto, é Deus! Tudo que está aqui é a Inteligência, a presença da Inteligência. Na brisa está Ishwara, é o Senhor; no ar que respiramos está o Senhor. Há uma correta quantidade de oxigênio ao respirarmos, e uma correta quantidade de carbono sendo exalada. Tudo está em equilíbrio. A temperatura do corpo é exata, e portanto, tudo dentro e ao redor, não passa de conhecimento manifestado!"
Fonte: extrato de um video de http://www.youtube.com/ de nome "Blueprints for Awakening-AdvaitaMasters", trecho de entrevista com a monja Swamini Pramananda.

OM Namah Shivaia - encontro Oriente e Ocidente



Meditação em Yoga: Em yoga Clássica, a yoga de Patanjali, ciência que demonstra a potencialidade possível ao homem, há oito passos a completar, envolvendo disciplinas tanto físicas qto. mentais. Na 1ª destas etapas, se acham disciplinas relativas à autoeducação, ou auto-controle, tais como: não violência (ahimsa), veracidade (satyagraha), continência (brahmacharya), etc. Na etapa seguinte, dita das 'observâncias', estão a prática de pureza, contentamento, esforço sobre si mesmo, estudo e consagração ao Ideal.

O 3° passo, ou 3ª pétala da Flor de Yoga, trata das posturas ou âsanas, ou seja, os modelos gestuais recomendados aos que aspiram algum domínio sobre seu corpo. A quarta etapa é dos 'pranayamas', isto é, as disciplinas necessárias ao controle da energia através da respiração. Pratyahara é a etapa em que se aprende a controlar os sentidos. Dhârana, a 6ª etapa, se ensina a concentração da atenção. O sétimo passo, denominado Dhyâna, se refere às tecnicas de introspecção ou de meditação, e o último degráu chama-se Samadhi, ou completa absorção no Ideal Espiritual.

Este é o caminho de Yoga, relevante símbolo atual do encontro entre Ocidente e Oriente.

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